A ascensão do Paraná Clube foi abruptamente interrompida. Após dar a sensação que havia “engrenado” com uma seqüência de vitórias (sobre Brasiliense e Barueri) o Tricolor voltou a afundar.
As derrotas para Corinthians e São Caetano trouxeram à tona as eternas carências do grupo e deixaram dúvidas latentes sobre a real possibilidade do time de Rogério Perrô nesta Série B. Os paranistas voltam a viver sob a “sombra” do rebaixamento.
Restando apenas quatro rodadas para o fim do primeiro turno, o aproveitamento do Paraná é péssimo. Ainda mais para um clube que, mesmo na crise, mantém o discurso que voltar à primeira divisão é o grande objetivo.
Até aqui, foram conquistados apenas 37,78% dos pontos disputados, um rendimento insuficiente até pra sonhar com a permanência na Segundona. Desde que a competição passou a ser disputada por pontos corridos, há dois anos, três clubes foram rebaixados com desempenho superior a este.
Em 2006, Paysandu e Guarani caíram com 44 pontos. No ano passado, o Paulista de Jundiaí “rodou” com 45 pontos. Numa projeção do atual rendimento, o Paraná Clube fecharia a temporada com tão somente 43 pontos.
“O caminho é longo. Vamos reverter isso”, assegura o sempre otimista Rogério Perrô. Sob o seu comando, o desempenho do Tricolor não é tão ruim (46,67%), mas também insuficiente para imaginar a volta à Série A. Internamente, o clube tenta abafar a crise, apostando num segundo turno “de campeão”, com as voltas de atletas importantes.
Nesse rol, Leonardo é a grande aposta do Paraná. Com um ás na manga para subverter o quadro e fazer do clube novamente um time vencedor. Afinal, após 15 rodadas, a sofrida torcida paranista só conseguiu festejar por quatro vezes triunfos do seu time de coração.
Pior: apenas duas vezes a comemoração ocorreu em casa, nas sofridas vitórias sobre ABC e Barueri, ambas pela contagem mínima. As outras vitórias foram fora, contra Criciúma (3×0) e Brasiliense (2×1). Em sua trajetória, o Paraná passou por mudanças táticas e técnicas, mas visivelmente não encontrou o equilíbrio capaz de tornar o time minimamente confiável.
Rogério Perrô, mesmo sob um discurso positivista, vive um grande dilema. Como tornar o time mais contundente sem perder poder de marcação? Essa indagação deve estar ecoando na cabeça do treinador.
Afinal, com três zagueiros, ao menos o time não vinha sofrendo gols em tamanha profusão. Tentou adiantar a marcação com três volantes e na última jornada acabou “abrindo” ainda mais o time. Porém, os gols seguem sendo peça rara para o Paraná, quinto pior ataque da Série B, com apenas 16 gols marcados.