Paraná Clube fecha temporada em alta

Nos erros e acertos inerentes ao ?mundo da bola?, o Paraná Clube fechou a temporada em alta. Se alguns jogadores sequer foram utilizados (alguém se lembra do lateral-direito Ayrton ou do mexicano Mancera?) e outros não emplacaram (Fábio, Marcos Tora, Zumbi…), o saldo final do Tricolor não é de se jogar fora. No total foram sessenta jogos em toda a temporada, utilizando apenas 41 atletas. Isso, levando-se em conta apenas aqueles jogadores que entraram em campo, ao menos uma vez, como Digão, Cuca, Franklin e Da Silva.

Os deslizes principais ocorreram no início do ano, quando o Paraná precisou recorrer a jogadores em caráter emergencial para fechar o seu elenco visando a largada do estadual. Sem dinheiro para competir com o mercado paulista, a estratégia do clube foi esperar o término da competição daquele estado para fechar o grupo visando o Brasileiro. Mesmo assim, o clube deu alguns ?tiros certeiros?, nas contratações do zagueiro Gustavo e do atacante Leonardo, além da volta do experiente ?xerife? Émerson.

A partir dessa base e da manutenção de jogadores do nível do goleiro Flávio e do volante Beto, o Tricolor chegou forte para o estadual. Após a conquista do título paranaense, pondo fim a um jejum de quase nove anos, o Paraná saiu à procura das peças necessárias para um bom desempenho no Brasileiro. Trouxe três da vice-campeã Adap (Felipe Alves, Batista e Angelo) e atletas do porte do zagueiro Edmilson e do volante Pierre. Além de um time equilibrado, o Paraná tinha material de reposição. Com essa estrutura, fez sua melhor campanha em um nacional (5.º lugar) e garantiu vaga na Libertadores da América.

Flávio foi, mais uma vez, o jogador que mais vezes atuou com a camisa tricolor no ano: 55 jogos.

O Pantera foi seguido de perto, curiosamente, por um zagueiro. Gustavo, com 51 jogos, foi o atleta que mais vezes entrou em campo no Brasileiro: 35, contra 34 do goleiro paranista. A preocupação maior, no momento, fica por conta do visível desmanche da equipe.

Dos 15 atletas que disputaram mais de vinte jogos no ano, apenas quatro têm permanência assegurada para 2007: o próprio Flávio, Beto, Neguete e Goiano. Outros dois ainda negociam permanência no clube (Batista e Cristiano) e os outros nove não retornarão à Vila Capanema para a disputa do Paranaense e da inédita Libertadores da América.

Por isso, o clube vive período de negociações, quase todas mantidas em sigilo.

Sem poder esperar o Paulistão para realizar a costumeira ?garimpagem?, o Tricolor espera definir o quanto antes o grupo para a próxima temporada, em que a competição continental será o prato principal. Se o erro zero não existe no futebol, a diretoria espera ao menos minimizar deslizes, trazendo peças certas para posições carentes e apostando no trabalho do técnico Zetti.

O ex-goleiro, bicampeão da Libertadores pelo São Paulo, terá a missão de ?azeitar? a nova máquina, fazendo com que o Tricolor supere um novo obstáculo: o da afirmação no cenário sul-americano.

Boca-de-siri é estratégia no Paraná

A aparente lentidão na definição de reforços trata-se de uma ?estratégia? da diretoria. Quem garante é o diretor de futebol Durval Lara Ribeiro. ?Cabeça-de-bagre você traz da noite pro dia?, disparou. Vavá pede calma ao torcedor e garante que o Paraná Clube terá um grupo forte para a temporada 2007, em que disputará pela primeira vez a Libertadores da América. ?Temos bons jogadores engatilhados. Mas, falar em nomes é dar arma para o inimigo?, assegurou.

Diante de uma tremenda concorrência por atletas de qualidade, o Tricolor tem contra si o baixo orçamento para o departamento de futebol. ?É um processo demorado. Não vamos fazer loucura, mas traremos jogadores de qualidade?, afirmou o dirigente. A ordem na Vila Capanema é sigilo absoluto. Os únicos nomes que vazaram à imprensa são os dos zagueiros Daniel Marques e Aderaldo, que podem repetir a dobradinha que fez sucesso no ano passado. Vavá Ribeiro acredita que poderá ?bater o martelo? em uma reunião com a dupla, ainda esta semana.

?Não estamos trabalhando apenas nessa frente?, completou o vice de futebol José Domingos. ?Assim que os jogadores tiverem acertado contrato, iremos apresentá-los?, disse, confirmando a lei do silêncio que impera no Paraná. É certo que o clube ainda busca reforços para a lateral-esquerda, para o meio-de-campo e para o ataque. Até o momento, o Tricolor fechou apenas com o atacante Lima (J. Malucelli) e o trio do Flamengo, formado por Júnior (volante), Egídio (lateral-esquerdo) e Vinícius Pacheco (atacante). Os quatro só serão apresentados na próxima semana, após exames médicos e assinatura de contratos.

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