Paraná Clube vai buscar um time em São Paulo

Três clubes do interior paulista podem ser as principais fontes de reforços do Paraná Clube para a disputa do Brasileirão. Como em anos anteriores, o Tricolor busca qualificar seu elenco, mas sem recorrer a jogadores de renome. O objetivo é encontrar atletas de bom nível técnico e com salários compatíveis ao clube. Além disso, os dirigentes negociam um percentual (geralmente em torno de 20%) dos direitos econômicos dos jogadores no caso de futuras transações.

"É uma forma de assegurar recursos para o Paraná, que está abrindo suas portas para colocar jogadores na principal vitrine do futebol brasileiro", comentou o vice de futebol José Domingos. Nos últimos anos tem sido assim. Uma estratégia para tentar driblar a distância que separa o clube dos demais integrantes da Série A e que recebem cotas muito superiores da tevê. "Não podemos competir na questão salarial e o Paraná não paga nada pelo empréstimo de jogadores", assegurou o dirigente.

Com esta política, o Tricolor, muitas vezes, fica a mercê de empresários. Principalmente diante da atual legislação, onde nem sempre há retorno no investimento feito em categorias de base. Como nos últimos anos o Paraná revelou muito pouco – esta temporada vem sendo uma exceção, onde Alex, Alison e Thiago Neves foram titulares em boa parte do paranaense – a saída é buscar jogadores em clubes que disputam o melhor estadual do Brasil.

Em 2003, o Paraná trouxe, por exemplo, Pierre e Caio do Ituano. Os jogadores foram titulares na melhor campanha da equipe em um brasileiro. No ano passado, os destaques ficaram por conta de Cristian (Ituano), Marcel (União Barbarense) e Axel e Beto (ambos da Portuguesa Santista). Desta vez, o clube volta suas atenções para Ituano, América de São José do Rio Preto e Portuguesa Santista. Curiosamente, as três equipes têm campanhas semelhantes e uma posição intermediária no Paulistão-2005.

Lori Sandri concorda com a política adotada pelo clube, diante da necessidade. "O ideal é que se tenha uma estrutura para não precisar mexer demais no grupo. Mas, agora, a solução é esta, pois precisamos de muitos jogadores para quase todas as posições", destacou o treinador. Lori concorda que se o Paraná conseguir montar "uma seleção" a partir de quatro ou cinco clubes do interior de São Paulo, estará bem servido no brasileiro.

Durval Lara Ribeiro só teve a sua volta oficializada ao cargo de diretor de futebol na última quinta-feira. Mas, há quase 50 dias ele já vinha percorrendo o interior paulista, armando um dossiê sobre os principais jogadores que viu em ação, ao lado do olheiro do clube, Wil Rodrigues. A partir desta lista, Lori Sandri avalizou algumas contratações, que agora entram numa fase decisiva.

"Há um fator complicador: não adianta acertar com o jogador, pois há sempre empresários envolvidos", comentou Vavá. No caso do time de Itu -comandado por Oliveira Júnior -, sabe-se que o Paraná tem interesse em pelo menos três jogadores, os volantes Pierre e Wilson Matias e o meia Juliano. Outras opções para a cabeça-de-área seriam Júlio César e Magal, da Portuguesa Santista. Na Briosa, o Paraná também tem interesse em um lateral-direito. Apesar da escassez do mercado para esta posição, o time de Santos conta com dois alas de bom nível: Nelsinho e Parral.

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