Criador e criatura estarão frente a frente no jogo de amanhã, às 20h30, no Serra Dourada. O Paraná Clube encara o Goiás, do técnico Cuca, responsável pela montagem do atual grupo paranista. O treinador comandou o Tricolor nas dez primeiras rodadas do Brasileirão, quando cedeu à vantajosa proposta do clube goiano. O recém-contratado Edu Marangon terá mais esse obstáculo pela frente. Busca encontrar uma variação capaz de surpreender um “inimigo íntimo”, profundo conhecedor das características de cada atleta do representante paranaense.

Ainda lamentando as várias oportunidades desperdiçadas frente ao Guarani, os jogadores retornaram aos treinos ontem à tarde. Se o empate por 0x0 não foi bom, ao menos a combinação de resultados manteve o Paraná na décima colocação. O problema é o distanciamento dos seis primeiros colocados da competição. Já são cinco pontos de defasagem para o São Caetano e para chagar à zona de classificação à Libertadores, o Tricolor precisa tirar diferença de onze pontos para Internacional e São Paulo, que dividem a terceira colocação.

No jogo de amanhã, o Paraná terá que se superar. Sem vencer há quatro jogos, o time terá pela frente um adversário em ascensão e que mantém a mais longa invencibilidade do atual campeonato brasileiro. Cuca dá sinais de ter “arrumado a casa” e o Goiás, que por muitas rodadas segurou a lanterna, subiu para a 20.ª posição e está sem perder há onze jogos. O último revés foi no início de julho, quando o Goiás perdeu para o Guarani, em Campinas (3×2).

De lá para cá, foram sete empates e quatro derrotas, sendo que o novo time de Cuca e do artilheiro Dimba venceu três dos quatro últimos jogos. Curiosamente, jogando em casa o time goiano só venceu duas vezes em toda essa série, com quatro empates. “Ele nos conhece, mas também sabemos as estratégias que o Cuca aplica”, comentou o atacante Renaldo, que volta ao time. Artilheiro do time com 11 gols, Renaldo preferiu não comentar as oportunidades desperdiçadas pelos companheiros. “Só espero que tenhamos o mesmo volume no próximo jogo, pois precisamos voltar a marcar gols.”

A preocupação do atacante é justificável. O Paraná teve, no final do primeiro turno, o segundo melhor ataque da competição. Só que nas últimas quatro rodadas, o time só fez dois gols (ambos de Renaldo) e somou apenas dois pontos. “Não tem o que pensar. É acertar o pé e torcer para que a sorte volte a nos acompanhar”, disse o experiente Maurílio. O técnico Edu Marangon preferiu não antecipar a escalação do time, pois terá dois desfalques. Fernando Miguel e Fabinho, suspensos pelo terceiro cartão amarelo, estão fora e há possibilidade de uma alteração tática, com a entrada de mais um zagueiro no time. Na lateral-esquerda, ainda não optou entre Rodrigo Silva e César Romero. Pela melhor condição defensiva, Romero pode levar a melhor nesta disputa.

Flávio pode estar indo embora. Ou recuperado

Apesar da queda de produção – já são quatro rodadas sem vitória – o Paraná ainda está entre os melhores ataques do Brasileirão. Divide a quarta posição com São Paulo e Atlético Mineiro, todos com 46 gols. A falta de pontaria, porém, impediu melhor sorte nos dois últimos jogos (derrota para o Santos, por 2×1, e empate com o Guarani, sem gols). Na última jornada, o estreante Edu Marangon tentou mudar o rumo da partida sacando Flávio Guilherme ainda no intervalo.

O atacante estava mal no jogo, dispersivo e sem conseguir nenhuma conclusão contra o gol do Guarani. No dia seguinte, o clima ainda não era dos melhores. O grupo “acusou” o golpe de um tropeço inesperado. Edu Marangon reconhece que precisará trabalhar o emocional do time para o jogo frente ao Goiás. Curiosamente, Flávio Guilherme não participou do treinamento de ontem à tarde. Segundo informação do superintendente de futebol Ricardo Machado Lima, o atacante teve “um problema em casa e foi liberado”. Boatos surgiram de uma possível transferência do jogador para o exterior, não confirmados pela diretoria.

Uma eventual saída de Guilherme neste momento, deixaria o treinador com escassas opções ofensivas. Como seu nome consta da relação de jogadores que viajam hoje para Goiânia, a impressão é que Marangon ainda espera “recuperar” o jogador, que surgiu como grande revelação em 2000, quando foi negociado com o Vitória da Bahia. Devolvido, esteve sempre à sombra de Márcio, nas temporadas 2001/2002 e não conseguiu recuperar espaço no clube.

Outro jogador pouco aproveitado no Paraná pode acertar nos próximos dias sua transferência para o futebol mexicano. O polivalente César Romero tem contato adiantado com o Pumas, mas só trocaria de clube no início de 2004, quando seu contrato com o Tricolor se encerra. Romero já teve proposta da Coréia, mas como a transferência seria imediata, preferiu permanecer para a disputa do Brasileirão, esperando uma oportunidade. O procurador do atleta Rui Gel, confirmou que a negociação está praticamente definida. Com o fim do seu contrato em dezembro, César Romero não terá mais nenhum vínculo com o Paraná Clube.

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