O Paraná Clube segue a sua sina. Com um time incapaz de reagir, vai ladeira abaixo, cada vez mais próximo da Série C.
O quadro terrível exige ações imediatas e o presidente Aurival Correia promete que elas ocorrerão. “Só não anunciamos nada, ainda, para não cometer nenhuma injustiça neste processo”, comentou o dirigente, sabendo que de agora em diante qualquer deslize será certamente fatal. Restam dezenove rodadas, 104 dias para fugir do inferno.
Visivelmente abatidos – e por que não dizer assustados – os dirigentes paranistas sabem que a missão é complicadíssima. Ainda mais diante do desempenho ridículo do Tricolor, quer em casa quer na condição de visitante.
Foram dez derrotas (cinco delas, em pleno Durival Britto), que fizeram do azul, vermelho e branco um dos grandes “sacos de pancada” do primeiro turno da Segundona. Mesmo que tardia, a decisão da diretoria será pelo afastamento de uma série de jogadores e a contratação, às pressas, de um “novo time”.
Nas contas do técnico Paulo Comelli, sete reforços são necessários para garantir uma guinada nesta Série B, capaz de fazer o time ao menos se afastar da zona do rebaixamento. “Restam dezenove jogos.
É muita coisa e não vamos esperar passivamente pelo pior”, anunciou Comelli. “Mas, para isso, é preciso mexer.” O treinador comparou a situação à de uma empresa, onde funcionários não atingem as metas. “Tudo é resultado. Se a produção é ruim, você muda o quadro, antes de abrir falência”, disparou o treinador paranista.
Porém, antes de se preocupar com a “guilhotina”, a diretoria voltou atenções para a busca por novas peças. “Vamos permanecer reunidos ao longo de todo esse fim de semana, pois a corrida é também contra o tempo”, explicou Aurival Correia.
O presidente não deu nenhuma pista sobre os atletas pretendidos, mas disse se tratar de jogadores conhecidos no mercado brasileiro, de média ou grande experiência. “Estamos num momento delicado e precisamos de profissionais que saibam lidar com a pressão.”
Comelli não revelou os nomes que indicou à diretoria, mas confirmou a necessidade de novas peças em todos os setores do time (um goleiro experiente, um zagueiro, um ala-esquerdo, um volante, um meia e dois atacantes), o que indica para uma degola significativa no atual elenco, que já conta com 33 jogadores.
“Vamos negociar caso a caso. Se não houver acordo, aqueles que estiverem fora dos planos passam a treinar em horários alternativos, no Boqueirão”, explicou o diretor de futebol Paulo Welter.
É o caso, por exemplo, do atacante Jonatas – emprestado do Atlético, para o Paranaense -, que não vingou com a camisa tricolor. Sem acordo, ele treina no Boqueirão, aguardando o fim de seu contrato, que vai até dezembro. A partir
da próxima semana, Jonatas terá novos “companheiros”.
