Ontem, até o árbitro deu uma ajuda. Mas nem assim o Paraná Clube conseguiu sua primeira vitória na Série B. Falhando na defesa e errando muitas finalizações, o Tricolor ficou no 2×2 com o Bragantino, jogando no Durival Britto, e segue sem vencer na Segundona.
Era um Paraná diferente para o torcedor. Depois de anos jogando com três zagueiros, Tricolor e o técnico Paulo Bonamigo (que utiliza o esquema desde a primeira passagem pelo clube) abdicaram do sistema, usando apenas dois jogadores na defesa e apostando em Everton e Giuliano no meio-campo.
A principal novidade era o lateral-esquerdo de ofício Thyago Fernandes, vindo do Itumbiara e estreando com a camisa paranista. Outra estréia foi a camisa: pela primeira vez o ?fardamento? número 3 foi utilizado.
Ficou claro, no primeiro tempo, que o Paraná ainda precisa se adaptar ao esquema com dois zagueiros. Sem a sobra, a defesa ?bateu cabeça?, tanto que sofreu um gol oriundo de falha de marcação. Aos 26 minutos, Nunes puxou contra-ataque e cruzou da direita. Sem marcação, Pará arrancou livre do meio do campo até o gol de Gabriel, abrindo o placar.
Mas, do meio para frente, a equipe ficou mais solta. Thyago estreou bem, saindo com qualidade pela esquerda. Joelson e Fábio Luís ganharam companhia, com Giuliano e Éverton aparecendo toda hora no ataque. O empate paranista, aos 28 minutos, veio na qualidade do camisa 10, que tabelou com Thyago e conseguiu um voleio sensacional.
Só que as virtudes não sobrepujaram os defeitos, e no último lance da primeira etapa a zaga tricolor parou em uma bola alçada na área e deixou o zagueiro Cris livre para marcar o segundo do Braga.
?Foi um bate-rebate, levamos azar. Mas a gente vai virar o jogo?, disse, no intervalo, o goleiro Gabriel. Era a obrigação do time, que era muito pressionado e cobrado pela torcida. Bonamigo sacou Fábio Luís e colocou Clênio, alteração que se tornou constante nos últimos jogos. E a troca surtiu efeito rapidamente. Em lance duvidoso, Clênio sofreu falta de Vanderlei e o árbitro marcou pênalti e expulsou o zagueiro do Bragantino. Aos 5 minutos, Joelson cobrou e empatou.
Com um a mais e postado ofensivamente, o Tricolor ?emparedou? o Bragantino, colocando os visitantes no seu próprio campo.
Só que tal domínio parou quando, aos 26 minutos, Marcelo Ramos foi expulso. Para recompor a equipe, Bonamigo colocou João Paulo no lugar de Joelson. Era mais importante que nunca a transpiração e a inspiração dos tricolores. Os minutos finais se transformaram em um martírio. A imagem do desespero estava na disputa entre Angelo e Clênio para cobrar uma falta.
Sem conseguir se entender em campo, o Paraná empacou de novo, irritando ainda mais a sofrida torcida, que foi ao estádio esperando que, enfim, teria um alento em um ano de provações.
Segundona 2008
1º turno – 4ª rodada
Paraná Clube 2×2 Bragantino-SP
Paraná Clube
Gabriel; Ângelo, Daniel Marques, Marcelo Ramos e Thyago Fernandes; Diego, Naves (Marcelinho, 12′ do 2.º), Giuliano e Everton; Joelson (João Paulo, 28′ do 2.º) e Fábio Luís (Clênio, intervalo).
Técnico: Paulo Bonamigo.
Bragantino-SP
Gilvan; Vanderlei, Cris e Marcelo Godri; Nego (Kadu, 22′ do 2.º), Moradei, César Gaúcho, Sérgio Manoel e Pará; Davi (Danilo, 46′ do 2.º) e Nunes (Somália, 7′ do 2.º).
Técnico: Marcelo Veiga.
Local: Durival Britto.
Árbitro: Márcio Chagas da Silva (RS).
Assistentes: Kléber Lúcio Gil (SC) e Júlio César Rodrigues Santos (RS).
Gols: Pará, 26′, Giuliano, 28′ e Cris, 47′ do 1.º tempo; Joelson, 5′ do 2.º tempo.
Cartões amarelos: M. Ramos, João Paulo (P); Vanderlei, Sérgio Manoel, C. Gaúcho (B).
Expulsões: Vanderlei e Marcelo Ramos.
Renda: R$ 57.185,00.
Público: 4.157 (3.289 pgts).
