Paraná Clube pode ser diferente a partir de hoje

Mergulhado em números. E não são projeções para o futuro do Campeonato Paranaense. O técnico Luiz Carlos Barbieri começa a testar a partir de hoje variações táticas visando um maior rendimento ofensivo do Paraná Clube. Após duas rodadas, o ataque ainda não funcionou e os dois gols marcados saíram em lances de bola parada. O treinador pode até partir para o 4-4-2 -esquema ao qual é adepto -, mas a tendência é a aplicação do 3-6-1.

Pode até parecer paradoxal, mas com a troca de um atacante por mais um meia, tornaria o time mais coeso para pressionar os próximos adversários. ?Houve evolução de um jogo para o outro, mas ainda não atingimos um volume de jogo satisfatório?, reconheceu Barbieri. Mesmo tendo sido derrotado pelo Londrina, para o técnico o Tricolor subiu de produção em relação à primeira rodada, tocou a bola com maior precisão e não fossem algumas falhas de posicionamento teria tido melhor sorte.

?Sofremos os gols quando perdemos a bola no ataque e a recomposição foi lenta?, disse Barbieri. O técnico fez elogios ao condicionamento físico do grupo. ?Naquele calor, o time suportou bem a partida e não foi suplantado pelo adversário neste ponto. E isso que a preparação não foi a ideal?, frisou. O técnico sabe que pela necessidade do calendário, etapas de treinamento foram ?queimadas?. Por isso, usa os jogos como forma de evolução do time em todos os fundamentos e economiza nos treinos.

Em especial nos dias seguintes aos jogos. ?É preciso muita atenção para não sobrecarregar os atletas. Da forma como tivemos que conduzir a pré-temporada, os riscos de lesão são sempre maiores?, ponderou. Por isso, o zagueiro Émerson deve ser poupado do jogo de quinta-feira, frente ao União Bandeirante – às 20h30, no Pinheirão. Com uma contratura na coxa direita, o jogador se submeteu a uma ultra-sonografia na noite de ontem. ?O local está dolorido. Vamos ver como as coisas evoluem até a véspera do jogo?, disse Émerson.

A eventual ausência do jogador pode fazer com que Barbieri escale o time com apenas dois zagueiros. Porém, a diretoria acredita que ainda hoje a documentação de Gustavo esteja regularizada. O CRB deve assinar a liberação do atleta, que obteve liminar na Justiça. ?Se isso acontecer, ele estréia?, antecipou o treinador. Outro que pode ter uma chance como titular é o atacante Leonardo, que já está melhor condicionado e teve uma boa participação nos vinte minutos em que esteve em campo frente ao Londrina.

Ayrton é a novidade pra lateral

Mais uma aposta. O Paraná Clube foi buscar no interior paulista uma nova opção para a lateral-direita. Indicado pelo técnico Luiz Carlos Barbieri, Ayrton foi apresentado ontem à tarde e espera estar à disposição da comissão técnica o quanto antes. Com passagem até pelo futebol russo, o ala busca projeção nacional com a sua primeira oportunidade em um time de expressão.

?Sou um lateral que busca sempre o apoio. Por isso, gosto de jogar no 3-5-2, com liberdade?, disse o jogador. Ayrton Luiz Ganino, 20 anos, iniciou sua carreira no XV de Piracicaba, clube de sua cidade natal. Mas, ainda juvenil, foi para o Cene-MS e ?rodou? por outros clubes pequenos, como Independente de Limeira e Mamoré, até se transferir para o Lokomotiv, de Moscou.

?Joguei no time B. Mesmo sendo uma cultura completamente diferente, tive um bom desempenho?, comentou. ?Ficamos na quarta colocação?, lembrou. No clube russo, conviveu com outros brasileiros, o volante Lima e o meia Jorge Wagner. ?Eles me ajudaram muito. Só não fiquei por lá, porque meu empresário não aceitou algumas cláusulas na renovação do contrato?, disse.

De volta ao Brasil, Ayrton disputou a Série B-1 do campeonato paulista pelo Velo Clube, de Rio Claro. ?Fiz cinco gols na competição e isso foi muito importante para mim?, comentou. Recentemente, o lateral disputou um torneio amistoso em Paraíba do Sul, pelo Guarani, mas não houve acerto com o clube de Campinas. Mesmo sendo seu empresário o Neni Zini, filho de Beto Zini, antigo homem forte do Bugre.

?Agora surgiu essa chance e quero marcar minha passagem pelo Paraná, ajudando o clube a conquistar o Campeonato Paranaense?, finalizou.

O contrato de Ayrton é para o estadual, com opção de renovação para o Brasileiro. Amanhã, diretoria e empresário discutem valores para a fixação de 50% dos direitos federativos do atleta.

Bola parada é com ele mesmo

Uma assistência e um gol.

O início de temporada do ala Rodrigo Alvim supera as expectativas do próprio jogador. Na primeira rodada, ele cobrou escanteio na cabeça de Rafael Muçamba e no último domingo acertou uma ?bomba? no ângulo do goleiro Serginho, do Londrina. ?Treino muito essa bola parada. É um dos meus pontos fortes?, disse o jogador, empolgado com a fase. Curiosamente, a carreira do lateral, de 22 anos, não é marcada por muitos gols.

?Até minha família ficou surpresa?, admite. Formado nas categorias de base do Grêmio, Rodrigo Alvim conta nos dedos os gols que já marcou. ?Foram poucos, mesmo. Fiz um no Grêmio e outros dois no Vila Nova?.

O ala tem se destacado neste ?novo? time e faz da força física uma de suas virtudes. ?Creio que já evoluí nessa primeira semana. Já estou menos cansado e a tendência é continuar crescendo, junto com o time?.

Com um chute muito forte na perna canhota, a inspiração de Rodrigo Alvim é nada menos que o melhor jogador do mundo: Ronaldinho Gaúcho. ?Somos muito amigos. Nós conversamos quase todos os dias pelo MSN?, revelou. Apesar dos três anos de diferença, Rodrigo Alvim foi contemporâneo de Ronaldinho nas categorias de base do Grêmio. ?Só não jogamos juntos. Mas, mesmo com apenas dez anos, ele já jogava muito. De cada três faltas, duas ele guardava?, recordou.

Rodrigo Alvim, que na época tinha sete anos, observava atentamente a forma como o craque batia na bola. ?Para se obter melhor desempenho, é preciso ajeitar bem a bola.

O chute deve ser na parte dura, no bico?. Para Alvim, 70% dos jogos são decididos em bolas paradas e ele espera seguir com um bom aproveitamento. ?Tenho sido o principal responsável pelas cobranças de faltas e escanteios, mas o Sandro também pega muito bem na bola e outros jogadores irão chegar para dividir essa responsabilidade?, disse.

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