Paraná Clube tenta sair da crise

Em meio ao seu pior momento na temporada, o Paraná Clube tenta evitar que a crise se instale na Vila Capanema. Já são cinco jogos sem vitória, quatro deles sem marcar gol. Um péssimo retrospecto para um grupo que chegou a liderar o Brasileiro e por nove rodadas esteve na zona de classificação à Libertadores. Nem jogadores nem comissão técnica encontram justificativas para a vertiginosa queda da equipe, que agora está em 12.º lugar e muito próximo da zona de rebaixamento.

Um quadro que gera insegurança também intramuros. Após a derrota para o Santos – 2×0, na Vila Belmiro – o volante Serginho foi duramente criticado, pelo técnico Gilson Kleina e pelo vice de futebol José Domingos. A reação foi imediata e ontem alguns jogadores criticaram a atitude dos comandantes. ?Quem respeita quer respeito?, disparou o zagueiro Neguete. O jogador não escondeu a insatisfação com o fato da culpa pela derrota ter sido imputada apenas a um jogador. ?Aqui, quando ganha, ganha todo mundo. Não é certo jogar tudo nas costas de apenas um jogador?, lamentou.

Serginho não comentou o fato, mas nas palavras de Neguete estava ?transtornado? pela derrota e pela forma como tudo aconteceu. ?Ele entrou em campo com o intuito de ajudar, fora de sua posição. Não merece ser crucificado por um deslize, por 5 segundos de bobeira?, disse Neguete, em defesa do amigo. O capitão Beto foi menos incisivo, mas também comentou que cobranças devem ocorrer internamente. ?Erros individuais ocorrem a todo instante. A derrota foi do grupo, não de um atleta, apenas?, comentou Beto.

Não bastassem os problemas técnicos – Gilson reconheceu que o Paraná deixou de ser surpresa e por isso não tem conseguido impor seu jogo de contragolpes – a comissão técnica terá agora que ?apagar o incêndio?. Encontrar uma fórmula para impedir o racha do grupo. O primeiro passo foi uma longa reunião ontem à noite, para a avaliação detalhada do elenco paranista. Os dirigentes falam em cortes, diante do inchaço do grupo, hoje com quase quarenta jogadores.

Ninguém quis confirmar o futuro de Serginho. ?Estamos analisando a questão?, limitou-se a dizer o vice de futebol José Domingos. Com a chegada de mais dois jogadores – Rodrigo Beckham e Paulo Rodrigues – e a eventual contratação de mais um atacante, o Tricolor deve partir para dispensas – ou cessão de alguns jogadores para outros clubes interessados. Sob a mira da guilhotina e sob turbulência, o Tricolor faz amanhã um jogo de risco, que definirá os rumos da equipe para o segundo turno da competição.

Novo reforço está com fome de bola

Foto: Valquir Aureliano

Rodrigo Beckham não vê a hora de entrar em campo e ajudar o Paraná a espantar a crise, que já ronda a Vila Capanema.

O meia Rodrigo Beckham, 31 anos, foi apresentado oficialmente ontem à tarde. Os detalhes finais do contrato foram ajustados em Santos, numa reunião entre os dirigentes do Paraná e o pai e procurador do atleta. Se o clube busca a volta por cima no Brasileirão, Rodrigo quer aproveitar a oportunidade para relançar a sua carreira, que esteve a pique de ser precocemente encerrada, há dois anos.

?Tive um momento delicadíssimo na minha vida. Muito pior que as lesões que sofri?, revelou o jogador. Uma referência à doença de sua esposa, Irina. Hoje, recuperada de um câncer, ela é a maior incentivadora de sua volta aos gramados, não apenas para jogar, mas para voltar a conquistar títulos e prestígio. ?Foi uma lição de vida. Hoje, me sinto muito mais maduro e forte?, disse o meia tricolor.

Rodrigo não vê a hora de estrear. ?Por mim, ia pro jogo já neste domingo. Quero e preciso jogar, para recuperar o ritmo?, afirmou. O meia ficou mais de um mês trabalhando no Refis do São Paulo. ?Foi um período importante, onde trabalhei o equilíbrio muscular. Me sinto bem como há tempos não ocorria?, disse Rodrigo, cheio de energia. Um perfil que pode ser decisivo neste momento de tensão do Tricolor.

?É na dificuldade que surgem as oportunidades. Então, tenho que estar pronto para dar o meu melhor quando for chamado?, disse Rodrigo. O jogador assinou contrato até o fim do ano, com opção de renovação para a temporada 2008. ?Sei que a cobrança existirá. E estou pronto para assumir essa responsabilidade. Acredito que o Paraná tem tudo para fazer uma grande campanha, independente dos recentes resultados ruins?, finalizou Rodrigo Beckham.

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