O Paraná Clube terá pela frente um adversário no mínimo indigesto. O São Caetano, vice-líder do 2.º turno, é também o time de melhor aproveitamento na condição de visitante. O time paulista tem, inclusive, desempenho melhor fora de casa (69%) do que atuando no Anacleto Campanella (56%). Um quadro preocupante diante da já notória instabilidade do Tricolor. O jejum de vitórias já dura três rodadas e nem mesmo a troca no comando técnico resultou em uma mudança de comportamento.
Numa avaliação superficial, todos creditam à “falta de atenção” os muitos gols sofridos no início das partidas. Em 14 dos 26 jogos realizados até aqui, o Paraná saiu em desvantagem. Para piorar, o poder de reação do time é, no mínimo, questionável. O Tricolor virou um placar adverso apenas uma vez -justamente na única vitória fora de casa ( 2 x 1 sobre o Barueri) e em outras três ocasiões conseguiu ao menos o empate. “É pouco. É claro que temos que evitar esses gols bobos. Mas também é preciso saber reagir na partida. Isso não está acontecendo”, admite o meio-campo Lúcio Flávio.
Só nas dez rodadas mais recentes, quando o time despencou também na tabela de classificação e passou a ver com preocupação a ZR, o Paraná levou dez gols antes dos 30 minutos. Resultado: somente uma vitória, quatro empates e cinco derrotas. Retrospecto que custou ao Tricolor nada menos do que seis posições na competição. Em quatro dessas derrotas (duas delas em casa) o time levou um gol antes dos dez minutos de jogo. “Precisamos recuperar a autoconfiança. Não adianta ter um time de boa técnica, mas frágil na marcação. A Série B não permite isso”, atesta Lúcio Flávio.
Não ao acaso, Toninho Cecílio intensificou nos primeiros treinos da semana a marcação. Ontem, com direito a um trabalho específico de marcação-pressão na saída de bola do adversário. “Vou atacar o problema de frente. O grupo tem que compreender isso e espero que a torcida nos ajude neste duelo com o São Caetano”, frisa o treinador paranista, ciente das dificuldades.
Chegou Rogério, o último reforço
O zagueiro Rogério foi oficialmente apresentado ontem, como o último reforço nesta temporada. Com contrato de apenas três meses, passa a ser uma nova opção para a formação defensiva do Paraná, muito questionada pelos resultados mais recentes. A vinda de mais um jogador para o setor foi um pedido do técnico Toninho Cecílio, preocupado com as alternativas restritas, devido a lesões e suspensões.
É a segunda passagem de Rogério pelo clube. Em 2010, ele encontrou o Paraná em situação similar. “Também precisávamos somar pontos para escapar do rebaixamento. E conseguimos. Estou pronto para ajudar”, disse o jogador, ambicionando uma posição no time titular. “Estou à disposição. Fisicamente estou bem e vou buscar espaço, mesmo reconhecendo que o Paraná tem um grupo de qualidade”, analisou.
Na sua visão, o que falta ao Tricolor é “apertar” a marcação. “Nesta Série B, tem que chegar junto. Marcar encima. Senão, você fica pra trás”, disse Rogério, que até a semana passada integrava o elenco do Criciúma, 2º colocado da Série B, onde não disputou nenhum jogo.