Praticamente sem chances no Estadual, o Paraná Clube volta atenções para a Copa do Brasil. Hoje às 20h30, no Castelão, começa a decidir com o Fortaleza uma vaga nas oitavas-de-final.
Quem avançar encara o Flamengo, que eliminou o Remo em apenas um jogo. Será também a estreia de Wagner Velloso em um campeonato de nível nacional. Após tirar o Tricolor da lama no Paranaense, o técnico ganhou pontos com a torcida e no jogo desta noite poderá medir o real potencial de seu grupo, num confronto contra futuro adversário pela Série B do Brasileiro.
Velloso rompeu com serenidade as suspeitas iniciais de torcedores e críticos. Dúvidas justificáveis, já que o Paraná foi buscar um treinador em início de carreira em um momento delicado, quando o clube convivia com o risco de degola num frágil campeonato doméstico.
Com o treinador, o Tricolor não só escapou do vexame como conseguiu vaga na segunda fase do Paranaense e se manteve vivo até a recente derrota para o Coritiba. Foram oito jogos com cinco vitórias, um empate e duas derrotas, num aproveitamento surpreendente (66,67%) para um grupo até então desacreditado.
O desafio, hoje, vai além dos 90 minutos. Será também uma prova de fogo para o time, que dentro de 24 dias inicia sua caminhada na busca pela volta à elite do futebol brasileiro.
É certo que o elenco será redefinido – estima-se um mínimo de oito contratações -, mas o confronto contra o Fortaleza será um bom teste para se medir em quem o Paraná ainda pode apostar para a sequência da temporada. E, nesse vestibular, o Tricolor se depara com uma equipe com ambições idênticas nesta temporada: dar adeus à Segundona.
Por estar melhor posicionado no ranking da CBF, o Paraná joga a primeira fora de casa, com a possibilidade de eliminar o adversário sem o jogo da volta. Para isso, teria que vencer por dois ou mais gols de diferença.
Mas, vencer já seria algo inédito, em se tratando de confrontos no Castelão. Por mais que leve vantagem no retrospecto geral (4 vitórias, contra duas do rival), o Tricolor jamais venceu atuando na capital cearense.
Nem mesmo contra o Ceará (que em 2001 eliminou o Paraná desta mesma Copa do Brasil). Em seis jogos disputados na cidade de Fortaleza, na história do clube, foram três empates e três derrotas.
Velloso, particularmente, encara com naturalidade esse seu primeiro jogo numa competição de maior porte (antes, trabalhou nos campeonatos sul-matogrossense e em divisões menores do futebol paulista).
“Para mim, não tem muita diferença, não. Mas, tenho que fazer os jogadores entenderem bem como é essa competição, onde cada gol pesa muito”, comentou o treinador.
A preocupação maior é fazer com que o Tricolor não dê os mesmos vacilos do último jogo, onde levou um gol com menos de dois minutos, diante do Coritiba, e viu seu plano de jogo ruir.
“Reagimos no Paranaense com a força do sistema defensivo. Isso tem que ser recuperado para que a gente possa avançar nessa Copa do Brasil”, arrematou Velloso.
