Em situação delicada na Série B e com dificuldades financeiras há alguns anos, o Paraná Clube, não tão longe de Curitiba tem um exemplo bom a ser seguido para sair da crise que assola o clube nas últimas temporadas, sobretudo depois que foi rebaixado para a Segunda Divisão em 2007. O Criciúma, que chegou a cair até para a Terceira Divisão durante a década de 2000, esteve próximo de fechar as portas, mas conseguiu se recuperar e atualmente está disputando a elite do futebol brasileiro.
Na temporada de 2009, o Tigre esteve próximo de encerrar suas atividades quando por pouco não caiu para a Série D do Campeonato Brasileiro. Afundado em dívidas e sem muitas alternativas, o Criciúma passou por uma reformulação quando o presidente Antenor Angeloni assumiu o comando do clube. Empresário de muito sucesso, o novo mandatário do time catarinense quitou as dívidas, principalmente os débitos que ficaram do ano anterior com o elenco do time que jogou a Terceira Divisão.
“O Criciúma passou por essa reestruturação graças à visão do Antenor Angeloni para que o clube voltasse a ter a credibilidade que tinha perdido no meio do futebol com fornecedores e jogadores. A situação financeira era muito ruim, assim como deve ser a do Paraná. Eles têm dificuldades para honrar seus compromissos e não é má vontade, mas sim é o que o futebol empurra para a situação atual”, frisou o diretor de futebol do Criciúma, Cláudio Gomes, que na época da reformulação era o responsável pela direção de marketing do clube catarinense.
Receita
Por hora sem nenhum empresário com a mesma boa vontade que o presidente Antenor Angeloni teve para reestruturar o futebol do Criciúma, o Paraná, para Gomes, precisa, mesmo sem dispor de grandes recursos, acertar a mão na montagem do time para tentar voltar a disputar a Série A do Campeonato Brasileiro.
“O Paraná precisa rever algumas coisas e buscar receitas onde não encontra atualmente. Aumentar seu poder de marketing para vender mais patrocínios e tentar, principalmente, fazer um time mais em conta, com jogadores que tenham vontade, sangue no olho e focados no acesso, para que o clube consiga retornar para a Primeira Divisão do Campeonato Brasileiro. Se isso acontecer, as coisas vão acontecer naturalmente. Diria que é importante o clube fazer um planejamento eficaz com empresários e empresas que ajudem o Paraná a subir”, acrescentou o dirigente do Tigre.
Base
Além da injeção de dinheiro do empresário, o Criciúma passou também por uma reforma na sua categoria de base com a criação também do projeto Tigrinhos, que conta atualmente com mais de duas mil crianças. A gestão da base é também um problema recorrente do Paraná Clube, que por causa da crise financeira, não consegue solidez para voltar a ser um dos principais celeiros de craques do futebol paranaense.
“Hoje esse projeto é a menina dos olhos do Angeloni. Mesmo com dinheiro, ele fez tudo com os pés no chão e, com a sua força, trouxe marca e dinheiro para o clube. Pagar as dívidas estava e está à frente do clube e hoje o Criciúma só deve para o próprio presidente, que tirou dinheiro do bolso para pagar tudo”, disse o jornalista Mateus Mastella, do jornal A Tribuna de Criciúma.
Com o acesso para a Série B conquistado em 2010 e de volta à Primeira Divisão dois anos depois, Mastella contou que o presidente Antenor Angeloni manteve os pés no chão e reconstruiu o clube para que em breve o Criciúma possa andar com as próprias pernas. “Em 2011 foi criada a Gestão de Ativos com direito de comandar o clube por cinco anos, com direito a renovar por mais cinco. O próprio clube se revolucionou e está conseguindo pagar as contas e investir mais. Em 2012, 2013 e 2014 o cenário não mudou. O Criciúma reestruturou seu ,patrimônio e por isso também conseguiu mudar e hoje está no patamar atual”, concluiu Mastella.