Gilmar foi bem e deve ser mantido na equipe para o jogo contra o Galo, quinta-feira, no Mineirão. |
O Paraná Clube – sustentado por uma boa atuação frente ao Paysandu – parte agora em busca de sua primeira seqüência de bons resultados no Brasileirão. Com aproveitamento de apenas 37,04%, o Tricolor encara o Atlético Mineiro nesta quinta-feira, às 20h30, no estádio Mineirão. Mais um jogo “de seis pontos” valendo um distanciamento significativo da zona de rebaixamento. Com cinco vitórias na competição, o time quer, agora, uma “dobradinha” para arrancar de vez rumo a uma posição mais confortável.
No momento do jogo em Minas Gerais, o técnico Gilson Kleina estará completando um mês à frente do Paraná. Entre idas e vindas – contratações e dispensas -, dá sinais de já ter um conhecimento razoável do grupo e tem procurado uma maior coesão entre todos os atletas. Na última sexta-feira, organizou uma “dinâmica de grupo” bem assimilada pelo elenco e com resposta imediata. “Foi uma conversa franca, onde todos puderam se abrir. Às vezes, o jogador tem certas dificuldades e ninguém fica sabendo”, comentou o meia Cristian, um dos destaques do time na vitória sobre o Paysandu.
A postura mais ousada, com meias que têm qualidade no drible e dois centroavantes, deve ser mantida para a próxima partida. “É uma questão de ajustes. Se houver sentido coletivo, com a participação de todos na marcação, é possível que a equipe seja mantida”, avisou Kleina. A situação do clube, na 18.ª posição, faz com que o técnico pense seriamente em “arriscar” um pouco mais fora de casa. “Já jogamos com cautela e mesmo assim perdemos, como em Porto Alegre (goleada de 4×0 para o Grêmio, no Olímpico)”, lembrou.
Para a comissão técnica, uma vitória em Belo Horizonte representará um salto de qualidade e a conquista da confiança necessária para a reta final do primeiro turno. A diretoria, logo após o revés frente ao Grêmio, estabelecera como meta a conquista de pelo menos dez pontos nos seis jogos restantes. Agora, faltando cinco rodadas (e já tendo somando três pontos), o Tricolor busca superar esse objetivo. Fará, no entanto, três jogos fora de casa (onde ainda não venceu) – além de Atlético Mineiro, pega Goiás e Fluminense -, e só jogará em seus domínios contra Criciúma e Internacional.
Paraná Clube começa a arejar a equipe
A reformulação já teve início. Como previsto, sem “traumáticas” listas de dispensas. Eventualmente, alguns jogadores deverão ter seus contratos rescindidos, mas a primeira opção continua sendo o “encaixe” destes atletas colocados em disponibilidade pela comissão técnica. O centroavante Adriano foi o primeiro a definir sua transferência. Ele viaja hoje à noite para a Coréia do Sul, onde atuará pelo Busan-I?cons até o final do ano.
O atacante de 23 anos iniciou o Brasileirão como titular. Perdeu, na seqüência, a posição para Chokito (outro que também deve estar deixando o clube) e com a contratação de Wellington Paulista viu seus espaços reduzidos. Ainda foi titular contra Ponte Preta e Coritiba, mas a partir da troca no comando técnico, só foi utilizado no banco de reservas. Entrou no jogo contra o São Caetano, mas, com as chegadas de Maranhão e Sinval, sabia que dificilmente voltaria a ser aproveitado. Atleta do Iraty, Adriano fez um gol com a camisa do Paraná. Na transação, o Tricolor receberá 20% do valor do empréstimo (cifras não reveladas).
Outros sete jogadores do atual elenco devem sair nos próximos dias. Este trabalho de “esvaziamento” das prateleiras deve prosseguir até o fim-de-semana. A partir de segunda-feira, o objetivo é entregar ao técnico Gilson Kleina um grupo com 25 jogadores, para então partir em busca de dois ou três reforços. É certo que o Paraná deve tentar dois laterais. Assim, a tendência é que Alex Silva tenha seu contrato rescindido e que Edinho (que está vinculado aos tetra-campeões mundiais Jorginho e Bebeto) seja negociado. Outros jogadores estão sendo pretendidos por equipes das séries A e B. O meia Nélio está nos planos do Guarani e o zagueiro Carlinhos estuda proposta do Londrina.
A diretoria não cita nomes e o próprio Gilson Kleina evita comentários sobre eventuais carências. “O caso está sendo definido pelos dirigentes”, diz o treinador. Desde a sua chegada, Kleina sempre deixou explícita a sua preocupação pelo elevado número de atletas que compunham o grupo (chegando a um total de 37 jogadores). A partir de agora, espera maior tranqüilidade para mobilizar o grupo e definir o quanto antes a equipe-base para a seqüência da competição. “Acho importante que cada um saiba seu espaço, até para que a briga por posição seja mais clara e justa”, avisou o técnico.
Um novo patrocinador para o clube
Gisele Rech
Há uma luz no fim do túnel. Após passar maus bocados nas finanças – o que não deixou de refletir no futebol – o Paraná Clube aos poucos vive novas perpectivas. No início deste mês, o clube prorrogou o patrocínio com a Empalux (empresa de material elétrico) até dezembro de 2005 – o que significa mais 18 meses de contribuição mensal. E até sexta-feira, o Tricolor oficializa contrato de patrocínio com a empresa de telefonia celular Claro, que já é parceira da dupla Atletiba.
“O grande problema que enfrentamos para fechar com a Claro foi a resistência inicial da empresa ao co-patrocínio. Não poderíamos abrir mão da Empalux”, diz superintendente do clube, Luís Carlos Casagrande, o Casinha. Sem revelar valores, o dirigente assegura que o contrato com a Empalux é maior do que com a Claro, um pouco em função da exclusividade. Por causa disso, a marca Empalux continuará impressa na parte frontal do manto paranista e a marca da Claro ficará na manga e no calção do uniforme.
Apesar de manter valores sob sigilo, Casinha não esconde a satisfação do clube com a injeção de capital. O aumento da cota de televisão – estima-se que o aumento tenha sido de R$ 60 mil ao mês, somado aos patrocínios mensais da Empalux e agora da Claro – devem equilibrar as despesas, ao menos, do departamento de futebol do clube. O contrato assinado com a Claro é de 12 meses, o que garante um certo alívio por pelo menos mais um ano.