O Paraná Clube está prestes a completar dois anos de fracassos. Entra competição, sai competição, e o filme é praticamente o mesmo: um time inconstante, sequência de derrotas e o risco iminente de rebaixamento. Em meio à essa crise, já visivelmente enraizada na Vila Capanema, o tricolor é um claro exemplo do que a vaidade pode gerar no futebol. A cada momento surge uma “corrente” discordante e nessa queda de braço o clube não consegue sequer se estruturar para evitar os recentes vexames, mais notórios nas competições nacionais.
Na prática, o sofrido torcedor paranista já nem se lembra de quando conseguiu realmente “ser feliz” com o seu time. O turbilhão de deslizes faz com que um passado nem tão distante passe em branco. No dia 22 de julho de 2007, por exemplo, o Paraná vencia o Palmeiras (1×0, no Durival Britto).
Este resultado levava o clube à vice liderança do campeonato brasileiro. E da Série A!!!. Porém, este jogo pode ser visto também como o início do fim. Naquele momento, o então presidente José Carlos de Miranda apostava todas as suas fichas em um “sentimento paranista” e entregava o comando técnico do clube a Gilson Kleina.
O técnico, que já fracassara em 2004, repetiu a dose. Foram apenas oito jogos, período suficiente para o tricolor desabar da 4.ª para uma preocupante 16. colocação. É verdade que paralelamente ao pífio desempenho técnico, o Paraná já convivia com uma crise política, com direito a tentativa frustrada de mudança estatutária, seguida do afastamento do presidente Miranda. Reflexo de toda essa confusão, o time também perdeu o rumo e terminou o ano rebaixado para a série B. Para quem pensava que este era o fundo do poço, enganou-se.
Apesar do esforço da diretoria em driblar a queda orçamentária – só de cotas de tevê, o clube perdeu mais de R$ 3 milhões anuais -, o Paraná não encontra soluções práticas. No ano passado, montou e desmontou o grupo uma série de vezes, com direito a constantes trocas de treinadores. Caminho que começa a ser percorrido de forma idêntica em 2009. Paulo Comelli não obteve êxito, um novo elenco foi montado às pressas, mas os números ruins colocam em xeque a continuidade do trabalho de Zetti.
O presidente Aurival Correia não pretende mexer no comando técnico, mas a pressão para que isso ocorra é muito grande. Nadando contra a maré, o tricolor tenta ao menos respirar na série B, para não reviver o sufoco do ano passado, quando passou a maior parte da competição na ZR e não conseguiu superar o limite da 11.ª posição.