O Paraná Clube terá o retorno de seu ataque titular no jogo de domingo – às 16h, no Pinheirão -, frente ao Vasco. A ausência de Beto, lesionado, só abriu caminho para o técnico Caio Júnior escalar o trio ofensivo formado por Sandro, Maicosuel e Leonardo. Com um time mais agressivo, o Tricolor vai se lançar ao ataque, na busca da reabilitação e da volta à zona de classificação à Libertadores.
?Será um jogo marcado pela disputa tática, muito parecido com o que ocorreu contra o Cruzeiro?, disse Caio Júnior. ?Diferente da partida frente ao Palmeiras, não teremos facilidade para o toque de bola com velocidade, devido à situação do gramado. Mas isso tem que ser superado com determinação.? Se o Vasco vem de derrota na final da Copa do Brasil, cumpre uma boa campanha no Brasileiro, com três vitórias seguidas e somente duas posições atrás do Paraná.
Caio Júnior confirmou que iria mexer no time para esse jogo – não no esquema de jogo, mas nas peças, buscando uma formação mais contundente -, com a saída de um dos volantes. O capitão Beto sofreu fissura em uma costela e desfalca o Tricolor nas próximas sete rodadas, pelo menos. Assim, Serginho e Batista vão dar a proteção à zaga, liberando Sandro e Maicosuel para a aproximação ao atacante Leonardo. ?O time está bem sincronizado, ocupando os espaços com correção. É isso que temos que priorizar diante do Vasco?, disse o volante Batista.
O trio de ataque, que se reencontrou no segundo tempo do jogo frente ao Palmeiras, não jogava junto desde a vitória sobre o Goiás (2×1), antes do recesso para a Copa. ?É o ataque mais entrosado que temos. Eles jogam juntos desde o Paranaense e se completam com muita qualidade?, analisou Caio Júnior. É nesse entrosamento natural que o técnico aposta na busca pela vitória em um ?jogo de seis pontos?. ?É jogo para retomarmos uma posição de destaque e garantir tranqüilidade para outro duelo contra adversário direto, o Santos?, lembrou o treinador paranista.
No treino de ontem, Caio Júnior já posicionou o time e deu ênfase às jogadas pelos flancos. Não apenas com os alas, mas com meias e até mesmo zagueiros ocupando espaços nos lados do campo. ?O objetivo é mentalizar esse tipo de situação. Virar o jogo e buscar as variações pelos lados do campo para abrir espaços na defesa adversária?, explicou Caio Júnior. ?O treino foi excelente.?
Lateral ganha cada vez mais destaque no Brasileirão Cinco gols em dez jogos. Um desempenho acima da média para um lateral e que coloca Angelo em evidência no Paraná Clube. Não se deixar levar pela badalação dos últimos dias – após o golaço que marcou no Palestra Itália, de canhota – e afirma que no futebol a distância entre o céu e o inferno é muito pequena. ?É preciso agir com serenidade, diante dos elogios ou das críticas?, disse, com uma maturidade incomum para um atleta de apenas 22 anos.
Angelo fala abertamente de suas virtudes e defeitos e já revela uma grande empatia com o clube e a torcida tricolor. ?A forma como fui recebido pelo grupo ajudou muito. Hoje, gostaria muito que o Paraná adquirisse meus direitos federativos. O ambiente que temos aqui é muito bom. De amizade sincera?, comentou. O lateral tem contrato com o Tricolor até o fim do ano, sendo que qualquer transação neste período resultaria em dinheiro em caixa para Paraná e Adap (50% para cada clube).
O clube de Campo Mourão detém os direitos federativos do atleta. Logo após o jogo do último sábado, muitos repórteres de São Paulo tentavam obter maiores informações sobre Angelo, um dos melhores em campo. ?Isso é gratificante. É sempre bom ver seu trabalho reconhecido pelo público e pela imprensa?, disse Angelo. O jogador se firmou no time após a intertemporada realizada durante a Copa do Mundo. ?Para mim foi excelente. Eu vinha de um início de temporada desgastante e agora estou em plena forma?, lembrou.
O lateral prefere que os outros destaquem suas qualidades, mas aponta com naturalidade seus pontos fortes. ?Considero a minha bola parada muito boa, o que exige um treinamento constante e intenso?, disse. ?Mas, também tenho bom rendimento no passe, nos cruzamentos e nos chutes a gol?, emendou. O gol em São Paulo foi o primeiro que marcou com a perna esquerda. ?É algo que treino muito, pois como jogo à frente, sempre surge espaço para você cortar para o meio e chutar. Fui feliz no chute?.
Angelo reconhece que dois pontos precisam ser melhorados: a marcação e o cabeceio. ?O esquema de jogo do Paraná me ajuda muito. E, atuei como ala praticamente toda a minha carreira. Se fosse para jogar no 4-4-2, necessitaria de um tempo de adaptação?, revelou o lateral. ?O Caio Júnior vem me orientando muito e esse diálogo aberto vem contribuindo para a minha evolução.?
Bola de Prata
Com nota 5,95 (de média), Angelo lidera a Bola de Prata da revista Placar na sua posição. ?É o meu primeiro Brasileiro. Ainda tenho muito o que aprender?, disse. Diante dessa postura, garantiu não ter ficado frustrado por não ter sido lembrado para a seleção brasileira na primeira convocação do técnico Dunga. ?Eu nem alimentava essa possibilidade. Uma convocação, se vier, será ao natural e na hora certa.?
Destaque do Paraná, Angelo começou carreira no rival Atlético. Foram quatro anos -entre 2000 e 2004 – nas categorias de base do rubro-negro. ?Tive poucas chances e não ficou mágoa. Segui a vida?, disparou. O jogador, depois de ser dispensado do Atlético voltou para a sua cidade natal, Campo Mourão, e conseguiu projeção com a camisa da Adap. ?Agora, a meta é buscar uma posição de destaque neste Brasileiro. Corremos por fora, é verdade, mas temos bola para surpreender.?
