O zagueiro Neguete vive a expectativa de voltar ao time no jogo deste domingo – às 18h10, no Durival Britto -frente ao São Paulo. Titular do Paraná Clube nas disputas do Paranaense e da Libertadores, ele ainda não atuou nesse Brasileiro. Nem por isso se sente desconfortável com a situação. Acredita na força do grupo e no seu próprio retrospecto no Tricolor.
?Nos últimos anos tem sido assim. Ainda não comecei um Brasileiro como titular, mas sempre terminei a temporada entre os onze?, analisou Neguete.
Experiente – e um dos líderes do elenco paranista -, o zagueiro prefere destacar a força do grupo deste ano, onde ?há ao menos uma sombra em cada setor?. Neguete não esconde a preferência pelo 3-5-2. ?Ainda mais agora, com essa concorrência, sobra mais uma vaga no time para nós zagueiros?, brincou. Na sua avaliação, o diferencial do Paraná está no bom ambiente do grupo, onde o profissionalismo sobressai à vaidade. ?Aqui, a gente sai para treinar com alegria e volta dando risada?, assegurou.
Neguete tem passagens por vários clubes e traz na memória experiências ruins. ?Vi muito grupo onde o que imperava era a trairagem?, disse. O zagueiro vê o Paraná como uma família. ?Aqui, os jogadores não encontram dificuldade na adaptação. É só ver nos últimos anos, o jogador chega e logo está jogando, sem traumas?, explicou. Neguete usou como exemplo dessa harmonia um atleta que ainda passa por testes no clube.
O meia argentino Luciano está há um mês treinando no clube. ?E, já está ambientado. Até a tradicional rivalidade Barsil-Argentina fica de lado aqui na Vila Capanema?, comentou o zagueiro, que deve ser o líbero da equipe frente ao São Paulo. Neguete espera atuar não apenas neste jogo, mas ter a oportunidade para uma nova seqüência entre os titulares. ?Não atuei frente ao Libertad porque estava suspenso. Logo depois veio o Brasileiro e o Zetti decidiu manter a mesma formação que atuou no Paraguai?, recordou Neguete.
Acreditando na máxima que ?em time que está ganhando não se mexe?, o zagueiro espera fazer um grande jogo – desde que sua escalação seja confirmada – para se manter na equipe. ?Quero ajudar e não complicar. Mas, é claro, trabalhando para estar entre os onze?, confirmou Neguete. No treino de ontem à tarde, Pintado escalou Neguete como líbero. Somente na reta final do coletivo ?sacou? o zagueiro para testar outra formatação, num 4-4-2.
Pintado esconde escalação pra domingo
Pintado, ao que tudo indica, vai segurar até o último instante para confirmar a escalação do Paraná para o jogo frente ao São Paulo. ?Vocês já têm a escalação deles??, brincou com os repórteres, especulando sobre a formação do tricolor paulista para esta partida.
No treino tático, realizado na Ethy Sports, fez algumas experiências e hoje comanda um apronto onde deixará mais claras suas intenções para este jogo, o primeiro em casa sob o seu comando.
Sem contar com Adriano, poupado devido a uma forte gripe, escalou Xaves no meio-de-campo, ao lado de Beto.
A expectativa dos médicos, no entanto, é que Adriano possa atuar no domingo. No início do treinamento, armou os titulares no 3-5-2, com Neguete na função de líbero. Somente na segunda etapa do trabalho partiu para a variação tática que já antecipara: escalou Vandinho no meio-de-campo, partindo para o 4-4-2, com a conseqüente saída de Neguete.
Para deixar o time ?mais leve?, trocou ainda Joelson por Éverton.
?São situações de jogo. Ainda não me decidi sobre a formação que iniciará a partida?, despistou Pintado.
O time treinou ontem com Flávio; Daniel Marques, Neguete (Vandinho) e Luís Henrique; Parral, Xaves, Beto, Joelson (Éverton) e Márcio Careca; Vinícius Pacheco e Josiel.
Sandro mata saudades
O meia Sandro está curtindo férias no Brasil e ontem esteve na Vila Capanema revendo amigos. Titular da equipe que fez, no ano passado, a melhor campanha do Tricolor em um Brasileiro, somente agora ele começa a superar os problemas de adaptação no futebol turco. Depois de muitos jogos no banco fechou a temporada jogando no Gençlerbirligi, sexto colocado.
?Não foi um período fácil?, comentou o jogador. ?Logo no primeiro mês me deparei com um frio terrível, com muita neve?, recordou. O clima, no entanto, não foi o maior problema. ?O técnico não gosta de brasileiros. Foi complicado. Quando cheguei, ele já tinha dispensado o Marcinho – que está no Atlético Mineiro – e foi logo avisando que não me queria no grupo?, contou Sandro. O treinador – Messuti Bacal -?caiu?, após um desentendimento com o presidente do clube, que segundo Sandro, cobrava a presença do jogador entre os titulares.
O meia contou ainda que perdeu peso por não se adaptar à alimentação da Turquia e, dentro de campo, teve que encontrar seu espaço no estilo de jogo daquele país. ?É muito balão para a área e carrinho por todos os lados?. Sandro, que até entrou em alguns jogos ao longo da temporada, só teve uma seqüência na reta final da competição. ?Fiz os três últimos jogos e marquei um gol?, contou. Sandro retorna à Turquia no dia 23 de junho e espera, com um novo treinador, se firmar na equipe, com quem assinou contrato até o final de 2009.
