Um time sem alma, vibração nem qualidade técnica envergonhou o torcedor paranista que acompanhou a partida de ontem ou esteve no Estádio Erick Georg, em Rolândia. A derrota por 2 x 0 para o Nacional ficou até barata para o Tricolor, que especialmente no segundo tempo – após as alterações promovidas por Paulo Comelli – tomou um vareio do modesto time do norte.
A situação ficou insustentável para o técnico, responsável direto pela montagem do elenco, que mesmo após dois meses de treinamento não encontrou um encaixe no elenco. Comelli pediu demissão do cargo e a diretoria concordou. O técnico deixa o time na 12.ª colocação, uma só à frente da zona de degola.
O Paraná, no esquema 3-5-2, até que não começou mal. Sob o forte calor de Rolândia, deteve a bola por mais tempo e criou três chances nos 20 minutos iniciais. A mais clara foi a primeira – Agenor, de forma incrível, cabeceou fora, na cara do gol.
Pouco a pouco, o time de Rolândia equilibrou as ações, mas só chegou com perigo uma vez. O goleiro Vinícius fez milagre em cabeceio de Wellington Silva.
Mas num contragolpe rápido, e com dois lances polêmicos, o Nacional abriu o placar. Márcio recebeu em posição duvidosa e cruzou. O lateral Murilo, que poderia cortar, foi empurrado na área. Na sobra, Anderson apareceu livre a marcou, aos 43 do 1.º tempo.
O lance deixou irritado o treinador paranista. “Não tem cabimento tomar um gol desses, depois de uma falta a nosso favor. Cansei de gritar para alguém ficar no rebote”, esbravejou Comelli.
O técnico mudou o esquema tático no intervalo, trocando o zagueiro Jonathas pelo meia Edimar, além de Wando por Peterson. O efeito foi inverso: criou-se um buraco pelo lado esquerdo da zaga, por onde o Nacional deitou e rolou. Resultado: em cinco minutos, o time da casa chegou três vezes na cara do gol.
Mas só marcou na terceira: Márcio, com categoria, fez 2 a 0. A partir daí o Paraná morreu. Sem inspiração, nem transpiração, o Tricolor nada mais fez. A coisa só piorou quando Bruninho, melhor em campo na primeira etapa, foi sacado para a entrada de Everton. O Nacional ainda perdeu pelo menos três chances claras de gol. Como desgraça pouca é bobagem, o apático Kléber ainda fez de cabeça para o Paraná aos 20 minutos, mas o assistente apontou incorretamente o impedimento.
Tamanha falta de espírito dava mesmo a impressão de que algo estava para mudar nos lados da Vila Capanema.