O esquema está definido (3-5-2), assim como a volta do goleiro Flávio. Porém, o técnico Luiz Carlos Barbieri não pretende antecipar a formação do Paraná Clube para o clássico do próximo sábado – às 16h, no Pinheirão -, frente ao Coritiba. Deixou no ar dúvidas no meio até no ataque, já que Borges e André Dias foram poupados do treinamento de ontem. Mesmo sendo seu primeiro clássico paranaense, o treinador paranista já entrou no clima e faz do suspense um ingrediente a mais para este jogo, que define os rumos das equipes no Brasileirão.
?Faz parte de um duelo doméstico. Não é determinante para o sucesso, mas não vejo mal algum em adiar um pouco a definição do time?, comentou Barbieri. Otimista com a ascensão técnica do Tricolor nas últimas partidas, o treinador tem a seu favor o fato de contar com praticamente todo o elenco.
Além do goleiro Flávio, os volantes Beto e Rafael Muçamba também foram liberados pelo departamento médico. ?É claro que os dias em tratamento afetaram o condicionamento físico. Isso será pesado na hora da definição do time?, comentou Barbieri, que pode, assim, optar pelas permanências de Pierre e Mário César.
Depois de ter sua presença colocada em dúvida – por conta de dores na coxa esquerda -, Mário César já participou de parte do treino de ontem à tarde. ?Foi só um susto. Fiz os exames e não houve lesão muscular. Tô pronto?, avisou o jogador, sabendo que agora a disputa por uma vaga no time será ainda mais intensa. ?Quem ganha com isso é o nosso treinador e o Paraná?, frisou.
Barbieri confirmou, após uma conversa com o preparador de goleiros Jair Leite, o retorno de Flávio à meta paranista. Recuperado de uma lesão na coxa esquerda, o Pantera fez um treino específico ontem pela manhã, batendo na bola com segurança. ?Fiz todos os movimentos e estou bem. Agora, é só esperar a seqüência dos treinos?, disse Flávio. A preocupação da comissão técnica restringia-se à reposição de bola, com chutes longos e cobranças de tiros de meta.
Flávio lesionou-se na primeira rodada do returno, há exatos 35 dias. Desde então, Darci ocupou a vaga e viveu o pior momento do time no Brasileiro (com as quatro derrotas consecutivas). Hoje, ?devolve? a camisa 1 ao Pantera com o time novamente ?nos trilhos?. ?Este clássico é decisivo e acredito no potencial do nosso time, que voltou a jogar bem. Espero um retorno com vitória?, finalizou Flávio.
No Pinheirão não tem pra ninguém
O Paraná Clube quer fazer do ?fator campo? seu grande trunfo no clássico de sábado. O confronto é marcado pelo equilíbrio, sendo que no geral há uma igualdade absoluta: 26 vitórias para cada lado e 23 empates. Se o Coritiba ostenta um melhor rendimento nos duelos em Brasileiros, o Tricolor tem a seu favor o fato de nunca ter perdido – em jogos da Série A – jogando no Pinheirão.
Depois de passar um bom tempo ?exilado? – ficou sem jogar em casa durante um mês -, o Paraná voltou ao estádio da FPF em grande estilo. Goleou o Brasiliense (4×1) e mostrou que no seu território é um time eficiente. O Tricolor perdeu apenas um jogo no Pinheirão, mesmo assim num momento de transição, quando estreou no Brasileiro ainda sem os reforços contratados para a competição (0x2 Goiás).
Desde então, o Tricolor colecionou seis vitórias e três empates. ?É nossa casa. O time fica mais solto e confiante quando jogamos no Pinheirão. É uma situação natural?, comentou o zagueiro Daniel Marques. Em Paratibas válidos pelo Campeonato Brasileiro no Pinheirão, o Paraná jamais perdeu para o rival alviverde. Apenas três jogos, no entanto, foram realizados, com duas vitórias e um empate.
No geral, em partidas pela Série A, o Coritiba é quem leva a melhor, com 6 vitórias, 5 empates e 2 derrotas. ?São questões interessantes para motivar os times e as torcidas, mas não define quem vencerá. É jogo de detalhe, onde quem entrar mais ligado, leva a melhor?, lembrou o artilheiro Borges. No primeiro turno, o Paraná levou a pior, jogando no Couto Pereira, e perdeu por 2×1, em jogo onde todos os gols foram ?de bola parada? (um pênalti e duas faltas).
Se valer o retrospecto – e pela média de gols do campeonato – a tendência é que o resultado menos provável seja o empate sem gols. Afinal, nos 13 clássicos disputados na Série A, houve apenas um 0x0, justamente no primeiro confronto, em 1993. Este placar, aliás, só se repetiu seis vezes ao longo dos 75 clássicos realizados ao longo dos mais de 15 anos de rivalidade.