Foto: Valquir Aureliano

Presidente Miranda terá que comprar, antecipadamente, a cota de 1.500 ingressos destinada à torcida tricolor.

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A ?guerra fria? tomou conta do duelo dos desesperados. O Atlético decidiu exigir o cumprimento do regulamento da CBF no que diz respeito à distribuição dos ingressos. O Paraná Clube foi notificado ontem através de uma carta assinada pela diretora financeira do Rubro-Negro, Maria Aparecida Gonçalves, que terá que comprar antecipadamente a carga de ingressos (1.500) destinada à torcida tricolor.

A decisão rompe o acordo entre os três clubes da capital, que sempre cederam os ingressos para venda antecipada e com a conseqüente devolução de eventual sobra. Este vinha sendo o procedimento em todos os clássicos, inclusive no duelo do primeiro turno do Brasileirão, realizado na Vila Capanema. Mais uma pimenta na relação pouco amistosa entre as diretorias de Atlético e Paraná.

O Tricolor contesta ainda o preço único de R$ 40 para a torcida visitante, como anuncia o site oficial do Atlético Paranaense. A tabela, se confirmada, não cumpre a Lei Estadual 11.182, de 1995, que estabelece o meio-ingresso a estudantes em praças esportivas. ?Esse é um problema do Atlético. A lei está aí e deve ser cumprida. No nosso estádio, estudantes e idosos pagam meio-ingresso, sempre. E em todos os setores?, disparou o presidente José Carlos de Miranda.

O dirigente lamentou que os clubes se encontrem nessa situação. ?Melhor seria brigar pela ponta de cima. Mas, são contingências da competição?, disse Miranda. ?Nós estamos mobilizados, diretoria, torcida e departamento de futebol para fazermos um grande jogo. Nossa intenção é repetir o que foi feito na semifinal do Paranaense?, disse Miranda. No jogo em questão, o Paraná fez 3×1 e pôs fim ao tabu de jamais ter vencido no Estádio Joaquim Américo.

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Lori esconde escalação

Irapitan Costa

O técnico Lori Sandri não adotará treinos secretos ao longo da semana. Mas, já antecipou que pretende adiar ao máximo a confirmação do time que escalará no jogo do próximo domingo, às 18h10, no Joaquim Américo frente ao Atlético. A situação desconfortável na tabela de classificação, com um decepcionante 17.º lugar, obriga o Paraná Clube a partir em busca da vitória, mesmo jogando em terreno inimigo.

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Para essa difícil missão, o treinador espera contar com um time mais maduro. ?Os garotos têm qualidade. Mas, em situações como a nossa, é importante ter experiência para contornar os obstáculos que certamente surgirão?, disse Lori Sandri. ?Não tenho dúvida que a questão do rebaixamento só será definida nas últimas rodadas, mas temos que somar pontos já?, sentenciou. Para armar esse time ?matreiro?, o técnico paranista esbarra em alguns problemas.

Além do desfalque de Daniel Marques, suspenso, ele não sabe se poderá contar com os quatro jogadores que seguem se recuperando de lesões. O goleiro Flávio é o que tem mais chances, mas o atacante Josiel e os zagueiros Nem e Luís Henrique serão reavaliados ao longo da semana. ?Não vou forçar uma situação, sob o risco de perder um jogador importante para a seqüência da competição?, avisou Lori. Esse procedimento já foi adotado em relação ao artilheiro do Brasileiro, na jornada passada.

?Se quisesse, poderia ter escalado o Josiel contra o Sport. Mas, estaria expondo-o a uma lesão. Não quero isso?, disse Lori Sandri. O técnico não deu pistas também em relação ao esquema de jogo que irá adotar. Invariavelmente, tem optado por escalar três zagueiros, mas os recentes deslizes da zaga podem até fazer com que busque uma nova concepção para a equipe. ?O sistema de jogo, neste momento, fica em segundo plano. O mais importante é a qualidade do jogador e superação?, analisou Sandri.

O técnico preferiu evitar comparações com o adversário, que também vive momento difícil no Brasileiro. ?Acredito na qualidade do meu grupo. Mesmo que não estejamos mostrando isso em alguns jogos?, admitiu Lori. O técnico reconhece que o Paraná está pagando o preço pelas sucessivas mudanças no comando técnico, tanto no plano tático quanto no físico. ?Hoje, nosso grupo é muito heterogêneo. É preciso tempo para arrumar, mas não temos essa folga. O jeito é buscar soluções imediatas?, finalizou o comandante paranista. Se não houver imprevistos, Lori realizará quatro treinos táticos para definir e ajustar a equipe, visando o último clássico paranaense da temporada.