Foto: Valquir Aureliano/Tribuna

Gérson assume o lugar de Pierre,
que foi vetado pelos médicos.

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Diante de seu maior freguês em Brasileiros, o Paraná Clube inicia hoje uma nova etapa na competição. Sem grandes alterações, o técnico Caio Júnior aposta na coesão do grupo para surpreender o Flamengo – às 20h30, em Volta Redonda – e seguir em uma posição confortável na tabela de classificação. A sustentação para esse otimismo está na campanha do time, que mostrou equilíbrio defensivo e poder de fogo nos contragolpes nas partidas disputadas fora de casa.

Há muito tempo o Tricolor é uma grande ?pedra no sapato? do Flamengo. E os números mostram isso. Foram nove vitórias e só três derrotas nos catorze encontros entre os clubes em nacionais. Nesse retrospecto, goleadas memoráveis como as de 1996 (4×1, em pleno Maracanã) e 2003 (6×2, no Pinheirão). Porém, no ano passado, o rubro-negro levou a melhor, com um empate no Rio e uma vitória em Curitiba, resultado que garantia, naquele momento, a permanência do Flamengo na Série A.

Números que valem para a estatística, mas que pouco interferem no jogo desta noite. Os jogadores do Paraná preferem tomar por base outro retrospecto: o do atual time, em jogos fora de casa. Nas cinco partidas disputadas na condição de visitante, até aqui, o Tricolor sofreu duas derrotas (pela diferença mínima), para Juventude e Fluminense, quando ainda passava por ajustes na fase pós-título estadual. Nas três partidas seguintes, um empate (Fortaleza) e duas vitórias (sobre Ponte Preta e Goiás).

?Isso mostra a forma segura com que jogamos. Marcação forte, mas com opções de ataque, sem apelar para a retranca. Essa é a nossa forma de jogar?, lembrou o ala Edinho. ?E, diante do Flamengo, temos que jogar assim, sem ficar esperando o adversário lá atrás.? Com um 3-6-1 bem definido, Caio conta com a ocupação dos espaços para inibir uma ação mais ofensiva do rubro-negro. ?O segredo é tocar bem a bola, quebrar o ritmo do adversário, já que temos um meio-de-campo formado por jogadores habilidosos?, disse o treinador.

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Com a entrada de Gérson – já que Pierre foi vetado – essa característica se acentua.

O objetivo é ?cansar? o adversário com o toque de bola. Caio teve também o cuidado de preparar algumas ?armas? para a fase final. Ele acredita num desgaste das equipes neste reinício de competição e terá as opções de Maicosuel e Cristiano para ganhar velocidade no segundo tempo.

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?É como num início de temporada, onde os times demoram algumas rodadas para entrar no ritmo. Por isso, acho que nesta partida, o banco pode ganhar o jogo?, afirmou o técnico paranista. Apesar da badalação carioca em torno da decisão da Copa do Brasil, Caio Júnior não acredita que isso tenha grande influência no jogo desta noite. ?Conheço o Ney Franco e tenho certeza que ele está focado no Brasileiro. Mas, acredito no meu grupo, que está muito motivado para essa volta à competição.?

CAMPEONATO BRASILEIRO

11ª RODADA

FLAMENGO x PARANÁ CLUBE

FLAMENGO

Diego; Leonardo Moura, Renato Silva, Ronaldo Angelim e Juan; Jônatas, Renato Augusto, Toró e Renato; Ramírez e Luizão. Técnico: Ney Franco.

PARANÁ

Flávio; Gustavo, Neguete e Edmilson; Angelo, Beto, Batista, Gérson e Edinho; Sandro e Leonardo. Técnico: Caio Júnior.

SÚMULA

Local: Raulino Oliveira (Volta Redonda).

Horário: 20h30.

Árbitro: Sérgio da Silva Carvalho (DF).

Assistentes: Marrubson Melo Freitas (DF) e Eremilson Xavier Macedo (DF).

Neguete é o novo líbero

Um dos líderes do atual elenco, o zagueiro Neguete assume hoje uma nova função no time. Adaptado como líbero, será dele a ?voz de comando? da zaga. Acostumado a atuar pelo lado esquerdo da defesa, Neguete treinou ?na sobra? durante toda a intertemporada. ?Estou adaptado. Muda um pouco porque você tem uma visão de todo o jogo?, comentou o zagueiro.

Neguete prevê um jogo difícil, diante de um adversário que vem com tudo para o ataque. Mas, não teme o Flamengo. ?Temos um ótimo retrospecto fora. Sabemos jogar dessa forma. Se eles deixarem a gente jogar, vão sambar?, desafiou o jogador. O Paraná possui uma defesa equilibrada e os números provam isso. Foram apenas onze gols sofridos nos dez jogos, apesar do constante rodízio de zagueiros.

Um dos mais experientes do grupo, Neguete foi deslocado para a condição de líbero diante da ausência de Émerson, que mesmo recuperado da cirurgia no tornozelo não poderia atuar hoje por estar suspenso (3.º cartão amarelo). Quanto à possibilidade de o Flamengo entrar em campo desconcentrado – já que na próxima semana inicia a decisão da Copa do Brasil -Neguete foi enfático. ?Se de repente, para eles, esse será um jogo qualquer, para nós não.

É um jogo importantíssimo?. Por conhecer o técnico Ney Franco – com quem trabalhou no Atlético Mineiro, quando o profissional ainda atuava como preparador físico -Neguete não acredita num clima de ?oba-oba? no Flamengo. ?A imprensa dá o foco ao clássico. Mas, sei como o Ney Franco trabalha. Ele é honestíssimo e vai motivar seu grupo?, finalizou. (IC)