Nem o mais otimista paranista acreditava na manutenção da equipe que encerrou o Brasileirão na 15.ª posição. A diretoria faz o possível para segurar a base do elenco, mas os ajustes tornam-se inevitáveis.
O Paraná Clube bem que tentou – e até a parceria fez proposta para a aquisição dos direitos federativos do lateral-direito Etto -, mas o Criciúma confirmou ontem a venda do jogador para o futebol russo, em transação na ordem de US$ 350 mil. A saída, então, foi acertar com um jovem lateral que já atuou por duas equipes do interior paranaense.
Toni, 23 anos, disputou o último Brasileiro da Série B pelo Londrina. Antes disso, atuara pelo União Bandeirante. O Tricolor já definiu bases salariais com o jogador, que passa férias no Nordeste brasileiro e se apresenta no próximo dia 5 de janeiro. Além disso, terá a volta de Luís Paulo, que ainda está vinculado ao clube e terá sua situação analisada pela comissão técnica. "Muita coisa aconteceu desde que ele foi negociado com o Paulista. Não descartamos a possibilidade de o jogador ser reintegrado", comentou o vice de futebol José Domingos.
A ala, porém, não é a única posição carente. Principalmente se a transferência de Cristian para o Palmeiras se confirmar. Ontem, a diretoria paranista esteve em contato com o presidente do clube paulista, Mustafá Contursi. Este confirmou interesse por Cristian e não fez objeção para a liberação do volante Célio, indicado ao Paraná pelo técnico Paulo Campos. Porém, descartou a possibilidade de incluir Diego Souza na transação. "Ele nos disse que o meia vai permanecer no Palmeiras. Diante disso, não pudemos fazer nada", explicou Domingos. "Quanto ao Célio, acredito que ainda esta semana definiremos a sua vinda."
Enquanto as negociações de maior porte, envolvendo jogadores da parceria não são concluídas, o Paraná abre espaço para jogadores desconhecidos e em busca de projeção. A transferência de Galvão para o Sanfrecce Hiroshima deve ser definida apenas na próxima semana. Um atacante canhoto, assim como Galvão, já está "na mira" do Tricolor. Marlon, 22 anos, já atuou pela Penapolense, do interior paulista, e esteve recentemente em Honduras. "Ele virá para um período de avaliação. Recebemos boas informações e é uma opção diante das dificuldades do mercado", afirmou José Domingos.
Outros detalhes relativos à composição do elenco serão discutidos hoje pela manhã, em reunião da diretoria tricolor e o empresário Sérgio Malucelli. O parceiro comercial do Paraná confirma que Galvão e Cristian estão envolvidos em negociações, mas negou que o São Caetano ou outro clube qualquer tenha feito proposta por Canindé. A permanência do meia para a disputa do paranaense não está descartada.
Cozinha sem mudanças para próxima temporada
O Paraná não deve sofrer alterações na sua "cozinha". O acerto com Émerson ainda não foi oficializado, mas as bases salariais estão definidas e o jogador já comunicou à diretoria sua intenção de permanecer no clube. O zagueiro viajou no início da semana para Natal com a família e somente após o réveillon deve definir a situação, renovando contrato por mais uma temporada.
Como Fernando Lombardi não saiu, a dupla titular estaria mantida. O problema, agora, pode ser um suposto interesse do São Caetano pelo suplente João Paulo. O clube paulista teria feito uma proposta salarial muito acima daquilo que o Paraná se dispõe a pagar. João Paulo renovou, recentemente, seu contrato com o Tricolor por mais dois anos. "Não fomos procurados. Mas, podemos até conversar", disse José Domingos.
A intenção da diretoria é permanecer com os três zagueiros, dando ainda como certa a renovação do contrato do goleiro Flávio. O Pantera recusou oferta do Santa Cruz e deve definir novo acordo com o Paraná na próxima semana. Como os volantes Axel e Beto permanecem no clube, o sistema defensivo da equipe não sofreria alterações. "É importante que isso ocorra para que a comissão técnica não precise mexer muito no time já para a largada do estadual", disse Domingos. O Paraná estréia na competição dia 19 de janeiro, em casa, frente ao Roma.
