Paraná Clube garante compra de ingressos

A torcida paranista não será ?barrada? no clássico. A diretoria decidiu adquirir uma carga de ingressos que estará à venda a partir de hoje (às 10h), exclusivamente na sede da Kennedy. O presidente José Carlos de Miranda alfinetou a decisão do Atlético, que rompeu um suposto ?acordo de cavalheiros?, no qual os ingressos eram fornecidos em consignação. Os preços são aqueles estabelecidos pelo Atlético: R$ 40 e R$ 20, para estudantes, idosos e menores de 12 anos.

Miranda ironizou a postura do rival, que disponibilizaria até 2.600 ingressos. ?Como assim? Aquele setor não comporta esse público. E ainda tem aqueles postes, que atrapalham a visão?, disparou o presidente tricolor, que preferiu não divulgar quantos ingressos o Paraná adquiriu para repassar ao seu torcedor. ?Só chegamos a esse ponto pela situação dos clubes, seriamente ameaçados pelo rebaixamento. O desespero faz isso?, analisou.

Apesar da crise de relacionamento ter aflorado nesse momento, o ambiente tenso tem sua origem não na simples rivalidade entre os clubes. É um problema que se originou em questões políticas, relativas à possibilidade de Curitiba ser indicada como uma das sedes para a Copa do Mundo de 2014. O Paraná optou por apoiar a Federação Paranaense de Futebol, contra o Atlético. Desde então, o diálogo, que era ao menos amigável, deixou de existir.

Na questão dos ingressos, Miranda confirmou que o Paraná adquiriu uma carga compatível com a média histórica dos jogos disputados entre os clubes nos últimos anos. Usou como exemplo, os duelos realizados na Vila Capanema. ?O Atlético não vendeu mais do que 750 ingressos para a sua torcida, que não vai a outros estádios, senão a Baixada?, disse o presidente, dando a entender que a carga disponível para a torcida paranista, a partir de hoje, será de 800 ingressos.

Sobre o ?desconhecimento? do rival quanto ao acordo na cessão dos ingressos, Miranda preferiu responder apresentando o recibo do último clássico, realizado no dia 30 de junho. Além da liberação dos ingressos em consignação, os clubes podiam descontar 3% do valor da negociação para o pagamento dos bilheteiros. ?Era uma prática adotada nos últimos três anos. Mas, se a regra mudou, tudo bem. O mundo dá voltas?, finalizou Miranda.

Simon vai mal contra grandes

?Horrível?. Curto e grosso, o presidente José Carlos de Miranda externou todo o seu descontentamento com a indicação do gaúcho Carlos Eugênio Simon (Fifa) para apitar Atlético x Paraná. Na sua visão, a atitude da Comissão de Arbitragem reflete num desprestígio aos árbitros paranaenses. Por mais que Evandro Rogério Roman e Héber Roberto Lopes tenham apitado outros clássicos estaduais na rodada anterior.

?Só não entendo porque os clássicos cariocas e paulistas têm árbitro local?, disse Miranda questionando o critério adotado pela Comissão Nacional de Árbitros. ?Defendo as coisas do nosso Estado. Temos dois dos melhores árbitros do País e acho uma insensatez não vê-los no sorteio do principal jogo do futebol paranaense na Série A?, disse o presidente tricolor. A outra opção para o sorteio era o pernambucano Wilson de Souza Mendonça.

O presidente recordou o histórico ruim de Simon em jogos do Paraná, mas deu um ?desconto?. ?Nos nossos jogos contra os grandes de Rio e São Paulo, ele invariavelmente vai mal. Vamos ver se num jogo entre duas equipes ?igualmente pequenas? ele tem um desempenho melhor?, analisou.

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