Galvão que era esperança de gols,
está em “branco” há três jogos.

Calma, capricho e sorte. A falta destes três “ingredientes” compromete o “tempero” do Paraná Clube. O técnico Paulo Campos reiterou ontem a importância de seu time ser mais pragmático, preciso nas finalizações. Pela sua análise, a maioria dos clubes que estão na ponta da tabela não estão criando 50% sequer das oportunidades armadas pelo Tricolor. Os cinco pontos perdidos frente a Botafogo e Ponte Preta prejudicam o aproveitamento do clube, relegado à 14.ª posição. Caso mantivesse rendimento máximo em casa, ocuparia hoje a sexta colocação, dois pontos atrás dos líderes.

“É duro comentar sob hipóteses. Mas, é inegável que nestes dois jogos, fizemos por onde conseguir a vitória. Os resultados foram imerecidos”, comentou Paulo Campos. O técnico, no entanto, sabe que o “detalhe” do gol faz a diferença e não esconde a preocupação com a falta de pontaria dos jogadores paranistas. Por mais que o goleiro Jefferson tenha “fechado o gol”, o Paraná repetiu os deslizes das últimas jornadas. Contra Ponte Preta e Guarani, os atacantes “passaram em branco”, mas o problema é anterior a isso. O último gol marcado por atacantes – Fernando, que fez o gol no sábado, é meia – foi na vitória sobre o Cruzeiro, há mais de um mês.

Falta de treino, não é o caso. Há sessões específicas de finalizações semanalmente. Isso sem contar os treinamentos coletivos. “O problema está ocorrendo na hora do jogo, onde pesa a experiência, a calma e a qualidade do jogador”, comentou Paulo Campos. Com cinco atacantes no grupo – além de Galvão, o treinador conta com Adriano, Chokito, Wellington Paulista e Da Silva – as variações têm sido testadas, mas há ainda um obstáculo: as sucessivas lesões. Wellington Paulista e Chokito não conseguiram, até o momento, uma seqüência de treinos, reduzindo significativamente as opções da comissão técnica.

Para piorar, o Paraná tem tido péssimo aproveitamento em “bolas paradas”. Nos recentes tropeços em casa, o Paraná teve, em média, 15 escanteios e não levou perigo às defesas adversárias. “Não há uma explicação precisa. Talvez seja a ansiedade, pois temos o Cláudio e o Fernando, só que nos jogos, as cobranças deixam a desejar”, reconheceu o treinador. Para Campos, é momento de mais concentração e, principalmente, de personalidade. “Não admito jogador de cabeça baixa, pois fizemos um bom jogo. não quero ver ninguém abatido”, avisou.

Mudanças na retaguarda

Após alterar o ataque – deslocando Fernando para frente -Paulo Campos agora prepara uma mudança estrutural na defesa. Sem a dupla de volantes titular (Axel e Beto estão suspensos pelo terceiro amarelo), o técnico Paulo Campos pretende se defender com três zagueiros. A variação já foi testada num treino tático, ontem à tarde, com Carlinhos formando o setor ao lado de Lombardi e Baresi.

“Não sei se vai ser o time, mas como a mudança é significativa, já comecei a trabalhá-la no primeiro dia”, comentou Campos. O trabalho foi em campo reduzido e com mais jogadores no gramado (12 para cada lado), mas a formação deve ser utilizada também no coletivo de amanhã. “É uma forma de tentarmos anular a dupla de atacantes do Vasco, pois o Valdir e o Alex Alves têm qualidade e experiência”, disse Campos. A aplicação da estratégia tem muito a ver com a ausência de Petkovic, expulso frente ao Palmeiras.

Com a nova defesa, Paulo Campos pretende equilibrar o meio-de-campo com apenas um volante – no caso, Nilson – deixando o setor ofensivo com a mesma formação do jogo anterior, ou seja: Marcel, João Vítor, Fernando e Galvão.

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