O Paraná Clube busca soluções para a escassez de gols. Após três jogos pela Série B, o ataque ainda não balançou as redes uma vez sequer. O único gol da equipe foi assinalado pelo zagueiro Marcelo Ramos.
Um quadro preocupante para o clube que no ano passado fez o artilheiro do Brasileirão, apesar da queda pra Segundona.
O histórico recente do Tricolor é marcado pela presença constante de goleadores natos, principalmente depois que as competições passaram a ser disputadas por pontos corridos.
Essa relação do Paraná com o gol é antiga. Saulo foi o primeiro grande destaque da camisa 9, que depois passaria por vários artilheiros natos, até chegar a Renaldo. Em 2003, ele fez nada menos do que 30 gols e ficou apenas um atrás de Dimba, o artilheiro daquele ano. Nas temporadas seguintes vieram Galvão (15), Borges (19) e Cristiano (11), até que no ano passado, Josiel foi o goleador da Série A, marcando 20 gols, quase a metade dos gols marcados pelo Tricolor na competição. Apesar do aproveitamento de Josigol, o Paraná amargou o rebaixamento e a previsível reformulação do grupo.
Nesse processo, iniciou 2008 sem um ?homem-gol?. Uma carência que fez Paulo Bonamigo, em meados de março, apostar em Joelson.O meia, transformado em atacante, passou a ser a referência ofensiva do time e fechou o Estadual como artilheiro do Paraná, com 7 gols. Na seqüência, o clube foi buscar Fábio Luís (que já fez 5) e, agora, já conta com Clênio (que ainda não marcou). Porém, o momento de instabilidade do time incidiu diretamente no aproveitamento ofensivo, que deixa a desejar ao longo de toda a temporada.
São apenas 41 gols marcados em 32 jogos disputados. Uma média de apenas 1,28 gol/jogo, muito parecida com a média alcançada no Brasileiro do ano passado, quando o time caiu (1,11 gol/jogo). Um quadro que faz a comissão técnica trabalhar alternativas e até estudar uma mudança tática. Paulo Bonamigo já acena com a possibilidade de abrir mão do sistema com três zagueiros, na tentativa de tornar a equipe mais contundente no setor ofensivo. Intimamente, jogadores e comissão técnica acreditam que com a volta da confiança, os gols também retornarão ao natural.
Para o grupo, o mais importante é o Paraná voltar a vencer independente de quem marque os gols. O melhor exemplo disso é a equipe de 2006, que conseguiu seu melhor desempenho em um Brasileiro, garantindo vaga na cobiçada Libertadores da América sem contar com uma única referência ofensiva. Naquele time, onde Cristiano foi o artilheiro, quase todos sabiam fazer gols, com destaque para Leonardo (7), Sandro (6), Angelo (6) e Maicosuel (4). Um exemplo a ser seguido nessa busca do Tricolor pela volta por cima na Série B.
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