Foto: Aliocha Maurício |
O psicólogo Gilberto Gaertner dá uma de bombeiro nesta reta final e tenta salvar o time do inferno. continua após a publicidade |
O Paraná Clube trouxe um alguém de peso para a reta final do Brasileirão. Se contratações não são mais permitidas, o jeito é ?arrumar a cabeça? daqueles que terão a difícil missão de virar o jogo e garantir a permanência do Tricolor na primeira divisão nacional. E, para isso, o clube acertou o retorno de Gilberto Gaertner à comissão técnica. Psicólogo ou ?bombeiro?, o fato é que o profissional tenta repetir nestas oito rodadas finais o mesmo desempenho obtido em antigas incursões.
Gilberto Gaertner, um especialista na psicologia do esporte, com um extenso currículo em várias modalidades, além do futebol – como vôlei e caratê -, já ministrou atividades para os atletas paranistas. Em 2004, o psicólogo teve duas passagens pelo clube, também em momentos delicados. O primeiro deles, na disputa de um terrível ?torneio da morte?, onde o Tricolor corria riscos de descenso no Campeonato Paranaense. A partir da sua chegada – e com Neguinho no comando técnico – o time deslanchou com cinco vitórias e evitou o desastre.
No mesmo ano, seguiu realizando o acompanhamento psicológico na preparação para o Brasileiro, já com Paulo Campos como treinador. ?O período mais delicado foi na etapa final, muito parecida com o atual momento do Paraná?, recordou Gaertner. O psicólogo – assim como Campos – também saiu do clube e retornou após a era Kleina. Foi a partir desse momento que o Paraná se firmou e conseguiu emplacar uma seqüência de bons resultados, que culminaram com a fuga da degola.
?Vejo pontos positivos nesse grupo. Há lideranças e tecnicamente eles já mostraram potencial?, explicou Gaertner. ?Então, o trabalho é de retomada.? Nessa missão, Gaertner destaca a importância de uma coesão em torno do objetivo. Algo que transcende os muros da Vila Capanema.?É preciso um comprometimento de todos, jogadores, comissão técnica, diretoria e torcida?, comentou. Em relação aos torcedores, foi além. ?Nesse momento, o incentivo que vem de foraé decisivo. Não é momento de desesperança e sim de uma corrente positiva, pelo bem do futebol paranaense?, disparou.
Gaertner acredita que com a casa cheia, o Paraná encontrará um astral positivo para encarar o Flamengo, um adversário direto nessa briga e que hoje tem seis pontos de vantagem sobre o Tricolor. No primeiro dia, Gilberto aplicou atividades de ?resistência psicológica?, visando deixar o grupo equilibrado para a comissão técnica extrair tudo o que necessita para esta decisãode sábado.
?A campanha mostra uma instabilidade. Mas isso é uma situação geral neste Brasileiro. O nosso trabalho – junto com a comissão técnica – é dar sustentação ao grupo, para que eles consigam administrar os problemas, lidar com a adversidade?, analisou o psicólogo. ?Agora, não adianta 80% de coesão. Todos têm que dar de 100% para cima?, finalizou Gilberto.
Sem tempo, Saulo impõe suas idéias
Foto: Valquir Aureliano |
Goiano pode ser a novidade no meio-de-campo contra o Flamengo. |
O técnico Saulo de Freitas, sem dar trégua ao grupo, segue realizando treinamentos técnicos e táticos em dois períodos. Busca introduzir suas idéias de forma emergencial e, diante de algumas experiências, vai procurando a formação ideal para o jogo de sábado – às 16h, na Vila Capanema – contra o Flamengo. No trabalho de ontem, a novidade foi a presença de Goiano no meio-de-campo.
O volante – que chegou a fazer uma infiltração há semanas para acelerar a recuperação de uma tendinite – conversou longamente com Saulo, antes do treino. ?Pelo que ele me passou, serei titular nesse jogo?, disse Goiano, animado. Posicionado à frente da zaga, Goiano terá uma função quase que exclusivamente defensiva, liberando Adriano e Batista para se revezarem na aproximação a Giuliano, o elo entre meio-de-campo e ataque.
Goiano teve apenas uma seqüência de jogos neste Brasileiro. Foi titular por cinco rodadas, no período de transição entre Pintado e Kleina. Depois, passou a conviver com dores no joelho por causa da tendinite e com a chegada de Lori Sandri – e também de Rafael Muçamba – ficou à margem do processo. ?Se o ritmo não é o ideal, supero na força de vontade. É muito ruim ver o Paraná nessa situação e espero ajudar da melhor forma?, disse Goiano.
Quanto à situação do clube, que precisa de quatro a cinco vitórias para se livrar do rebaixamento, Goiano é taxativo. ?Temos que pensar jogo a jogo. Estou focado exclusivamente no Flamengo e nem quero saber o que teremos pela frente. É vencer ou vencer e jogar tudo o que podemos neste sábado, contando com o apoio da nossa torcida?, disse o volante. Goiano acredita que o carisma de Saulo à beira do gramado – e na condição de ídolo da galera paranista -será um ingrediente importante neste duelo.