No futebol, não há melhor remédio para a crise do que vencer um clássico. Com esse pensamento, o Paraná começa hoje a se preparar para o jogo contra o Coritiba, no próximo sábado, na Vila Capanema. Após a derrota em casa para o Iraty, bater o rival passou a ser questão de sobrevivência dentro do paranaense 2008.
Contra o Coxa, os jogadores do tricolor prometem uma equipe muito mais motivada que o sonolento time que caiu diante do Azulão, por 2×0, no último domingo. ?Ficamos todos chateados com a derrota. Agora, temos que conversar bastante para corrigir os erros e nos recuperar no clássico, que é o melhor jeito que tem?, diz o zagueiro Luís Henrique.
Na décima posição, com nove pontos, o Paraná precisa da vitória para voltar ao grupo dos oito primeiros, que passam à segunda fase. Mas para superar o Coritiba, não basta apenas vontade. Só com uma postura totalmente diferente o Paraná poderá ter sucesso diante do rival. ?Temos pago caro pelos nossos erros. No clássico, não podemos vacilar, se não será pior ainda. Precisamos estar concentrados, pois uma vitória pode ser o início de uma arrancada?, alerta o volante Goiano.
O técnico Saulo de Freitas, que por enquanto continua no cargo, aposta que o Tricolor terá outra atitude diante do Coxa. ?Não adianta esquentar a cabeça. Clássico é clássico e o jogador se motiva ao natural?, garante o ?tranqüilo? comandante paranista.
Ontem foi dia de folga para todo o elenco. A reapresentação está marcada para as 9h desta manhã. ?Será uma semana de muito trabalho. Temos de ter consciência de que precisamos melhorar cada vez mas. O grupo é jovem e sente as cobranças, mas temos que levantar a cabeça. Só assim sairemos dessa situação?, avisa Luís Henrique.
Para sair com a vitória, o Paraná terá que superar um tabu de quase dois anos. O tricolor não vence o rival desde o dia 19 de fevereiro de 2006: 3×0 no Pinheirão. Depois disso, foram quatro jogos, com três vitórias do Coxa e um empate. O último clássico foi no dia 14 de abril de 2007, com triunfo alviverde por 3×1, na Vila Capanema.
Por enquanto, nada de alterações
A paciência já está esgotada, mas ainda não é agora que a torcida do Paraná verá mudanças na Vila Capanema. Os protestos que foram a trilha sonora do domingo de Carnaval não comoveram a diretoria e tudo continuará igual, pelo menos até o jogo contra o Coritiba.
Com o cargo ameaçado pela péssima campanha, o técnico Saulo de Freitas ganhou mais uma chance. Ele vai comandar o time no clássico e o resultado deve definir seu futuro no clube. Uma vitória banca sua permanência, mas uma derrota contra o rival deve deixar a situação do treinador insustentável.
Com o presidente Aurival Corrêa e o diretor de futebol Durval de Lara Ribeiro fora da cidade, coube ao vice-presidente Aquilino Romani dar satisfações após a derrota para o Iraty. ?Lógico que o momento é difícil, mas podem ter certeza que medidas serão tomadas. Nós não podemos correr o risco que de ficar de fora da segunda fase?, prometeu.
As medidas por enquanto não atingiram a comissão técnica, mas alguns nomes, conhecidos da torcida, já surgem como prováveis substitutos de Saulo. O principal é o de Paulo Bonamigo, que está sem clube desde o ano passado, quando deixou o Goiás. Outro é o de Luís Carlos Barbieri, campeão estadual com o tricolor em 2006, que está dirigindo Sertãozinho no Paulistão. (CM)