Em tempos olímpicos, o Paraná Clube segue derrubando barreiras e quebrando recordes. Mas negativos. Nos quase dezenove anos de existência, o Tricolor jamais havia sofrido sete derrotas seguidas numa competição oficial. Uma página tenebrosa, marcada por equívocos, dificuldades e uma notória falta de sorte.
Maré que culminou com o revés em Florianópolis, que valeu ao clube a nova “marca”. Antes disso, o pior desempenho do azul, vermelho e branco havia ocorrido em 2004, pela Série A, quando o time sofreu seis derrotas consecutivas, sob o comando de Gilson Kleina.
“Não sei o que ocorre. Até gol do vento a gente está levando”, desabafavam os atletas logo após a partida. O inferno astral do Paraná teve início há exato um mês, no jogo diante do Corinthians, na Vila Capanema. Naquele momento, vindo de duas vitórias, o Tricolor tinha a chance de engrenar na competição, mas tudo ruiu.
A derrota por 2×0 tornou-se um divisor de águas.
A confiança sumiu e depois disso nada mais funcionou. De lá para cá, jogadores saíram, outros foram contratados. Houve mudança no comando técnico e até
no departamento de futebol. Mas nada de reação.
Sete jogos, sete derrotas. Apenas nessa fase, são dezessete gols sofridos e somente quatro marcados. O resultado são os treze gols negativos de saldo que o clube carrega. Num resumo prático, um mês para se esquecer.
O técnico Paulo Comelli, à frente do Paraná nas últimas quatro partidas, prefere não “jogar a toalha”, acreditando que com as mudanças radicais processadas nos últimos dias, a guinada ocorrerá. “Sinceramente, merecíamos melhor sorte nas duas últimas partidas”, lembrou.
Curiosamente, nesses dois jogos em questão, contra Santo André e Avaí, a sorte esteve do outro lado. As previsões são terríveis para o Tricolor. Segundo os matemáticos, após mais um deslize, o representante paranaense tem nada menos do que 77% de chances de rebaixamento para a Série C. O “número mágico” para escapar da degola, nas projeções de Tristão Garcia – do site infobola -, seria 47.
Ou seja: nove vitórias e três empates, nos dezoito jogos que restam para o fim da temporada. A comissão técnica evita falar em números e mantém uma postura confiante, a partir dos bons momentos que o “novo” Paraná conseguiu apresentar em Florianópolis.
“Vi sinais de reação. É uma nova equipe, que vai nos dar retorno”, disse Paulo Comelli, sabendo que esta resposta terá que ser imediata, terça, contra o Fortaleza.
Entra-e-sai continua na Vila
O volante Pituca se apresentou ontem ao Paraná Clube. O jogador, que estava no Goiás, vem por empréstimo até o fim da temporada. Se não houver imprevistos, amanhã serão apresentados cinco novos jogadores: Pituca e os quatro que vieram do Flamengo, na negociação envolvendo o meia Éverton.
Fabricío, Rômulo, Camacho e Éder já treinam na Vila Capanema. Agora, falta apenas a chegada do atacante Muriqui, que ainda depende de uma liminar na Justiça do Trabalho para poder ser registrado na CBF.
A diretoria confirmou que o atacante Schwenck não vem mais. “Houve um impasse entre o departamento jurídico do Goiás e o procurador do atleta. Diante disso, desistimos da transação”, explicou o diretor de futebol Paulo Welter. Com isso, os direitos federativos do zagueiro João Paulo não mais serão estipulados.
“Não digo que ele não possa ser negociado. Só que o Goiás, agora, deixa de ter a preferência na aquisição”, justificou Welter. Mesmo sem Schwenck, o Paraná, no momento, não deve partir atrás de outro atacante.
Resolvendo essas pendências – envolvendo basicamente a “troca” Muriqui x Éverton -, o Paran,á deverá apenas enxugar o seu grupo, já bastante numeroso. O atacante Fábio Luís, por exemplo, não vem treinando sob a alegação que está “resolvendo assuntos particulares”.
Porém, fora dos planos, o centroavante pode estar indo para o futebol romeno, numa transação articulada pela L.A. Sports. Outros cortes no grupo serão inevitáveis, diante da chegada dos reforços solicitados pela comissão técnica.