Sob uma aura de mistério, o Paraná Clube entra em campo hoje – às 20h30, na Vila Belmiro – disposto a aplicar uma peça no Santos. Sem vencer há quatro rodadas, o Tricolor tenta um ?sprint? na reta final do turno, para fechar essa fase não tão distante da ponta de cima da tabela. O técnico Gilson Kleina joga com todas as armas na tentativa de fisgar o Peixe, anulando os principais destaques do clube paulista.
Com humildade, não esconde que irá priorizar a marcação. Em especial sobre o polivalente Kléber. ?É um jogador diferenciado. Guardadas as proporções, tem um estilo parecido com o do Paulo Baier?, comparou o treinador paranista. Mas como anular um jogador que atua com perfeição tanto na ala quanto na meia e ainda tem o pé calibrado nas cobranças de faltas? Este é apenas um dos desafio do Paraná hoje à noite.
Além de trabalhar o time a partir das observações sobre o adversário, Kleina fez questão de reunir os dezoito jogadores relacionados para esta partida, antes da viagem. Apresentou um compacto com as variações táticas aplicadas por Luxemburgo ao longo do último jogo, onde o Santos goleou o Flamengo. ?Na Vila Belmiro, não tem outro jeito: é marcar. Além disso, você não pode ser previsível?, destacou o treinador paranista.
E é essa previsibilidade que Gilson Kleina tenta exorcizar do seu time. A todo momento, cobra maior improviso dos atletas, mas sem abrir mão de um rigoroso posicionamento. ?Vi um Paraná muito mecanizado. Com poucas variantes e, até por isso, facilmente bloqueado?, justificou o treinador. ?Temos que marcar, sim. Mas atentos para encaixar a nossa maior virtude: a velocidade dos contragolpes?, explicou.
Gilson Kleina enumerou as muitas variações táticas que Luxemburgo já conseguiu incutir na mente de seus jogadores. ?Tanto que o Santos troca de postura sem que ele precise mexer no time?, destacou Kleina. Ainda em busca de afirmação no disputado mercado de treinadores, o comandante paranista se diz pronto para surpreender ?um dos melhores técnicos do mundo?. Na sua visão, o mais importante é fazer com que o Tricolor volte a vencer o quanto antes.
?O grupo recuperou confiança com o empate contra o Botafogo. Agora, precisamos manter o bom astral. E somar pontos?, destacou. Kleina só não deu pistas sobre a escalação do time. Antecipou apenas a presença do capitão Beto, que volta após cumprir suspensão.
A rigor, não deve mexer muito na formação da última jornada, mas deixa no ar a real possibilidade de adotar uma nova postura tática hoje, capaz de marcar com precisão e atacar com velocidade.
Na Vila, tem de matar o jogo
O Paraná Clube pode adotar uma formação, em teoria, extremamente cautelosa. Uma saída para encarar de frente a natural pressão que Santos exerce sobre seus concorrentes na Vila Belmiro. O volante Adriano vai hoje para o seu quarto confronto com o Peixe na temporada. E acredita na primeira vitória. No Paulistão, pelo Bragantino, foram dois empates (no Pacaembu e no Morumbi, pelas semifinais) e uma derrota (em Bragança Paulista).
?O time do Bragantino era competitivo. O Paraná tem mais qualidade, mas é preciso saber matar o jogo?, frisou o jogador. Para Adriano, jogando em casa o Peixe oferece raras oportunidades aos adversários. ?Por isso, temos que ser mortais nos contragolpes. Não dá pra ficar perdendo gols?, destacou. O volante pode atuar, hoje, ao lado de outros dois meias-de-contenção. Pelo menos em parte do treino de terça-feira (um trabalho fechado à imprensa), Kleina armou a equipe com Adriano, Beto e Serginho.
?Não sabemos de nada?, disfarçam os jogadores, seguindo à risca a cartilha do treinador, que não quer dar armas a Luxemburgo. Se escalar Serginho, o treinador abriria mão de Renan, deixando a equipe mais compacta para amarrar o Santos. Além dessa dúvida – e até mesmo da eventual volta de Márcio Careca ? o treinador não deu pistas se armaria o Paraná novamente no 3-5-2 ou se repetiria o mesmo posicionamento aplicado diante do Botafogo, quando Luís Henrique atuou como lateral-esquerdo.
BRASILEIRO
18ª rodada
SANTOS x PARANÁ CLUBE
SANTOS
Fábio Costa; Marcelo, Adaílton e Domingos; Alessandro, Rodrigo Souto, Dionísio, Pedrinho e Kléber; Marcos Aurélio e Kléber Pereira.
Técnico: Vanderlei Luxemburgo.
PARANÁ
Flávio; Daniel Marques, Nem e Luís Henrique (Márcio Careca); Léo Matos, Beto, Adriano, Renan (Serginho) e Vinícius Pacheco; Vandinho e Josiel.
Técnico: Gilson Kleina.
SÚMULA
Local: Vila Belmiro (Santos).
Horário: 20h30.
Árbitro: Gutemberg de Paula Fonseca (RJ).
Assistentes: Marcos Tadeu Peniche Nunes (RJ) e Wagner de Almeida Santos (RJ).
