Um resultado positivo frente ao Ceará na próxima sexta-feira – às 21h, no Durival Britto – não deve ser suficiente para colocar o Paraná Clube no G4. Porém, além de confirmar a ascensão da equipe, uma vitória colocaria o Tricolor na melhor posição em uma competição nacional nos últimos dois anos.
Apesar do equilíbrio da Série B (apenas três pontos separam o Paraná, 14.º colocado, do vice-líder Ipatinga), é provável que com um triunfo na próxima rodada o time de Zetti se posicione entre os oito primeiros da Segundona.
Só para se ter uma noção do suplício tricolor nos últimos anos, o clube não consegue figurar na metade de cima da tabela de classificação desde o dia 29 de julho de 2007.
Nesta data, o Paraná – então dirigido por Gilson Kleina – perdeu para o Atlético-MG (3×1), em plena Vila Capanema. Caiu para o 11.º lugar da Série A e a partir daí “só fez água”.
No entra-e-sai de treinadores e sentindo os efeitos de uma crise político-administrativa (com o afastamento do presidente José Carlos de Miranda), o Tricolor afundou jogo a jogo, até ser rebaixado para a Série B, no início de dezembro daquele ano.
Um drama que se repetiria em 2008. Já na Série B, o Paraná teve um desempenho pífio ao longo do primeiro turno, não conseguindo passar do 12.º lugar. No total, o clube ficou na zona do rebaixamento em 16 das 38 rodadas, tirando o sono de sua torcida.
Com a reação comandada pelo técnico Paulo Comelli, o Tricolor evitou o pior, mas não conseguiu suplantar a 11.ª posição, que acabou sendo a melhor colocação da equipe em toda a competição. Na próxima sexta, o “novo” Paraná terá a chance de comprovar que esse momento dramático pertence a um passado para ser esquecido.
O início de competição marcado pela instabilidade era previsível para o técnico Zetti. Diante da profunda reformulação do grupo, formado às pressas para a disputa da Série B, a comissão técnica estabeleceu a 7.ª rodada como um divisor de águas.
“Mas, é claro, que não poderíamos permitir um distanciamento do pelotão de frente”, lembrou o treinador. “Conseguimos resultados bons, mas ainda há muito o que melhorar.” Na prática, Zetti quer mais do que chegar entre os oito primeiros. Quer o Paraná se mantendo no G4, mas com um rendimento equilibrado e seguro.
Estes primeiros jogos servem como uma base a ser solidificada com o decorrer das próximas rodadas. Por isso, o jogo frente ao Ceará tem um gostinho de decisão para os paranistas.
“Melhoramos e vencemos dois jogos. Mas ainda não conquistamos nada. O projeto vai além de vitórias isoladas, pois todos têm a plena consciência que o único objetivo é recolocar o Paraná na primeira divisão”, arrematou o meia Dinelson.