Paraná Clube quer ajustes no contrato com a Base

Reflexo do rebaixamento no Campeonato Paranaense, e sem calendário para os primeiros meses de 2012, a reestruturação do departamento de futebol profissional do Paraná Clube ainda está “engatinhando”. O mesmo não se aplica às categorias de base. Com um vice de área definido, o clube irá dar especial atenção ao setor, que foi tão importante num passado recente e que hoje vive momentos de turbulência. A parceria com a Base será revista nesta gestão e há quem imagine que o atual contrato poderá sofrer profundos ajustes. “Ainda é cedo para falar nestes termos. O que posso assegurar é que o Paraná irá exercer aquilo que lhe é de direito nesse contrato”, disse o vice das categorias de base, Marcelo Nardi.

Aos 37 anos, Nardi já passou por várias áreas do clube. Foi um dos fundadores da torcida Fúria Independente, atuou na Paranautas e na gestão passada trabalhou diretamente no futsal do Tricolor. “Foi esse trabalho que acabou resultando nessa cadeira tão importante. O grupo encabeçado por Celso Bittencourt viu o que foi feito no futsal e acho que tem muito a ver com o que o Paraná precisa nas categorias de base”, comentou o dirigente. Tanto que uma de suas exigências para assumir o cargo foi que o futsal ficasse atrelado à vice-presidência de futebol de base. “Vejo assim: o histórico do Paraná é de revelar grandes jogadores para o campo através do salão”, recordou. Nomes como Lúcio Flávio, Tcheco, Giuliano e tantos outros saíram das quadras para o gramado. “São duas áreas intimamente ligadas. Então, acho justo que o mesmo vice-presidente coordene estes setores tão importantes para o futuro do clube”, analisa.

A primeira ação de Nardi foi executar aquilo que reza o contrato entre Paraná e a Base: a indicação de gestores para um comando compartilhado do Ninho da Gralha. Mesmo evitando citar nomes, o dirigente admite que desde 2008, quando a parceria foi firmada, o Paraná nunca “fiscalizou” aquilo que era feito no CT de Quatro Barras. Para mudar este estado de coisas, o clube já contratou Carlos Fernando Lôr, que por muito tempo atuou no Boqueirão, coordenando as categorias de base antes da transferência para o CT. “Temos direito a dois gestores, que irão dar expediente no Ninho de Gralha”, afirmou. Neste momento de transição, a nova diretoria não fala em mudanças radicais. “Vamos observar a Copa São Paulo de Juniores para sentir aquilo que tem sido trabalhado nesses últimos meses. Sabemos que há coisas que podem ser melhoradas, mas tudo a seu tempo”, comentou Nardi.

Sua principal preocupação está no baixo número de atletas da base utilizados no profissional recentemente. “Tivemos o Kelvin, o Diego…e para por aí. É muito pouco”, reconhece. Para Nardi, a missão da categoria de base, é, como diz seu nome, dar sustentação ou uma base para o profissional. “Craque você não revela a toda hora. Mas é preciso que você fabrique em casa bons jogadores, que formem uma espinha dorsal do time principal. Acho que esta é a essência do trabalho da base”, conclui Nardi.

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