Desarticulado e sem confiança nas finalizações, o Paraná Clube não foi além de um empate diante do frágil Francisco Beltrão. O placar de 2×2 frustrou os poucos torcedores paranistas que estiveram ontem à noite no Pinheirão e as vaias foram inevitáveis. Os protestos começaram antes mesmo de a bola rolar. O Tricolor entrou em campo com uma camisa inteira na cor azul – com pequenos detalhes em vermelho e branco na gola – o que revoltou alguns torcedores de origem colorada.
Esse uniforme é uma versão alternativa preparada pela Le Coq Sportif, nova fornecedora do material esportivo do clube. Hoje (às 18 horas), na sede da Kennedy, serão apresentados os novos uniformes oficiais para a temporada 2003. No jogo, o técnico Caio Júnior surpreendeu ao escalar Edivaldo no ataque, ao lado de Flávio. A opção foi por um time ainda mais agressivo, com dois meias-de-articulação e dois centroavantes. No início, tudo seguia como esperado. O Paraná pressionava e Jéferson arriscou de fora da área, aos 5 minutos, quase marcando.
Dauri desperdiçou uma oportunidade ainda mais clara aos 13 minutos. Edivaldo fez a jogada pela direita e chutou cruzado. Flávio passou pela bola e Dauri, vindo de trás, encheu o pé, mas Guinei salvou. Gradativamente o Beltrão conseguiu equilibrar as ações e Alex quase abriu o placar aos 25 minutos. Aos 31, Luizinho não perdoou. A jogada começou com o goleiro Cássio, que fez a ligação com Rogério, na direita. O lançamento perfeito deixou Luizinho Capanema na cara de Neneca e ele ainda driblou o goleiro antes de marcar.
Pouco depois, o árbitro Sandro Schmidt foi rigoroso ao expulsar o volante Júnior. Com um jogador a mais o Paraná se lançou à frente, mas só ameaçou em novo chute de longa distância de Jéferson. Desta vez, o goleiro Cássio esticou-se todo para tocar pela linha de fundo. Precisando virar o placar e com um jogador a mais, Caio Júnior trocou o volante Émerson pelo meia-atacante Dennys. Com seus dribles curtos ele mostrou serviço logo no primeiro minuto, mas Flávio não aproveitou o lançamento. O empate só saiu mesmo de bola parada.
O zagueiro Ageu bateu de longe e acertou o ângulo superior esquerdo, vencendo o goleiro Cássio. Com a igualdade logo aos 5 minutos, o Paraná partiu para a pressão, mas abriu espaços para os contra-ataques. Flávio quase marcou aos 9 minutos e pouco depois Waldir entrou em campo. Aos 21 minutos ele driblou dois marcadores, mas chutou fraco para a defesa de Cássio. A forte marcação na intermediária impedia a ação de Marquinhos e Dauri e numa fuga rápida de Rogério, a situação se complicou.
Cristiano Ávalos fez pênalti em Alex, aos 29 minutos. Vladimir bateu com precisão e colocou o Beltrão novamente em vantagem. A sorte, então, “bafejou” o atacante Flávio. Dennys levantou na área e o goleiro Cássio calculou mal sua saída e foi encoberto no “quique” da bola. O centroavante tricolor estava atento e só tocou de cabeça para empatar. A pressão nos minutos finais não foi suficiente. Com o empate em casa, o Paraná segue sem vitória no paranaense-2003 e faz clássico decisivo com o Coritiba, domingo, valendo vaga na Copa do Brasil.
Irapitan Costa
Errata
A matéria publicada na edição de ontem da Tribuna, sobre as cotas destinadas pelo patrocinador do campeonato paranaense aos clubes, continha uma informação incorreta. Segundo fonte da reportagem, o Paraná Clube teria direito a receber R$ 220mil. Conforme fax enviado à nossa Redação, esse valor é de R$ 304 mil.