Ainda não foi aquele Paraná Clube que a torcida espera para a Copa Libertadores.
Mas a atuação de ontem, na vitória por 3×1 sobre o Nacional, na Vila Capanema, deixa todos mais tranqüilos. Se no ano passado o Tricolor era uma equipe forte, de conjunto e de excelência na marcação, o time de 2007 será técnico, baseado na qualidade da trinca Gérson, Dinélson e Henrique – este, o dono da partida de ontem, e candidato a ser o craque paranista nesta temporada. O resultado levou o Paraná à liderança provisória do Campeonato Paranaense, com 7 pontos.
Eram dois os estreantes da vesperal tricolor – o meia Dinélson e o atacante Vinícius Pacheco. Também reestreavam Daniel Marques e Aderaldo. E o Paraná começava a ter a cara do time que vai encarar o Cobreloa no dia 1.º de fevereiro, em Calama.
E a primeira observação que pôde ser feita foi que o Tricolor é outro time.
É agudo, ofensivo e de extrema técnica. Dinélson, com muito talento, atormentou a zaga do time de Rolândia. Gérson é mais cadenciador de jogadas, mas está fisicamente muito bem e deu ritmo à equipe.
E Henrique é o faz-tudo – graças a ele o pretenso 4-4-2 de Zetti muda durante a partida, às vezes com três atacantes, às vezes com um.
E foi com a qualidade da trinca que o Paraná criou seus três lances de gol, todos no segundo tempo. No primeiro, Vinícius Pacheco (que fez ótima estréia) rolou para Egídio, que cruzou na cabeça de Gérson. O segundo também foi do camisa 8 tricolor, que recebeu passe açucarado de Vinícius. Henrique, após bela tabelinha de Gérson e Dinélson, completou o placar tricolor na Vila Capanema.
Com eles, o Paraná joga bonito. Toques rápidos, transição em alta velocidade e lances de força pelas laterais – mesmo que Alex e Egídio, forçados pela circunstância, não se soltaram tanto para a frente. Beto, como em 2006, aparece como elemento surpresa na frente, e em algumas oportunidades o Tricolor fica com sete jogadores próximos à área adversária.
Por conta disso, o Paraná não só criou as jogadas dos gols, mas um sem-número de oportunidades. E perdeu diversos gols – pelo menos mais seis chances claras foram desperdiçadas.
?Não podemos errar tantas vezes?, reconheceu o técnico Zetti.
Mas a deficiência mais clara no time que venceu ontem foi no sistema de marcação. Daniel Marques e Aderaldo, visivelmente fora de forma, ficaram desprotegidos – e Beto e Goiano se desdobraram na marcação. O Nacional teve três chances de marcar e no final do jogo descontou com Kléber, aproveitando uma falha generalizada da defesa tricolor. Se o Nacional conseguiu, é possível que o Cobreloa também consiga. Mas é uma falha que pode ser corrigida em dez dias.
Por isso, ficou mais clara a força ofensiva do Paraná, que pode ser decisiva no mata-mata da Libertadores.
CAMPEONATO PARANAENSE
1ª FASE – 3ª RODADA
PARANÁ CLUBE 3×1 NACIONAL
PARANÁ
Flávio (Marcos Leandro); Alex (Lima), Daniel Marques, Aderaldo e Egídio; Goiano, Beto, Gérson e Dinélson (Joelson); Vinícius Pacheco e Henrique. Técnico: Zetti.
NACIONAL
Renato; Da Silva, Nei, Gonçalves e Klayton (Kléber); Juninho Sodré, Joelson (Wellington), Danilo e Ricardo Maranhão; Ricardo Bueno e Marcão (Almir). Técnico: Danilo Augusto.
Em campo
Local: Durival Britto
Árbitro: Almir Rogério Ruiz Garcia
Assistentes: Luiz Henrique Renestro e Giuliano Sufredini
Gols: Gérson 2 e 11, Henrique 25 e Kléber 39 do 2º
Cartões amarelos: Egídio, Aderaldo, Joelson (PR); Gonçalves, Kléber (NAC)
Renda: R$ 24.751,00
Público: 2.550 (1.992 pagantes)