Paraná Clube tem estratégia para 2008

É momento de reformulação. Ontem, diretoria e comissão técnica iniciaram planos para a temporada 2008. E, como não poderia deixar de ser, o fracasso no último Brasileirão pautará as mudaças. A idéia é não extrapolar nos números e fechar um elenco com no máximo 25 jogadores. Bem diferente do que ocorreu na temporada que terminou. Só na disputa da Série A, o Paraná Clube teve em suas ?fileiras? nada menos do que 44 jogadores. Destes, 38 atuaram em pelo menos uma partida.

?Foi um erro. Detectamos isso ao longo da competição, mas aí não havia volta e não adiantava ficar falando no assunto?, disse o presidente Aurival Correia, que só tomou as rédeas da situação a onze rodadas do fim da competição. O primeiro passo será limpar a lousa. Dos atletas que têm contrato terminando este mês, apenas o goleiro Fabiano Heves deverá renovar. Os demais estão fora dos planos, até pela nova realidade econômica do clube.

É o caso do goleiro Flávio e do zagueiro Nem. Seguindo essa mesma diretriz – de não renovar contratos que estão findando -, os seguintes jogadores não voltam ao clube no ano que vem: Léo Matos, Paulo Rodrigues, Elvis, Serginho, Batista, Da Silva, Robson, Vinícius Pacheco e Lima. No entanto, o próprio vice de futebol Durval Lara Ribeiro antecipou que o fato de atletas terem contratos mais longos não é garantia de continuidade.

?Estamos avaliando caso a caso. Muitos jogadores estão sendo também procurados. Transações podem ocorrer?, disse Vavá. Numa estimativa, cerca de doze jogadores, apenas, do elenco que fechou a temporada 2007 devem continuar no Tricolor. Além disso, há atletas retornando de empréstimo e que estão nos planos da comissão técnica. Em especial o ala Eltinho (Yokohama, do Japão), o meia Joelson (Avaí) e o atacante Leonardo (Flamengo). ?São jogadores do clube, mas que devem estar com a cabeça voltada para a nossa missão de voltar à primeira divisão?, afirmou Aurival Correia.

A partir da limpa, o Paraná vai às compras. Pelo menos seis reforços – posições não foram citadas ? devem ser contratados. O perfil dessas aquisições está bem definido: jogadores bons e baratos. ?Já trabalhamos assim, com sucesso, num passado recente. Mais do que isso, jogadores comprometidos com a instituição?, disparou o presidente, não escondendo que no último Brasileiro, em muitos momentos, a falta de garra pesou contra o Tricolor. ?Principalmente nos últimos jogos, isso ficou bem claro. Faltou coração?, finalizou o presidente paranista.

Relatório da ?CPI do Miranda? sai dia 18

Toda a polêmica em torno das supostas irregularidades na gestão do presidente afastado José Carlos de Miranda tem dia para acabar: 18 de dezembro. Um dia antes de completar sua ?maioridade?, o Paraná Clube reunirá seu conselho deliberativo para analisar o relatório da comissão de investigação e definir o futuro do ex-presidente. O resultado das apurações feitas ao longo das últimas semanas é mantido em sigilo.

A partir deste relatório, Miranda pode ser absolvido ou ficar exposto a punições determinadas no estatuto do clube, que vão de uma simples advertência à expulsão. No total, dezesseis transações foram examinadas pela comissão formada por nove conselheiros – do normativo e do deliberativo -, que ouviu ainda depoimentos de testemunhas, pessoas envolvidas nas negociações e o próprio José Carlos de Miranda.

O presidente da comissão, Benedito Barbosa, disse que o documento está sendo preparado pelo relator Mauri Roika. O texto final, porém, dependerá da aprovação dos nove componentes desse grupo. ?Trata-se de um relatório complexo e que deve ser muito bem elaborado, para não deixar qualquer margem de dúvida?, disse Barbosa. Para não ?queimar etapas?, o conselheiro evitou antecipar qualquer detalhe sobre as investigações.

?Na hora certa, nosso torcedor terá acesso a todas as informações?, justificou. Isso ocorrerá na noite do dia 18, nessa reunião extraordinária do conselho deliberativo, já convocada pelo seu presidente, Luiz Carlos de Souza. ?Creio que teremos um grande quorum, pois trata-se de assunto muito relevante?, afirmou Souza, que acredita na presença de cerca de 200 conselheiros nesta sessão que definirá o futuro de Miranda.

O conselho deliberativo do clube conta com 400 integrantes. ?Porém, historicamente não se atinge esse número em uma reunião?, explicou. Em julho, na reunião convocada para uma possível mudança estatutária – que à época poderia permitir a Miranda uma reeleição -, estiveram presentes pouco mais de 180 conselheiros. ?Espero que todos os fatores sejam elucidados. O clube precisa de tranqüilidade para seguir a sua vida?, finalizou Luiz Carlos.

O novo dono da camisa 1

A nova cara do Paraná Clube começa logo pelo camisa 1. Gabriel foi titular nas últimas sete partidas da equipe no Brasileirão e um dos que mais sentiu a queda para a Segundona. Ainda no gramado de São Januário, o jogador já mandava o recado. ?Hoje estou triste, sendo rebaixado. Ano que vem, quero a volta por cima, a volta à primeira divisão vestindo essa camisa?. Um sentimento típico de atletas formados nas categorias de base, cujas ligações com as cores do clube vão além do simples contrato de trabalho.

Numa rápida reunião, ontem à tarde, Gabriel praticamente definiu sua permanência na Vila Capanema. O jogador negocia a renovação por um período de três anos. ?Estou feliz aqui e estamos perto de um acerto?, disse o jogador, que participou da reunião com a diretoria ao lado de seu pai e procurador Osni Marcos Leite . ?Está tudo muito bem encaminhado. Acho que não vai ter erro, não?, afirmou Gabriel. Um novo encontro está agendado para hoje.

Gabriel participou, ao todo, de doze jogos neste Brasileiro. A chance só surgiu após a transferência de Marcos Leandro – até então segundo goleiro – para o Botafogo. Mesmo atuando sob pressão, Gabriel conseguiu se firmar e marcou seu território com defesas importantes. ?Pena que não conseguimos o objetivo. Trocava tudo por permanecer na Série A?, disse o goleiro, que por muitas vezes saiu de campo como o principal destaque do time.

A média de Gabriel – 1,58 gol/jogo – é inferior à média de Flávio, que levou, neste Brasileiro, 1,63 gol por partida. ?Sei que é a minha hora e não vou decepcionar. Agora é descansar e voltar em janeiro com as energias renovadas, pois teremos uma missão muito séria pela frente: devolver o Paraná ao local de onde não deveria ter saído?, finalizou Gabriel.

Vavá não abre a boca sobre gravações

O novo vice de futebol Durval Lara Ribeiro optou pelo silêncio – ao menos no momento -, apesar das gravações que surgiram na internet, onde cita nomes de ex-dirigentes (José Domingos, Zeomar Marchette e Alphonse Voigt) em supostas irregularidades que estariam sendo analisadas pela comissão de investigação. Uma carta estaria sendo redigida, explicando a situação em que a gravação ocorreu. Porém, até a noite de ontem, os esclarecimentos não foram tornados públicos.

Apenas o presidente Aurival Correia se manifestou, dizendo que ?coloca não uma, mas as duas mãos no fogo pelos dirigentes que estão tendo seus nomes indevidamente usados?. Segundo ele, Vavá já se desculpou pessoalmente com cada um deles, na reunião realizada na noite de terça-feira, com a participação de todos os envolvidos e integrantes da LA Sports, que eram os interlocutores de Vavá na gravação clandestina.

?Só quero que essa turbulência acabe. Já temos muito com o que nos preocuparmos. Temos que reestruturar esse elenco de futebol?, desabafou Correia. Apesar da crise, o presidente confirmou a indicação de Vavá Ribeiro ao posto de vice de futebol, cargo que até domingo era ocupado por José Domingos. ?Precisamos do conhecimento do Vavá. Ele foi repreendido pelo que aconteceu e fatos como esse não se repetirão?, assegurou o comandante paranista.

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