Paraná Clube não muda o discurso e tenta evitar crise

Não é hora para desespero. Ao menos este é o pensamento da diretoria do Paraná Clube após duas derrotas consecutivas e a “lanterna” do campeonato paranaense. Não se fala em crise e a diretriz não será alterada. O estadual continua sendo um laboratório para se medir a real capacidade dos jovens formados no clube. Novas contratações não estão descartadas, mas o Tricolor se recusa a “encher a prateleira” e a intenção é evitar jogadores de qualidade duvidosa e que necessitariam ainda de um período de preparação.

“Isso não significa que não estamos atentos a bons negócios que possam surgir, pois o nosso time está em formação”, explicou o diretor de futebol Durval Lara Ribeiro. O Paraná caminha lentamente, tendo como meta a definição de um grupo forte e competitivo para o campeonato brasileiro. Até março, a diretoria acredita que chegará a esse estágio, contando com jogadores que ficarão em disponibilidade com o término da primeira fase do Paulistão. Sob essa ótica, o Tricolor correrá o risco nestas cinco rodadas finais da etapa classificatória do estadual. Hoje, o Paraná estaria relegado ao “torneio da morte”, que definirá os dois times rebaixados para a série A-1.

Atacante

A busca por um atacante prossegue, mas o mercado se mostra muito restrito. Não apenas pela questão econômica do clube, que limitou salários e trabalha com um folha reduzida, mas também pela falta de atacantes de qualidade em disponibilidade. “Estamos em contato com muitos empresários, mas ainda não encontramos um jogador com perfil que se encaixe no nosso padrão”, ponderou o vice de futebol José Domingos. “Mas, tenho certeza que vamos crescer na competição. No clássico, o time já deu mostras de que pode somar os pontos necessários à classificação”, afirmou.

Questionados sobre as contratações feitas até o momento, os dirigentes reconhecem que havia urgência na vinda de jogadores para a formação de um grupo, devido à escassez de atletas da casa. No início da pré-temporada, o Paraná tinha somente sete jogadores à disposição da comissão técnica e o grupo foi formado às pressas e completado com atletas que retornavam da Copa São Paulo de Juniores. “Só posso garantir que no brasileiro teremos um time forte, até melhor que o do ano passado”, disse Durval Ribeiro.

Partindo dessa lógica, é bom o torcedor do Paraná ficar atento. Somente a partir de março o time para o Brasileirão (que começa no fim de abril) será formado. Até lá, o objetivo é chegar entre os seis primeiros do grupo A.

Garotos mostram valor

O Paraná Clube sagrou-se campeão da Copa Internacional de Futebol Infanto Juvenil, que foi realizada na cidade de Itapeva-SP. A delegação, sob o comando de Hercy Oliveira, foi representada nas categorias 88/89 e 90/91. Na categoria 88/89 a equipe foi dirigida pelo experiente Sérgio Rosa, sagrando-se campeã batendo a Matonense por 1×0. Já a equipe 90/91, atual campeã metropolitana, foi dirigida por Marcelo Algauer de Almeida e sagrou-se campeã com o placar de 5×1, totalizando 80 gols marcados durante a competição.

Equipe 90/91: Jéferson, Leandro, Leodimar, Theilor, Rubens, Kaio, Felipe, Lucas, Giuliano (artilheiro com 18 gols), Diego, Denis, Lucas (G), Ricardo Paranaguá, Marlon, Romarinho, Ademar, Bocaiúva e Djony.

Equipe 88/89: Rogério, Ricardo, Bruno Henrique, Lapa, Bruno, Sávio, Chulapa, Pedro, Éverton, Ezequiel, Cascavel, João Vítor, Paulo Vera, Gustavo, Jackson, Leonardo.

Caso Sidnei entra em compasso de espera

O meia-atacante Sidnei ainda não se apresentou. Mesmo com a negociação em estágio avançado, ainda há pendências entre o Paraná e o empresário Oliveira Júnior. O impasse está justamente no percentual a que o Tricolor teria direito no caso de uma transação futura. “Não queremos incorrer no mesmo erro”, explicou o diretor de futebol Durval Ribeiro, usando como exemplo o caso de Caio.

O Tricolor projetou o jogador no Brasileirão, ele transferiu-se para a Coréia do Sul e nem um centavo entrou nos cofres do clube. Esse “erro” foi corrigido na atual temporada e todos os novos contratos possuem cláusulas estabelecendo uma recompensa financeira ao Tricolor no caso de transferências dos jogadores para outras agremiações. “Com o Sidnei não será diferente. Temos boas referências do jogador, mas se não ajustarmos esse detalhe com o seu empresário, ele não virá”, assegurou Ribeiro.

Já a questão de Ferrugem pode ser definida nos próximos dias. A diretoria espera uma resposta do atleta, que também tem uma proposta do futebol francês. O volante – formado nas categorias de base do Palmeiras e com passagens pelo AEK (Grécia) e pelo Atlético Mineiro – viria para suprir a saída de Fernando Miguel e para qualificar a saída de bola do time, ponto que ainda preocupa a comissão técnica tricolor. (IC)

Observações

– Ontem houve somente treino regenerativo para quem atuou no clássico. Os reservas fizeram jogo-treino contra o time de um empresário e mais um jogador iniciou período de testes: André Luís veio do futebol húngaro.

Sem mudanças

– Hoje haverá treino pela manhã e a delegação segue às 17h para Irati. O técnico Saulo de Freitas não vai mexer no time que perdeu para o Coritiba. Flávio; Alcir, Gélson Baresi, Fernando Lombardi e Marcos Lucas; João Vítor, Wiliam, Jean Carlo e Éverton; Alex e Ednaldo.

Emprestado

– O atacante Washington, colocado em disponibilidade pelo Paraná – junto com César Romero, Wellington e Anderson – já está empregado. Ele foi cedido ao Prudentópolis.

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