O Paraná Clube tenta hoje derrubar o tabu de jamais ter vencido o América-RN jogando em Natal. Um resultado positivo, às 21h, no Machadão, também seria uma espécie de “pá de cal” no time potiguar, lanterna da competição e virtualmente rebaixado para a Terceirona.
Já sem alimentar qualquer chance de acesso – por mais que a matemática permita sonhar – o Tricolor quer apenas um fim de temporada digno e o técnico Roberto Cavalo luta para se manter invicto à frente do clube, jogando fora de casa.
No ano passado, foram sete jogos. Desta vez, já são três partidas sem derrota na condição de visitante. “É uma marca, sem dúvida. Mérito para os jogadores que acertaram o jeito de marcar”, diz Cavalo, que nunca escondeu a preocupação, quando da sua chegada, com a fragilidade defensiva do time.
Afinal, quando assumiu, Cavalo ainda convivia com os efeitos da humilhante goleada (6×1) sofrida para a Portuguesa. “Fica aquela sensação de que podíamos estar na briga. Mas, a missão foi cumprida”, disse o técnico, logo após a vitória diante do América-MG.
Segundo o site Chance de Gol, o clube que atingir 61 pontos tem 25,4% de chance de acesso para a Série B. Vencesse todos os jogos, o Paraná atingiria essa marca.
Mas nem mesmo essa matemática improvável serve de “item” para uma mobilização. Na visão da comissão técnica, o que move o grupo, nesta reta final, é a possibilidade de assegurar um melhor contrato profissional, no próprio Paraná ou em outro clube.
“Todos estão sendo observados, sempre. Se você joga bem, se valoriza e pode discutir um melhor contrato. No futebol é assim”, afirmou Roberto Cavalo. O Paraná, como ocorre a cada fim de temporada, tem uma série de jogadores cujos contratos estão findando.
Boa parte do atual elenco não permanecerá para o ano que vem, por mais que a diretoria evite falar em listão de dispensas. “Isso não existe. Há, é claro, uma conversa com a comissão técnica. Aqueles que não estão nos planos, não terão seus contratos renovados. É a ciranda do futebol”, resumiu o diretor de futebol Guto de Melo. Nas previsões do dirigente, após o retorno de Natal, o clube poderá a definir alguns detalhes, antecipando a implantação do projeto para 2011.
Vai ser neste clima de “fim de feira” que o Paraná cumprirá os cinco jogos que tem pela frente, ao longo deste mês. E se os pontos em si têm pouco peso neste instante, fica ao menos para os paranistas o consolo de poder ver em ação Henrique e Kelvin definindo a nova cara do clube para a próxima temporada.
