Paraná Clube fecha ciclo em Maringá

O Paraná Clube encerra hoje seu ciclo de quatro jogos na cidade de Maringá. Frente ao Palmeiras, às 16h, o tricolor tenta melhorar seu aproveitamento no interior do Estado.

Com duas derrotas e um empate, o desempenho é, até aqui, pífio. Números que incidem diretamente na campanha do time. Difícil dizer se o clube teria melhor sorte se atuasse em Curitiba, pois, como diz o presidente José Carlos de Miranda, o "se" não entra em campo. Mas, no Pinheirão, o Paraná somou 66,66% dos pontos, contra 11,11% nos jogos disputados no Willie Davids.

Financeiramente, a "operação Maringá" fez com que o clube honrasse seus compromissos salariais. No jogo desta tarde, o tricolor tenta, ao menos, fazer com que tecnicamente o processo não seja tão frustrante. Principalmente diante do quadro atual. Vindo de duas derrotas consecutivas e sem vencer há quatro rodadas, a capacidade do grupo já começa a ser questionada. Os jogadores tentam evitar o assunto, mas visivelmente estão incomodados com o rótulo de "cavalo paraguaio".

Atletas fizeram um pacto pela retomada do bom futebol e o técnico Luiz Carlos Barbieri conta com a volta de dois titulares para armar um time teoricamente mais ofensivo. Chegou até a testar um 4-4-2, mas decidiu não mexer na estrutura tática que o tricolor mais utilizou neste brasileiro. Aderaldo volta à zaga após cumprir suspensão e com a ausência de Marcos (3.º amarelo), João Paulo foi efetivado na função de líbero. "O time não foi bem em Caxias, mas não é momento para uma mudança mais drástica. Para isso, é preciso tempo de treinamento", justificou Barbieri.

Para dar um bico na má fase – nas duas últimas partidas o Paraná não fez gols e sofreu seis – o treinador aposta na volta do atacante André Dias. O jogador foi poupado do treino de ontem pela manhã, mas nem passa pela cabeça de Barbieri ficar sem o atleta. Ao remontar a dupla que melhor produção obteve na competição, Barbieri espera fazer com que o time recupere o "poder de fogo" do primeiro turno. O Paraná venceu dez das 21 partidas que disputou na primeira metade do Brasileiro. Mesmo sem placares "elásticos" (fez 3×0 por duas vezes), o time sempre conseguiu ser eficaz na marcação sem perder o sentido ofensivo.

Nos dois recentes fracassos -contra São Paulo e Juventude -o tricolor pouco ameaçou os goleiros adversários. "Tocamos demais a bola na intermediária, sem sentido de penetração", reconheceu o capitão Beto. Para mudar essa história, Thiago Neves terá que se superar. "É o jogo da minha vida. Sei disso e não vou decepcionar. Nem mesmo a ansiedade irá atrapalhar", avisou o jogador. "Vou dar a volta por cima." O meia havia perdido a posição com Lori Sandri e novo técnico paranista fez duras cobranças ao mau desempenho do atleta na última partida.

A função de Thiago Neves e dos alas Neto e Vicente é fazer com que a bola chegue com freqüência no ataque. André Dias e Borges esperam que isso ocorra. "Nos últimos jogos fiquei muito isolado. Daí, fica difícil levar a vantagem contra dois ou três marcadores", comentou Borges. O artilheiro não vê a hora de pôr fim ao incômodo jejum. Os atacantes paranistas não balançam as redes há sete rodadas, desde o dia 3 de agosto.

Diretoria nega, mas reforços devem chegar

O início da semana, ao que tudo indica, será marcado pela chegada de pelo menos dois reforços, apesar das negativas dos dirigentes. Na sexta-feira, o vice de futebol José Domingos afirmou que o clube não investiria em novas contratações e que o elenco estava "fechado". O blefe não colou. O Paraná Clube ainda busca um atacante e um meia para fortalecer o grupo, hoje composto por apenas 25 jogadores. "Precisamos de qualidade, mas também de quantidade", comentou o técnico Luiz Carlos Barbieri.

Ao negar chegada de novos jogadores, o objetivo dos dirigentes era fazer com que o foco do time ficasse exclusivamente no jogo desta tarde. Na onda de boatos, antigos nomes – como Wando e Fábio – voltaram a circular. Isso sem contar o meia Fantick, que no ano passado chegou a ser anunciado, mas acabou indo para o Caxias. Hoje no Joinville, que disputa a Série C, Fantick nunca conseguiu projeção além das fronteiras catarinenses. Tanto que seu nome é o terceiro na hierarquia das opções.

Sem recursos financeiros para trazer jogadores de "primeiro escalão", o tricolor vai em busca de atletas jovens e em busca de projeção nacional. Mesma política que norteou a montagem do atual elenco paranista. (IC)

Palmeiras: ou vai agora ou racha de uma vez

Wilson Baldini Jr.

São Paulo (AE) – O Palmeiras inicia uma seqüência de quatro jogos, em duas semanas, que prometem ser decisivas para as pretensões do time no campeonato brasileiro. Todos os adversários estão à frente da equipe do Palestra Itália na classificação, caracterizando jogos de seis pontos.

O primeiro desafio será hoje, contra o Paraná Clube. O Palmeiras, após dez jogos invicto sob o comando de Leão, perdeu para o Brasiliense, por 3 a 2, em Taguatinga, e decepcionou a torcida no palestra Itália, ao empatar com o Coritiba, quinta-feira, por 1 a 1.

Depois do Paraná, os comandados de Leão terão pela frente o Cruzeiro (no Palestra), o Santos (na Vila Belmiro), o Goiás (em casa). "É o momento para alcançar os líderes", disse o goleiro Sergio, que completa 300 jogos com a camisa 1 do Palmeiras. "Precisamos vencer para dar um salto na carreira."

O empate com o Coritiba deixou Leão furioso. O técnico criticou a postura do time, que, segundo ele, abusou do preciosismo no momento das finalizações. "No meu time falta técnica, sobra vontade. Mas só vontade não garante as vitórias."

O técnico ameaçou fazer várias mudanças na equipe. Apenas o volante Marcinho Guerreiro e o zagueiro Gamarra foram poupados das críticas. Na defesa, o técnico deve manter o esquema com dois zagueiros (Daniel e Gamarra), apesar de ter formado o time na segunda etapa contra o Coritiba com três zagueiros. Mas Leonardo Silva entrou e não foi bem.

Quem deve perder lugar no time é o lateral-direito Baiano. André Cunha – que ao lado do goleiro Marcos e do zagueiro Gláuber ainda não foi aproveitado por Leão – pode ter sua chance. Com isso, Correa segue no meio-de-campo, formando a dupla de volantes com Marcinho Guerreiro.

Outra modificação seria a reestréia de Diego Souza. O meia passou três meses no Vissel Kobe, do Japão, após desentendimentos com o ex-técnico Estevam Soares, durante a disputa do campeonato paulista. Leão sempre gostou de Diego Souza e indicou sua contratação, quando trocou o São Paulo pelo Vissel Kobe. Os dois trabalharam juntos no Oriente, mas o meia não chegou a jogar oficialmente. Apenas quatro amistosos. Diego Souza deve substituir Pedrinho, que teve fraca atuação contra o Coritiba.

No ataque, Marcinho deverá ter de volta a companhia de Gioino. O atacante está recuperado das dores no joelho, que o deixaram no banco de reservas contra o Coritiba. Ele entrou no segundo tempo no lugar de Washington, que apesar do gol marcado não foi bem no jogo.

Lembrança

Dos 300 jogos pelo Palmeiras, Sérgio guarda com carinho a decisão do Paulista de 1993 contra o Corinthians, quando o time do Palestra Itália quebrou o jejum de 16 anos sem títulos. "Fui bem na Portuguesa e no Santos, mas devo toda a minha carreira ao Palmeiras.", disse o goleiro de 34 anos.

Marcinho Guerreiro dá a volta por cima

São Paulo (AE) – Se existe um jogador feliz na era Emerson Leão no Palmeiras, este é Marcinho Guerreiro. Criticado pelos torcedores e nome constante nas últimas listas de dispensa o volante virou homem de confiança do treinador. "Passei momentos muito difíceis. Nem saía de casa."

Taxado de violento, Marcinho Guerreiro teve bom desempenho na marcação de Edilson, do São Caetano, e Felipe, do Fluminense, e voltou a ter o seu nome gritado pelos torcedores nas arquibancadas do Palestra Itália. "Contra o Atlético Mineiro foi terrível. A torcida gritou o nome de todos. Menos o meu. Fiquei triste, mas sabia que eu era o único a poder mudar esta situação. Se eu jogasse bem, a torcida voltaria a me apoiar e foi o que aconteceu."

A má fase faz parte do passado e o bom momento proporciona brincadeiras com os colegas de time e com a família. No péssimo empate contra o Coritiba, Marcinho Guerreiro, ao lado de Gamarra, foi elogiado por Leão. "Como a fase está boa, tenho confiança até em tentar o gol." (WBJ)

CAMPEONATO BRASILEIRO
25ª RODADA
PARANÁ CLUBE x PALMEIRAS

PARANÁ: Darci; Daniel Marques, João Paulo e Aderaldo; Neto, Rafael Muçamba, Beto, Thiago Neves e Vicente; André Dias e Borges. Técnico: Luiz Carlos Barbieri.

PALMEIRAS: Sérgio; André Cunha, Daniel, Gamarra e Fabiano; Marcinho Guerreiro, Corrêa, Juninho Paulista e Diego Souza; Marcinho e Gioino. Técnico: Émerson Leão.

SÚMULA
Local: Willie Davids (Maringá).
Horário: 16h.
Árbitro: Giulliano Bozzano (DF).
Assistentes: César Augusto de Oliveira Vaz (DF) e Renato Miguel Vieira (DF).

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