Emerson chegou por último, mas já tomou
conta da cozinha paranista. Ele não
economizou gritos na sua estréia contra o Vasco.

Reabilitado, mas sem tempo para “relaxar”, o Paraná Clube se mobiliza para o clássico de amanhã – 20h30, no Pinheirão – frente ao Coritiba. Uma vitória sobre o rival pode tirar o tricolor da “zona de rebaixamento” e dar fôlego extra para as próximas rodadas, quando estará jogando fora de casa, contra Palmeiras e Atlético Paranaense. Após uma série de confrontos com concorrentes diretos pela permanência na primeira divisão nacional, o time de Paulo Campos encara agora equipes que estão na outra ponta da tabela.

Esta será a rotina do clube durante todo o mês de outubro. Serão seis jogos, todos contra clubes que estão acima da 12.ª colocação. Pelas projeções, o Paraná ainda precisa somar 20 pontos para se manter na Série A, o que representa um aproveitamento de 51,28%. A comissão técnica tricolor não trabalha com números e prepara o grupo somente para o próximo desafio. O Paraná tenta a primeira seqüência de vitórias no brasileiro, mas o treinador não dá pistas sobre a formação que utilizará neste clássico.

Paulo Campos tem se mostrado um treinador pouco afeito a “surpresas”, mas promoveu, diante do Vasco, uma mudança inesperada. Deslocou João Paulo para a ala direita e assim deu maior consistência à zaga. Se nos primeiros minutos o time se mostrou instável, conseguiu evoluir durante o jogo e João Paulo não se limitou à marcação. Tanto que em uma de suas descidas, fez o cruzamento que resultou no gol da virada, assinalado por Marcel. Só que para o jogo de amanhã, o treinador não terá Marcel e Messias, suspensos.

Numa simples substituição de peças, Maranhão e Beto são os mais cotados, respectivamente. Até porque, Paulo Campos tem deixado clara sua posição contrária à aplicação do 3-5-2.

Paulo Campos irá realizar apenas um treino tático para o clássico, hoje pela manhã. Um treino “secreto”, confirmando a intenção do treinador de esconder até o último instante a escalação do Paraná. Principalmente agora, que conta com maiores opções para todos os setores da equipe. Além dos substitutos naturais para os jogadores suspensos, o técnico dispõe, por exemplo, do meia Marcelo Passos, um jogador versátil e que vem mantendo um bom nível de treinamentos. Como nenhum jogador sofreu lesão em Paranaguá, as indefinições devem se restringir apenas aos substitutos de Messias e Marcel.

Quase sem voz

Émerson foi o último reforço contratado para este Campeonato Brasileiro. Chegou há somente dez dias, mas isso não o impediu de assumir uma postura de comando na zaga paranista. Estreou frente ao Vasco e não economizou nos gritos para acertar o posicionamento da equipe. “Terminei o jogo exaurido e quase sem voz. Mas valeu pelo resultado e pela reação do time”, comentou.

O jogador, que se destacou na Portuguesa e teve passagem pela seleção brasileira, admite que “se transforma” ao entrar em campo. “Sou um cara normalmente quieto, mas quando o jogo começa, falo muito, sempre procurando orientar os companheiros”. Para Émerson, esse sentido de liderança é natural e importante para a equipe.

“É sempre melhor antever a jogada. Com esses cuidados, a gente diminui os erros e fica mais fácil jogar.”

Émerson gostou do seu primeiro jogo com a camisa tricolor. “O resultado também ajudou. Tivemos dificuldades e isso era até previsível. Mas, creio que não cometi nenhum erro bisonho e me senti à vontade no time”, comentou. Émerson, agora, terá sua primeira experiência em um clássico paranaense. “Sei da rivalidade entre os clubes e é um jogo que pode representar uma arrancada importante para que saiamos dessa posição desconfortável”, finalizou.

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