Paraná Clube repete o time para tentar surpresa

Após recuperar a auto-estima, com uma atuação convincente na largada do Brasileirão, o Paraná Clube parte agora em busca da afirmação no seu primeiro desafio fora de casa.

O jogo desta noite (20h30), no Canindé, será frente a um velho algoz. A Portuguesa leva ampla vantagem no retrospecto, com seis vitórias contra apenas uma do Tricolor. O time de Otacílio Gonçalves terá ainda que quebrar um tabu de nunca ter superado o time paulista em seus domínios.

A história desta “rivalidade” começou a ser escrita em 1993, quando pela primeira vez se enfrentaram em um campeonato brasileiro. O Paraná venceu, mas foi só. De lá para cá e já se vão nove anos, foram dois empates e seis derrotas. Números negativos que não interferiram na preparação da equipe para este jogo. A comissão técnica preferiu exaltar os números positivos verificados no escalte da partida contra o São Caetano. Diante do vice-campeão da Libertadores, foram inúmeras “roubadas de bola”.

A eficácia da marcação ficou evidenciada neste relatório, onde Márcio aparece como o principal “ladrão” de bolas. Foram seis, seguido de perto por Ronaldo e Maurílio, com cinco cada. Isso mostra a participação dos atacantes no sistema de defesa, como havia destacado o técnico Otacílio Gonçalves. “Esse será o nosso perfil e uma característica de todo o campeonato, onde a dedicação coletiva vai fazer a diferença”, aposta o artilheiro Márcio. O atacante terá seu primeiro duelo particular com o ex-companheiro Ageu.

“Somos amigos desde 99, quando subi para a equipe principal do Paraná. Ele sempre me deu muita força, mas essa amizade não entra em campo”, garante Márcio.

Principal goleador da equipe em campeonatos nacionais, ele fez 11 no ano passado, superando em um gol a marca anterior, que era de Washington ele persegue seu primeiro gol na competição. “Artilheiro vive disso. Além disso, o Maurílio está encostando”, brinca. Maurílio balançou as redes duas vezes no último sábado e chegou aos 42 gols um a menos que Márcio com a camisa tricolor.

Além disso, o “capitão” chega hoje aos 200 jogos pelo Paraná. Apenas outros sete jogadores chegaram a esta marca: Hélcio (332), Régis (322), Ageu (303), Ednelson (266), Adoílson (235), Saulo (209) e Marcos (201). “Isso dá um sabor especial a este jogo. Mas, o mais importante é que o time está bem e um resultado positivo representará o embalo que precisamos”, comentou Maurílio. No fim do treinamento de ontem, como de costume, ele ensaiou muitas cobranças de faltas com um ótimo aproveitamento. “Estou com o pé calibrado”, disse. Não é à toa que ele já fez dois, sendo que o primeiro gol frente ao São Caetano, com a assistência de calcanhar de Alexandre, foi apontado como o gol mais bonito da primeira rodada do Brasileirão.

Depois de tempos, a volta à estrada

Quem pensou que a opção do Paraná Clube em viajar de ônibus em alguns jogos do Brasileirão ia deixar muita gente de cara feia se enganou. Além de economizar algo em torno de 70%, a diretoria aposta na confraternização sobre quatro rodas. O clima no embarque com destino a São Paulo ontem à tarde, na Vila Capanema, era de muita animação. “Não há motivo para dramatizar. São apenas cinco horas e pouco de viagem. Em campeonato estadual já pegamos mais”, afirmou o técnico do time, Otacílio Gonçalves.

A verdade é que, tirando a diferença de pouco mais de quatro horas, a delegação vê muitos pontos positivos em seguir de ônibus. “Dá tempo de jogar cacheta, ler, cochilar e bater papo”, enumera o goleiro Marcos, que confessou que quando a viagem é de ônibus, sempre vai atrás. “A turma do fundão é mais animada. Só não tem muito pagode, porque nesse quesito o Paraná está fraco”, brincou.

Toda essa animação tem o aval do treinador. “Eles são comportados, não extrapolam. São bons meninos”. Sorte para aqueles, que como o goleiro Darcy, são amigos de um bom soninho. Prevenido, o goleiro levou para viagem o inseparável travesseiro. “Gosto de conforto”, disse, já projetando o aconchego das poltronas do ônibus leito.

Cuidados

Apesar de a viagem ser considerada curta, alguns cuidados foram tomados pela comissão técnica. A nutricionista Carolina Lima recomendou que os atletas consumam frutas na viagem e preparou um cardápio especial para repor as energias na chegada em São Paulo.

Na parte física, o preparador físico Fabiano Rosenau desenvolveu um alongamento especial, que será feito por volta das 11 horas. “É uma viagem tranquila, mas vamos fazer um trabalho para relaxar a musculatura”, explicou o profissional.

Fora esses pequenos detalhes, o fato de o Paraná ter estreado com o pé direito, vencendo o São Caetano por 2 a 1, é um incentivo a mais para niguém reclamar. “Na volta, vai ficar mais gostoso ainda com mais três pontos”, concluiu o otimista presidente Ênio Ribeiro, que fez questão de seguir com o grupo.

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