Em novembro de 2002, o Paraná Clube arrancou um empate (2×2) em Florianópolis que lhe valeu a permanência na primeira divisão do futebol brasileiro. Quase cinco anos depois, o tricolor volta ao Orlando Scarpelli em busca de redenção.
Precisa desesperadamente de pontos para sair da ?ZR?. Mais do que isso, frente ao Figueirense, às 18h10, no Orlando Scarpelli, o time de Lori Sandri tenta mostrar que tem forças para evitar a degola, após o vexame em Natal.
Os últimos dias foram marcados por reuniões entre dirigentes, treinador e alguns atletas. Tudo para evitar que a derrota – e a má jornada – frente ao América gerasse um clima de pessimismo no grupo. Na matemática, o Paraná precisa de pelo menos 14 pontos para se manter na Série A. Ou seja, um aproveitamento de quase 52%. ?Não é uma meta impossível, mas temos que jogar mais. Já vacilamos demais ao longo da competição?, disse o zagueiro Daniel Marques.
Deslizes que se acentuam exponencialmente quando o assunto é jogos fora de casa. Apesar de poucas alterações no grupo – as mudanças mais significativas ocorreram no comando técnico – o Paraná não é nem sombra do time que iniciou o brasileiro. Nos dois primeiros meses de campeonato, o Paraná ostentou uma invencibilidade de seis jogos na condição de visitante. Mas foi só. Após a vitória sobre o Flamengo, na despedida de Pintado, a equipe ?coleciona? nada menos do que oito derrotas consecutivas em terreno inimigo.
Uma fragilidade incompatível com a experiência do grupo, que conta com atletas rodados, como Flávio, Nem e Beto. Nos últimos dias, os dirigentes conversaram muito com os atletas mais jovens do atual elenco. ?Precisamos que eles estejam muito próximos dos mais experientes, pois uma queda para a segunda divisão seria péssima para o clube e, conseqüentemente, para todos os atletas?, explicou o vice de futebol José Domingos.
Sem contar com Beto e Rafael Muçamba, lesionados, Lori Sandri vai apostar na improvisação de João Paulo na cabeça-de-área. Não quer dar espaços para o Figueirense e com um time fechado poderá dar mais liberdade aos alas e aos demais integrantes do meio-de-campo. Adriano e Batista, mesmo sendo meias-de-contenção, têm por característica a aproximação e um bom arremate de média distância. Ambos, fizeram gols nas duas últimas partidas do tricolor.
Na esquerda, a novidade é a volta de Paulo Rodrigues, já que Adriano Bahia sofreu uma lesão no joelho. Ele e Vandinho, improvisado na direita, estão orientados para apoiar e buscar o cruzamento para Jefferson, um especialista em jogadas aéreas. Com essas variações e a presença do matador Josiel, o tricolor quer espantar a ?uruca? e voltar a comemorar um bom resultado longe de sua torcida.
Arbitragem, uma preocupação a mais para hoje
?Fique de olho no apito…? A batida vinheta, usada há décadas pelas rádios do Brasil, será referência para o Paraná Clube no jogo desta noite. A diretoria não esconde a preocupação com a arbitragem nesta reta final do Brasileirão. Ainda mais quando o apitador vem com o ?selo? da Fifa. Pelo menos esta vem sendo uma rotina para o tricolor neste Brasileirão, onde os principais árbitros do País vêm tendo sucessivos ?deslizes?.
Só nesta temporada, Leonardo Gaciba da Silva (contra o São Paulo) e Paulo César de Oliveira (América-RN) marcaram pênaltis inexistentes contra o Paraná Clube. Carlos Eugênio Simon deixou de anotar uma penalidade máxima favorável ao tricolor no duelo contra o Atlético-PR. ?São coincidências que nos preocupam. Torço para que o Sálvio tenha uma boa arbitragem, pois tem qualidade técnica para isso?, frisou o vice de futebol José Domingos.
O erro mais recente ocorreu em Natal. Por mais que no primeiro tempo o trio não tenha confirmado um gol legítimo do América, ninguém engoliu o pênalti marcado por PC Oliveira. ?A tevê mostrou que a bola entrou, mas o árbitro e a bandeirinha não viram. Nem por isso ele tem o direito de aplicar a lei da compensação?, desabafou Domingos. ?Todos viram que o Batista nem tocou no jogador do América e ele marcou o pênalti, que definiu a sorte do jogo?, disse. Hoje, Sálvio Spinola Fagundes Filho pela primeira vez apita um jogo do Paraná, nesta temporada. (IC)
BRASILEIRO
30ª RODADA
FIGUEIRENSE x PARANÁ CLUBE
FIGUEIRENSE
Wilson; Chicão, Felipe Santana e Asprilla; Ruy, Diogo, Cleiton Xavier, Fernandes (Peter) e André Santos; Thiago Gentil (Otacílio Neto) e Jean Carlos.
Técnico: Alexandre Gallo.
PARANÁ
Flávio; Daniel Marques, Nem e Luís Henrique; Vandinho, João Paulo, Adriano, Batista e Paulo Rodrigues; Jefferson e Josiel.
Técnico: Lori Paulo Sandri.
SÚMULA
Local: Orlando Scarpelli (Florianópolis).
Horário: 18h10.
Árbitro: Sálvio Spinola Fagundes Filho (Fifa-SP).
Assistentes: Marco Antônio Gomes (Fifa-MG) e Aline Lopes Lambert (SP).