Na sexta-feira passada, a CBF divulgou a tabela básica da Série B do Campeonato Brasileiro. Com o roteiro pré-definido, torna-se visível o tamanho do problema em relação às muitas coincidências de datas entre a competição nacional e Divisão de Acesso do Paranaense. Na prática, o Paraná Clube tem, entre Segundona e Série B, 21 jogos programados para um período de apenas 44 dias (de 19 de maio a 1º de julho). Ou seja, a cada dois dias o Tricolor teria que estar em campo. Pior: pelo menos oito jogos do Paraná Clube pelo torneio estadual estão “comprometidos”, diante da necessidade de um intervalo mínimo de 66 horas entre as partidas, segundo a legislação da Confederação Brasileira de Futebol e da própria Federação Paranaense de Futebol.
Apesar do discurso da entidade local, imputando ao Paraná a necessidade de contar com um grupo grande o suficiente para atender à demanda de jogos, no íntimo a FPF sabe que ações judiciais poderão impedir a realização da Segundona nos três meses idealizados por Amilton Stival. A FPF só não explica o tratamento distinto dado à Segundona, por conta da insistência de realizar as suas três divisões em períodos distintos. O calendário da Primeira Divisão do Campeonato Paranaense, por exemplo, respeita as datas CBF e em dias de jogos da Copa do Brasil não há rodada do Estadual. Mesmo procedimento deveria ser aplicado à Segundona, em relação às datas da Série B.
A diretoria do Tricolor, após a divulgação das tabelas, evita qualquer colocação mais contundente. “Estamos mantendo um bom diálogo e buscando soluções”, diz o superintendente Celso Bittencourt. “Procuramos uma solução geral, não adianta só resolver parcialmente a questão e deixar pontas soltas”. A colocação de Bittencourt diz respeito, por exemplo, à primeira coincidência de datas. No dia 20 de maio (domingo) o Paraná joga contra o Grecal, pela 6ª rodada da Divisão de Acesso. Pela tabela da Série B, na véspera (dia 19), o Tricolor estreia na competição nacional, jogando em casa contra o Guarani. Se essa partida contra o Bugre fosse programada para o dia 18 (sexta), seria possível manter o jogo de domingo, segundo a prerrogativa da FPF. O problema é que a Federação estabeleceu uma tabela sem qualquer folga – as rodadas são sempre quartas e domingos -, o que torna difícil imaginar o encaixe de tantas partidas acumuladas.
