Foto: Allan Costa Pinto

Paulo Bonamigo disse que os gaúchos se protegem e por isso nada falaram sobre os erros do árbitro na partida do Beira-Rio.

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A atuação ?inconseqüente? do árbitro Wagner Tardelli Azevedo (Fifa-SC) continuou sendo o grande assunto nos bastidores do Paraná Clube. Porém, como previa o técnico Paulo Bonamigo, em Porto Alegre pouco se falou sobre a interferência do apito no resultado da partida, que custou a eliminação do Tricolor da Copa do Brasil.

Os jornais gaúchos estampavam as seguintes manchetes: ?Inter arrasa Paraná em noite histórica?, ?Inter se vinga e massacra Paraná? e ?Inter aplica 5×1 em noite mágica?.

Mágica para os colorados, a noite foi de insônia para os paranistas. Os jogadores, que retornaram do Beira-Rio por volta de 2h da madrugada, não conseguiram dormir, ainda sob o efeito da tensão vivida num jogo marcado por sucessivos erros de Tardelli. ?Pior do que os erros em si, foi a forma como ele nos coagiu. Senti que havia algo errado, pois não podíamos falar nada, enquanto os jogadores do Inter deitavam e rolavam?, afirmou o lateral Angelo, visivelmente abatido pela expulsão, que fez ruir a estratégia do Tricolor na partida.

?Que eles não falariam nada, tinha absoluta certeza. Eles se protegem?, disse Bonamigo, numa referência às opiniões dos cronistas gaúchos sobre a partida. Por isso, o treinador desabafou logo após a partida, durante a coletiva, encerrada abruptamente após Bonamigo disparar: ?Me sinto como se estivesse no Aimoré, de São Leopoldo?. Ontem, Bonamigo explicou que não quis menosprezar o time do interior do Rio Grande do Sul. ?Foi para eles entenderem a mensagem. O que houve no Beira-Rio foi uma falta de respeito com a camisa do Paraná, com a tradição desse clube?.

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Os jogadores não negam que o Inter foi melhor no jogo e que a equipe cometeu alguns erros imperdoáveis, até para matar o adversário. Porém, todos entendem que qualquer análise tática e técnica esbarra no ?senhor do apito?. ?O Tardelli nos minou o tempo inteiro, nos intimidou com cartões e outros erros, como o pênalti escandaloso sobre o Everton, não assinalado?, disse o zagueiro Daniel Marques. O grupo terá, agora, duas semanas para se recuperar dessa eliminação e treinar visando a Série B, única competição que restou ao clube.

?Tudo o que aconteceu até aqui serve de alerta. Arbitragens como a do Tardelli jogam por terra todo um trabalho, todo um planejamento. Mas, isso vai nos fortalecer e nos unir ainda mais, nessa missão de retorno à primeira divisão nacional?, encerrou Daniel Marques.

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