O Paraná Clube faz hoje – às 17h, no Estádio João Cavalcante Menezes – o penúltimo teste antes da largada da Copa Libertadores da América. Com uma zaga teoricamente mais sólida, o Tricolor defende a liderança do Paranaense diante do Engenheiro Beltrão. O técnico Zetti recupera o 3-6-1, sistema de jogo já enraizado no clube. Neguete é a novidade, como líbero, formando com Daniel Marques e Aderaldo o novo ?paredão tricolor?.
O objetivo maior da comissão técnica é elevar a estatura do time, sabendo que na competição continental terá pela frente um adversário que utiliza muito as bolas alçadas na área. ?Já recebemos algumas informações sobre o Cobreloa. Nos próximos dias, terei acesso a pelo menos uma partida do time chileno, para uma avaliação mais precisa?, comentou Zetti. Se a Libertadores é o foco principal, a ponta do Estadualé a ?bateria? que mantém o grupo mobilizado.
?São competições com perfis distintos. Mas ambas são importantes. Por isso, decidimos não poupar ninguém agora, buscando aumentar a força do nosso conjunto?, explicou o treinador. Até mesmo a longa viagem para o noroeste do Estado serve de ?estágio? para a Libertadores.
?Na próxima semana, também teremos uma viagem desgastante. No Chile, além da altitude, nos depararemos com um estádio acanhado. Então, esse jogo no interior já serve como aprendizado?, frisou o treinador.
Neguete (com 1,82m de altura), une-se a Daniel Marques (1,90m) e Aderaldo (1,82m) na nova zaga tricolor. Com este trio, Zetti também quer testar a eficiência dos garotos Alex e Egídio atuando como alas, com maior liberdade para atacar. ?Hoje, os laterais gostam de jogar assim, sem muita responsabilidade defensiva. Eles têm exemplos de laterais que a todo momento estão marcando gols e isso seduz os garotos?, comentou Zetti. Tanto Alex quanto Egídio se encaixam nesse perfil, jogadores leves, rápidos e quetêm facilidade para chegar no ataque.
O treinador só deixou uma dúvida no ar, que determinará o perfil do setor ofensivo. Com dois meias de criação confirmados – Gérson e Dinélson – Zetti vai escalar apenas um atacante. Ele escolhe, momentos antes da partida, se apostará na velocidade de Henrique ou na presença de área de Lima. Destaque do time nos dois jogos em que atuou, contra Iraty e Nacional, Henrique divide com Gérson a artilharia do time no Paranaense, com dois gols cada. Lima participou dos três jogos, mas só foi titular em um deles e fez um gol, até aqui.
Marcos Leandro quer mostrar serviço em Beltrão
A vida de goleiro reserva não é fácil. Viver à sombra de Flávio, muito menos. Aos 36 anos, o Pantera continua sendo um dos jogadores mais regulares do elenco paranista. Na temporada passada, foi o que mais atuou (55 vezes), tendo desfalcado o Paraná Clube em apenas cinco jogos. Marcos Leandro, hoje titular da meta tricolor, garante que convive bem com a situação, mesmo tendo como objetivo atuar com maior freqüência.
?É claro que quero jogar. Mas estou bem no Paraná, onde o clima é muito bom. Então, quando surge a oportunidade, não posso vacilar?, disse o goleiro. Marcos Leandro recentemente renovou seu contrato com o Paraná por mais duas temporadas.
?O clube vive um grande momento. Estamos nas principais competições e é bom estar num grupo que disputa o Brasileirão e a Libertadores?, disse o goleiro.
Marcos Leandro veste hoje a camisa 1, mas não deverá ser o titular para a largada da Libertadores. Pela previsão dos médicos, Flávio deve voltar à meta já no jogo de sábado, diante do Londrina, pelo Estadual. Com dores musculares na coxa, o Pantera foi poupado da viagem e do jogo contrao Engenheiro Beltrão.
?O importante é fazer o meu melhor. Mostrar para a comissão técnica que estou aí, pronto para qualquer emergência?, disse o reserva paranista.
Engenheiro ainda não perdeu no Estadual
Formado às pressas, depois de ganhar a vaga no campeonato no Superior Tribunal de Justiça Desportiva, no Rio de Janeiro, o Engenheiro Beltrão faz uma campanha razoável. Ainda não foi derrotado, nas duas rodadas que disputou: empatou com o Coritiba (1×1), em Maringá, e também com o Londrina (0x0), em seu estádio. O jogo da primeira rodada, contra o Cascavel, fora de casa, só será disputado no dia 21 de fevereiro, após o Carnaval. O técnico Celinho Spadotti deve fazer apenas uma mudança na equipe, escalando Marcelinho no lugar do atacante Elton, expulso na última partida.
CAMPEONATO PARANAENSE
1ª FASE – 4ª RODADA
Local: João Cavalcante Menezes (Engenheiro Beltrão).
Horário: 17h.
Árbitro: Antônio Denival de Moraes.
Assistentes: Wesley Gomes Silva e José Ricardo Correia.
ENGENHEIRO BELTRÃO x PARANÁ CLUBE
ENGENHEIRO BELTRÃO
Rodrigão; Mohamed, Douglas, Neguette e Gustavo; Tobi, Eurico, Emanoel, Marcelinho e Safira; Beré. Técnico: Celinho.
PARANÁ CLUBE
Marcos Leandro; Daniel Marques, Neguete e Aderaldo; Alex, Goiano, Beto, Gérson, Dinélson e Egídio; Henrique (Lima). Técnico: Zetti.
Renan está suspenso por 120 dias
O departamento jurídico do Paraná Clube teve que ser acionado para conseguir dar condição de jogo ao meia Renan. Tudo por conta de uma suspensão de 120 dias aplicada ao atleta pelo Tribunal de Justiça Desportiva da FPF, no último dia 5 de dezembro. O ?gancho? veio em decorrência de expulsão num jogo da Copa 100 Anos. Julgado à revelia – o Coritiba, seu time à epoca, não apresentou defesa muito menos recurso – Renan teria que ficar afastado dos gramados até o dia 5 de abril.
O advogado Domingos Moro deve ficar encarregado da defesa do atleta e antecipou que há dois caminhos a seguir. O mais simples, entrar com petição para a conversão de metade da pena em doação de cestas básicas. Nesse caso, Renan estaria apto a entrar em campo a partir do dia 4 de fevereiro. Coincidentemente, nessa data o Tricolor tem jogo programado frente ao Coritiba, pela 7.ª rodada do Campeonato Paranaense. A outra saída seria o pedido para a revisão do processo.
A expulsão – de forma direta – ocorreu num jogo do dia 17 de novembro, entre Coritiba e Galo Maringá, aos 45 minutos do segundo tempo. Julgado pelo artigo 253 do CBJD (agressão ao adversário), Renan pegou quatro meses de suspensão. No lance, o meia deu um ?carrinho? e levou cartão vermelho do árbitro Bernélio Sérgio Lima. ?É lamentável a forma como o processo se desenrolou. O Coritiba nada fez para defender seu atleta. O Renan foi abandonado?, disparou o advogado Domingos Moro. Ele está avaliando o processo e tenta buscar imagens desta partida, para então definir se há possibilidade ou não de se buscar uma nova defesa para o meia.
?Dependendo das provas – se for interesse do Paraná e do Renan – podemos ingressar com o pedido de revisão do processo, para tentar limpar a ficha do atleta?, comentou Domingos Moro. Independente do encaminhamento queo departamento jurídico do clube der ao caso, o primeiro passo será a conversão de parte da pena, para que o meia tenha condição de jogo a partir do dia 4, ou seja, logo após a estréia do Tricolor na Libertadores da América.