Paulo Campos “rodou a baiana”
e reprovou seu time.

Após a “lua-de-mel” a comissão técnica já convive com a primeira “crise” no Paraná Clube. Por mais que a situação não seja desesperadora – o Tricolor soma 10 pontos, na 14.ª colocação – pela primeira vez neste Brasileirão, Paulo Campos não saiu do estádio elogiando “a aplicação e a garra” de seus jogadores. Fez críticas ao fraco desempenho do time, que sofreu duas derrotas em seqüência e completou três rodadas sem vitória. No vestiário do Brinco de Ouro, “pegou pesado” com o grupo, fugindo totalmente ao seu estilo apaziguador.

A apatia do time tirou o treinador do sério. Fato que não havia ocorrido nem nas goleadas sofridas em Salvador (1×6 Vitória) e Caxias do Sul (0x4 Juventude). “Não tivemos criatividade alguma e as raras oportunidades foram muito mal finalizadas”, analisou Paulo Campos. “Num jogo como aquele, tínhamos obrigação de arrancar no mínimo um empate”. Este clima de cobranças irá perdurar por mais algum tempo, pois o Paraná só volta a campo no dia 12 de junho. Até lá, os jogadores estarão concentrados, em ritmo de intertemporada.

A frustração de Paulo Campos é justificável. Pelas projeções iniciais, a meta era chegar nesta “paralisação” do campeonato com 14 pontos -mesmo número obtido no ano passado. As derrotas para os times de Campinas deixaram o Paraná com uma defasagem de quatro pontos. “Poderia ser melhor, mas não iremos alterar a nossa programação. O trabalho nestas duas semanas será voltado à preparação física e técnica visando a maratona de jogos que iremos enfrentar nos meses de julho e agosto”, disse o auxiliar-técnico Carlos Faria.

As críticas, porém, não foram exclusividade da comissão técnica. Os dirigentes que estiveram em Campinas não gostaram da falta de atitude do time e alguns erros estratégicos serão debatidos com Paulo Campos. O Paraná Clube consegue se impor diante de adversários de tradição, mas “se encolhe” nos jogos frente a times de perfil igual ou inferior ao seu. “Não sei o que acontece, mas é algo que precisa ser corrigido com urgência, pois o campeonato é longo e não podemos ficar na dependência de resultados positivos somente contra os chamados grandes”, disse Campos.

Águas quentes para reencontrar o rumo

O Paraná Clube inicia hoje a sua segunda intertemporada no ano. A comissão técnica quer aproveitar ao máximo as duas semanas para garantir o lastro físico e a preparação técnica para a seqüência do Brasileirão. Serão nove dias de treinamentos na região Oeste de Santa Catarina. O Tricolor parte para um refúgio de águas termais na tentativa de “arrumar a casa”, após os recentes e inesperados tropeços.

Antes do Brasileiro, o clube optou pelos bons gramados do Itu Trainning Center. Desta vez, a escolha recaiu sobre a infra-estrutura oferecida pelas cidades de Peritiba, Ipira e Piratuba. A delegação segue hoje, às 7h, e ficará concentrada no Hotel Vila Germânica até o dia 9 de junho. O local foi sugerido pelo prefeito de Peritiba, Joares Alberto Peliciolli, município no qual o Paraná Clube mantém em parceria uma escola de futebol para garotos até 17 anos (comandada pelo professor Leocir Luís Miozzo).

O hotel fica na cidade vizinha de Piratuba e os treinamentos serão desenvolvidos em campos amadores das cidades. O importante, na visão de Paulo Campos, era retirar os atletas do seu cotidiano. “Queremos preservar ao máximo o descanso e a concentração nos trabalhos, que serão muito fortes”, avisou o treinador. Esta será a última “paralisação” do Brasileirão antes da seqüência de 15 jogos nos meses de julho e agosto. “Para completar, teremos ainda uma 16.ª partida, frente ao Santos, pela Copa Sul-Americana. Por isso, esse trabalho será fundamental”, preconizou Campos.

A grade de treinamentos só será definida na concentração. Mas, é certo que o clube deve realizar dois jogos treino contra equipes locais. Nesta intertemporada, Paulo Campos deve definir a equipe-base para evitar as constantes trocas efetuadas nas últimas rodadas. Eventuais reforços podem seguir nos próximos dias para Piratuba.

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