O Paraná Clube tenta driblar limitações e uma matemática cruel para ainda respirar na Série B. Pelas projeções, levando-se em conta aquilo que vem ocorrendo na Segundona desde 2006, quando a competição passou a ser disputada por pontos corridos e com 20 clubes, somente uma combinação improvável e uma campanha épica colocariam o Tricolor novamente no G4. O técnico Guilherme Macuglia não quer nem ouvir falar em metas ou calculadoras. A estratégia do treinador é coerente com o momento da equipe. Afinal, o jejum de vitórias já se estende por quatro rodadas.
Para novamente se credenciar ao acesso, o Paraná terá que vencer nada menos do que dez dos catorze jogos que tem pela frente – a contar de amanhã, quando recebe o vice-líder Náutico, às 20h30, na Vila Capanema.
“Não adianta ficar pensando em dez vitórias. Temos é que dar o primeiro passo”, resume o meio-campo Dinelson, rezando à risca a cartilha do novo treinador. Para chegar ao número mágico para o acesso (63 pontos), o Tricolor teria que ter um desempenho similar ao Corinthians de 2008 – dono da melhor campanha de toda a história da Série B, com 74,5% de aproveitamento e 85 pontos somados.
Hoje, para se aproximar de uma pontuação compatível com o acesso, o time de Macuglia teria que apresentar um aproveitamento de 73,8%. Mesmo nas doze primeiras rodadas, onde o time despontava como um favorito ao acesso, o rendimento foi de 63,9%. “Sabemos que ficou difícil, mas temos que lutar e fazer de cada jogo uma decisão”, lembra o goleiro Luís Carlos.
Além de uma transformação no comportamento da equipe, o Paraná segue jogando com as constantes oscilações desta Série B. Na abertura da rodada, Americana e ABC perderam. Dependendo de uma combinação de resultados – e, é claro, de uma vitória sobre o Náutico -, o Paraná poderá reduzir para 6 pontos, já nesta rodada, a diferença que o separa da área de acesso à Primeira Divisão. Tudo isso, sem descuidar do retrovisor. “Se a turma da frente tropeça, os de trás encostam. Então, temos é que fazer a nossa parte”, arremata o volante Serginho.
