O Paraná Clube tem uma vantagem de quatro pontos para o Coritiba neste Brasileiro. Jogando em casa e com uma campanha mais segura do que o adversário, o Tricolor poderia ser apontado como favorito para o clássico. Na Vila Capanema, todos assumiram um discurso cauteloso, sustentado pela velha máxima de que ?clássico é clássico?. Com discursos ?politicamente corretos?, os jogadores destacaram as qualidades do rival, que busca a primeira seqüência de vitórias na competição.
?O jogo define os rumos das equipes neste Brasileirão?, comentou o volante Beto. ?Será um jogo equilibrado, definido em detalhes?, avisou. Beto vive a expectativa de voltar ao time, após três rodadas ausente devido à uma lesão de panturrilha. ?Estou recuperado e a partir desta quarta-feira (hoje) volto aos trabalhos com bola. Se vou jogar ou não, depende do treinador.? As chances de Beto aumentaram com a contusão de Mário César. ?O bom, hoje, é que o elenco está fortalecido. Ausências são normais numa competição tão longa e é preciso ter opções?, resumiu o volante.
O artilheiro Borges, feliz com a volta da boa fase – ele marcou gols nas duas últimas partidas -, mantém uma postura de não prometer gols. ?Trabalho para fazer gols, mas não sou de ficar fazendo promessas vazias?, disse. Com treze gols, ele busca a artilharia do Brasileirão, mas sem fazer disso a sua prioridade. ?Os gols são conseqüência. O importante é vencermos. Somente fazendo a lição de casa vamos nos reaproximar das primeiras colocações?, justificou. O atacante lembrou que o Paraná, para somar os três pontos, deve entrar em campo respeitando o adversário. ?Eles têm jogadores como o Renaldo e o Caio e um grande treinador. É preciso ter cuidado.?
O jogo tem um sabor de revanche, já que no primeiro turno o Coritiba levou a melhor (2×1), jogando no Couto Pereira. Neste jogo, o Paraná reclamou muito da arbitragem de Carlos Jack Rodrigues Magno. ?O nosso time tem feito bons jogos no Pinheirão e temos que tirar proveito disso. É a nossa casa?, lembrou o atacante André Dias. Mesmo com uma vitória no clássico, o Paraná não iria além da sétima colocação. ?O importante é garantir uma aproximação gradativa do pelotão de frente. Hoje, estamos nove pontos atrás do líder, mas dá prá tirar essa diferença, com regularidade?, frisou o zagueiro Marcos.
Barbieri começa a definir o time hoje
O técnico Luiz Carlos Barbieri não fará treinamentos secretos. Tampouco pretende fazer mistério quanto a formação que utilizará no clássico. Mas, isso não significa que o Tricolor não terá novidades no jogo do próximo sábado, às 16h, no Pinheirão. Os treinamentos de hoje e amanhã definirão se o goleiro Flávio e os volantes Beto e Rafael Muçamba serão aproveitados ou não.
A questão envolvendo Flávio é simples. Caso mostre nos coletivos que não está receoso de bater na bola – em reposições e cobranças de tiros de meta – voltará ao time. ?Ele é o titular. Todos sabem disso. Mas, para ser escalado, deve estar em plena forma?, comentou o preparador de goleiros Jair Leite. Flávio está fora do time desde a primeira rodada do returno, quando se machucou em Goiânia. ?Foi uma lesão séria, mas estou me sentindo bem?, disse o Pantera. Se Flávio não for aprovado nos treinos, Darci segue na equipe titular. Para o meio-de-campo, opções não faltam. Os volantes Beto e Rafael Muçamba foram liberados pelo departamento médico e hoje já participam do treino técnico. Porém, Mário César passou a ser dúvida para o clássico. Ele já reclamara de dores na coxa esquerda após a partida em Fortaleza e ontem pela manhã sentiu uma forte ?fisgada? no local. ?Faremos uma ecografia para um diagnóstico mais preciso, mas ele pode ficar de fora deste jogo?, comentou o médico Rafael Kleinschmidt.
Mesmo tendo utilizado com sucesso o 4-4-2 nas etapas finais dos jogos contra Brasiliense e Fortaleza, Barbieri deve manter o sistema com três zagueiros. O técnico vem realizando treinos específicos para ajustar a função dos laterais, mas ainda entende ser necessária a seqüência do 3-5-2, esquema com o qual os jogadores já estão habituados.
