Fábio assumiu o compromisso de
tirar o incômodo zero da estatistica
paranista na temporada.

Quem disse que um raio não cai duas vezes no mesmo lugar? Um ano após lutar desesperadamente contra o rebaixamento no campeonato paranaense, o Paraná volta a viver o mesmo drama. Se não vencer o Rio Branco amanhã, às 16h, no Pinheirão, estará automaticamente no torneio da morte, onde duas das quatro equipes envolvidas na disputa cairão para a segundona estadual. Na última rodada, contra o Prudentópolis, fora de casa, o Tricolor precisa de mais três pontos e ainda terá que torcer para tropeços de Iraty e Beltrão na duas últimas rodadas da competição.

Se no ano passado a campanha do Paraná já foi horrível – o time obteve apenas uma vitória em oito jogos -, esse ano a situação, até o momento, é ainda pior. Em cinco jogos, foram quatro derrotas e um empate. E o que é pior: sequer um gol marcado. No ano passado, a equipe marcou nove gols em oito jogos e o artilheiro da equipe foi o atacante Flávio Guilherme.

Este ano a situação está complicada – pelo menos estava até a última rodada. Com um meio-de-campo sem muita habilidade e laterais – até a última rodada – que pouco armam, o técnico Saulo reclamava de problemas na armação.

Mas Saulo acredita que seus problemas estão mais amenos. A pífia campanha fez a diretoria reavaliar o planejamento feito no início da temporada. Após concluir que as contratações feitas não foram acertadas – Alcir, Marcos Lucas, Anderson Carvalho e Ednaldo foram dispensados – e que os pratas-da-casa sozinhos não conseguem agüentar o rojão, os dirigentes abriram o bolso. Primeiro acertaram a contratação do meia Athos – que estreou contra o Atlético – e do atacante Fábio, que poderá estrear amanhã. Essa semana chegaram o lateral-direito Eto e o volante Alexandre, que mal chegaram do Criciúma e já vão para o jogo.

Com as novas contratações e muita tranquilidade, a equipe espera começar a virada amanhã. E o segredo vai ser entrar em campo deixando a pressão de lado. “Temos que entrar como se fosse o primeiro jogo. Pois só com tranquilidade poderemos vencer o desafio”, resume o atacante Éverton.

Paraná recheado de novidades pra “decisão”

O torcedor que comparecer amanhã à tarde ao Pinheirão, para acompanhar a partida entre Paraná Clube e Rio Branco, verá um Tricolor bem diferente daquele que perdeu para o Atlético por 3 a 0, no último domingo. Nada menos que cinco jogadores que jogaram na Arena deixaram a equipe titular e o time terá três estreantes: o lateral-direito Eto, o volante Alexandre e o atacante Fábio.

Eto e Alexandre foram apresentados na última quarta-feira e, como já vinham treinando forte no Criciúma, estão prontos para a luta. Já Fábio está na Vila Capanema há quinze dias e só não estreou ainda devido à demora em seu registro na CBF. “Estou ansioso para estrear e espero resolver o problema de gols da equipe”, diz o jogador, que tem se comportado muito bem nos treinamentos. Experiente – ele tem 29 anos – Fábio garante já ter passado por maus bocados na carreira e aposta na virada tricolor. “Quando cheguei no futebol boliviano, minha equipe estava na segunda divisão. Nos comprometemos com a reabilitação e conseguimos”.

O lateral-direito Eto, que era reserva de Paulo Bayer no Criciúma, é outra esperança de gols. Tanto na armação, quanto nos arremates a gol. “Se abre espaço, arrisco. Estou acostumado a jogar de ala e tenho facilidade de chegar à área, inclusive com jogadas de bola parada”, disse. Ontem, ele provou isso marcando o primeiro gol no coletivo, cobrando uma falta no Pinheirão.

Além dos debutantes, mais duas mudanças foram operadas na equipe pelo técnico Saulo de Freitas. Na lateral-esquerda, o suspenso Anderson dará passagem a João Vítor, que joga improvisado. E na zaga, o prata-da-casa Juliano entra no lugar do capitão Gélson Baresi, que se recupera de um problema no músculo adutor da coxa.

Juliano e Fernando Lombardi atuaram junto na estréia, contra o Francisco Beltrão, e não devem ter maiores problemas de entrosamento. “Nesse campeonato, foi o único jogo que fizemos. Mas nas categorias de base, até perdi as contas. Jogamos juntos desde o juvenil”, conta Juliano. Apesar de Lombardi ser hoje titular absoluto, Juliano subiu antes que o colega para o profissional. Ele fez parte da excursão paranista à Ucrânia, em junho, e devido ao bom trabalho, ganhou a confiança do técnico Otacílio Gonçalves. “Estreei na vitória por 2 a 1, contra o Internacional, pelo campeonato brasileiro”. Entretanto, um revés prejudicou sua ascendência dentro do time. “No jogo contra o Vasco, tive uma infecção pubiana e fiquei oito meses parado. Isso prejudicou a seqüência do meu trabalho no Paraná”. Apesar de ter consciência de que hoje a dupla titular da zaga tem Baresi e Lombardi, Juliano não se incomoda. “O negócio é estar sempre pronto a ajudar. E é assim que estou. Muito confiante para darmos a volta por cima”.

Além de todas essas mudanças, ainda existe a possibilidade de o treinador sacar o atacante Éverton, que não rendeu muito nos treinamentos da semana, e escalar Alex em seu lugar. Saulo fez essa experiência em parte do treinamento de ontem, mas não confirmou se a mudança será efetivada para a partida de amanhã.

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