Tentando superar seus “medos”, o Paraná Clube encara hoje, às 17h, no Serra Dourada, o forte time do Goiás. Os números “jogam” contra o time paranaense.
Com péssimo desempenho na condição de visitante, terá pela frente uma das equipes mais eficientes em jogos dentro de casa. Um verdadeiro duelo de gato contra rato. Para não se tornar presa fácil do poderio goiano, o técnico Gilson Kleina reforça o sistema de marcação e torce para que os erros em lances de bola parada não se repitam.
Os últimos dias foram de muita conversa pelos lados do Paraná. A comissão técnica tenta encontrar os motivos para atuações tão destoantes. No Pinheirão, o Tricolor se impõe e mesmo nas derrotas cria muitos lances de gol. Ao “tirar o pijama”, o time se torna um convidado sob medida. Em dez jogos disputados fora de seus domínios, o representante paranaense não obteve uma vitória sequer (4 empates e 6 derrotas). É o clube há mais tempo sem vencer fora de casa, onde tem o pior ataque (5 gols) e a defesa mais vazada (23), resultado de quatro goleadas entre os 24 participantes da Série A.
O oposto ocorre com seu adversário desta tarde, atuando no Serra Dourada. O Goiás é o time invicto há mais tempo (10 jogos) e tem o ataque mais positivo (25 gols) jogando em casa. Contra todos estes argumentos, Kleina tenta fazer o Tricolor administrar suas deficiências para não chegar à antepenúltima rodada do primeiro turno na indesejável zona de rebaixamento. Deixou claro que iria focar a preparação do time em aspectos psicológicos, pois taticamente havia pouco tempo para ajustes. Foi realizado apenas um treino, ontem pela manhã, quando o treinador definiu a equipe.
Dois jogadores titulares até então, foram “barrados”. O zagueiro Gélson Baresi e o atacante Galvão perdem as posições para Nelinho e Sinval, respectivamente. Kleina preferiu não creditar a saída de Baresi às falhas na última jornada. “A idéia é ter um zagueiro mais veloz, pois o atacante do Goiás é muito rápido”, explicou o treinador. Já no ataque, o objetivo do treinador é utilizar a presença de área de Sinval para “segurar” os zagueiros adversários. Além dessas trocas e da ausência de Axel, suspenso pelo terceiro cartão amarelo, o Paraná terá ainda um meio-de-campo mais “pegador”.
João Vítor, com bom rendimento no segundo tempo do jogo em Belo Horizonte, será mantido. Com três volantes, já que Goiano também entra no setor, Kleina visa compactar o time, deixando claro que a partir desse momento terá que utilizar formações distintas em jogos fora e dentro de casa. “Fizemos uma tentativa no jogo passado, apostando na continuidade da mesma equipe. Mas, ficou evidente que o meio-de-campo tornou-se muito vulnerável”, reconheceu.
Goiás defende uma longa invencibilidade em casa
Rubens Santos
Goiânia (AE) – O Goiás quer manter sua invencibilidade de dez jogos, no Serra Dourada. O técnico Celso Roth contará com a volta do ala Paulo Baier, que cumpriu suspensão automática. Também terá o volante Josué, que faz a transição ofensiva com o ataque e as laterais, e com Jorge Mutt, que substitui a Rodrigo Tabata, lesionado.
No conjunto, porém, sua linha de defesa continua volátil, a mais vazada do campeonato, e o ataque tem falhado nas finalizações. Contrariando a fama de Celso Roth de ser retranqueiro, o Goiás, que ocupa a oitava posição, sofreu mais gols (33) que seu adversário, o Paraná (31), que está na 20.ª posição.
Após 19 rodadas, tem 30 pontos (oito vitórias, seis empates e cinco derrotas em jogos fora de casa). O saldo é de dois gols. Nas estatísticas a partir de 1995, Goiás e Paraná se enfrentaram dez vezes. Cada equipe venceu quatro partidas e empataram em duas.
CAMPEONATO BRASILEIRO
20ª RODADA
GOIÁS x PARANÁ CLUBE
GOIÁS: Harlei; André Dias, Renato, João Paulo (Cléber) e Jadilson; Paulo Baier, Tiago, Josué e Jorge Mutt; Alex Dias e Leandro. Técnico: Celso Roth.
PARANÁ: Flávio; Cláudio, Fernando Lombardi, Nelinho e Vicente; João Vítor, Goiano, Gilmar e Cristian; Canindé e Sinval. Técnico: Gilson Kleina.
SÚMULA
Local: Serra Dourada (Goiânia).
Horário: 17h.
Árbitro: Lourival Dias Lima Filho (BA).
Assistentes: Alessandro A. Rocha Matos (FIFA-BA) e Raimundo Carneiro de Oliveira (BA).