Ao contrário do que a diretoria do Paraná Clube afirmou ao Paraná Online, na quarta-feira, os salários atrasados não foram depositados nas contas dos funcionários. De acordo com um empregado, que não quis se identificar, o atraso já chega a 8 meses e ninguém deu uma resposta dentro do Tricolor. “A minha situação é de seis meses já sem receber, mas tem situação de quem está sete e oito meses sem receber. Ninguém fala nada pra gente. Eles falam pra gente ficar tranquilo, que na semana que vem vão depositar, mas nunca depositam”, afirmou, garantindo que em mais de dois anos no clube nunca recebeu em dia seus pagamentos.
A diretoria do Tricolor havia prometido uma posição aos funcionários até anteontem, mas ainda segundo este empregado, promessas estão virando algo normal. “Prometeram de pés juntos que até quarta-feira iriam pagar. Assim tem sido já faz um tempo”, assegurou. A situação pior é nas categorias de base, onde trabalham cerca de 40 pessoas e se acumulam a maior parte dos atrasados. “A categoria de base ficou largada. Foi feito uma parceria com a empresa B.A.S.E (Bom Atleta Sociedade Esportiva) mas nós não temos culpa. São todos registrados pelo Paraná. Estou desde setembro sem receber. Tem gente com filho recém-nascido que está sem salário também”, denunciou um outro funcionário.
Um outro problema é a condição de trabalho dada – ou a falta dela – tanto no Boqueirão quanto no Ninho da Gralha, em Quatro Barras. Até comida está faltando para os empregados e, consequentemente, para a garotada. “Não trabalhamos desde a volta da Copa São Paulo. Não tem nem comida nem manutenção no CT. É pra voltarmos na segunda-feira, mas mais porque gostamos do que fazemos”, disse. Outro funcionário confirmou que a situação está precária. “É a pior parte, ficamos esquecidos. Dizem que a gente é escolinha, categoria de base, e nunca sabemos de quem cobrar. A condição de trabalho é precária, nós trabalhamos por amor”, completou.
O problema maior é que, quando vão procurar respostas, os empregados ouvem sempre o mesmo discurso. “A gente liga pro Paraná, liga pro pessoal da B.A.S.E e eles dizem que não têm dinheiro. Quando trocou a diretoria foram falar com a gente e fizeram até ameaças. Eles dão menos de 30% do salário como um cala-boca e prometem o resto uns 20 dias depois, mas nunca depositam”. Em defesa do Paraná, o presidente Rubens Bohlen não entrou em muitos detalhes, mas afirmou que a situação será definida hoje. “Será depositado amanhã (hoje). Está tudo certo”, declarou.