Goiano será um dos veteranos
no jogo em Porto Alegre.

Com um retrospecto ruim fora de casa (somente 11,1% de aproveitamento), o Paraná Clube se prepara para encarar um adversário empolgado e ofensivo. Após o tropeço do Cruzeiro na quarta-feira, o Internacional vê no jogo de amanhã – às 16 horas, no Beira-Rio – a possibilidade real de chegar à ponta do Brasileirão-2003. O Tricolor tenta colocar a cabeça no lugar e recuperar sua posição no grupo de frente da competição. Após “lavar roupa suja” no início da semana, os jogadores prometem muito empenho para garantir a reabilitação diante de um tradicional rival.

Paraná e Inter sempre realizaram grandes duelos e os paranaenses levam ligeira vantagem. São oito vitórias, sete empates e seis derrotas. Curiosamente, o Paraná Clube não obtém vitória fora de seus domínios desde o dia 28 de setembro do ano passado. E o último triunfo aconteceu justamente no Beira-Rio, quando Maurílio garantiu a festa paranista (2×1), de virada. “Fiz dois gols e saímos do sufoco naquele momento. Por que não repetir da dose?”, disparou o atacante. Este “jejum” de quase nove meses traz insegurança ao grupo.

“É hora de esquecer estes números, fazer um bom jogo e somar pontos, pois estamos nos distanciando dos líderes”, lembrou o meia Caio. Pelo perfil tático trabalhado até aqui por Adílson, Caio terá dupla função neste jogo. Além de compor o meio-de-campo, terá a missão de encostar em Maurílio com velocidade para tentar vencer a zaga adversária. Com a volta de Fernandinho, o Paraná passa a utilizar dois meias pelos lados do campo, buscando maior eficiência nos contragolpes.

Congestionando o meio-de-campo, o técnico Adílson Batista quer garantir a retomada da posse de bola. Mesmo reconhecendo a qualidade dos jogadores colorados – citou Daniel Carvalho, Diego e Nilmar – o treinador não pretende recorrer à bloqueios individuais. “Não gosto deste estilo de marcação. Se o adversário é inteligente, ele arrasta este marcador e abre espaços para os companheiros”, disse. Adílson pretende conter os avanços do time gaúcho numa marcação por zona. Trabalhou o time com dois volantes, tendo Goiano como substituto de Fernando Miguel, também suspenso.

Mesmo tendo utilizado a mesma equipe em todos os trabalhos da semana, Adílson Batista deixou no ar a possibilidade de recorrer ao 3-5-2. “Conversei com o Fernando Lombardi e ele está pronto caso eu decida mudar o perfil tático”, disse. Neste caso, Ageu ficaria como “zagueiro da sobra”. Porém, a tendência é que o Paraná enfrente o Internacional com Flávio; Valentim, Cristiano Ávalos, Ageu e Fabinho; Pierre, Goiano, Marquinhos e Fernandinho; Caio e Maurílio. Somente uma vitória dissiparia as “nuvens carregadas” que rondam o clube após duas derrotas consecutivas para equipes de menor expressão – Paysandu e Juventude – o que colocou o trabalho de Adílson em xeque.

Fernandinho dá a volta por cima

O meia Fernandinho já comemora o retorno à condição de titular. O técnico Adílson Batista ainda não confirmou, mas a seqüência de treinos mostra que ele é a primeira opção do treinador para suprir a ausência do centroavante Renaldo, suspenso. Com o meia, o Paraná Clube teria um meio-de-campo mais compacto e variações pelos lados do campo. Este é o primeiro passo para Fernandinho recuperar definitivamente uma vaga no time.

“Estou caprichando nos treinos e esperando uma chance. Parece que ela agora está bem próxima”, comentou o jogador. Desde que foi lançado no time, na segunda rodada do Brasileirão, Fernandinho sempre foi titular antes da troca no comando técnico. Adílson Batista assumiu o posto de Cuca e sua primeira mudança atingiu diretamente o meia. “Ele optou por mais um atacante. Foi uma alteração tática, não significa que fui ?barrado?. Não é bom ficar de fora, mas um time não pode ter apenas 11 jogadores e eu entrei em todas as partidas”, lembra. “No meu contrato não está escrito que tenho que ser titular, então, não há motivo para ficar descontente.”

Fernandinho reconhece que não conseguiu ainda reeditar a performance que mostrou na sua estréia, quando o Paraná goleou o Atlético Paranaense (3×0). “Fiz um gol e ainda perdi um pênalti e sei que foi minha melhor atuação.” Mesmo sem ter saído do time, Fernandinho passou a conviver com dois problemas. Vinha de uma competição desgastante (chegou às finais em Santa Catarina) e por isso não participou do período de preparação para o brasileiro. Para complicar, reclamava após os jogos de dormência nos pés.

“Com a mudança no time, coloquei na cabeça que precisava fazer sombra aos titulares e treinar forte para estar em plenas condições quando a oportunidades surgisse”, disse. O jogo de amanhã pode servir para reabilitar não apenas Fernandinho, mas todo o grupo. Os sucessivos tropeços frente equipes de pouca expressão trouxeram “velhos fantasmas” de volta ao corredores de Vila Capanema. “O nosso time é bom e vai dar a volta por cima”, confia Fernandinho.

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