Foto: Ciciro Back
O técnico Zetti pretende manter o mesmo time amanhã.

O Paraná Clube deixa de lado a tensão do clássico e se mobiliza para outra decisão. O time de Zetti corre atrás da vitória sobre o Unión Maracaibo – amanhã, às 21h45, na Vila Capanema -para carimbar a sua classificação para as oitavas-de-final da Copa Libertadores da América. Mesmo atrás do Real Potosí (no número de gols marcados), os tricolores acreditam depender apenas de suas forças. Não acreditam em derrota do Flamengo para o Real Potosí, em jogo que ocorre no mesmo horário, no Maracanã.

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Na prática – e sob uma visão pessimista – o Paraná precisa vencer e bem o Unión Maracaibo. Se o time boliviano derrotar o rubro-negro carioca por um gol de diferença, por exemplo, o Tricolor terá que fazer dois gols a mais que os venezuelanos. ?Temos que entrar com tudo. Fazer dois, três gols e definir de vez essa vaga?, resumiu o zagueiro Daniel Marques. A pressão de sucessivas decisões é encarada com naturalidade pelo jogador. ?Tem muita gente já de férias.

O bom é estar jogando, decidindo?, afirmou.

O técnico Zetti antecipou a intenção de contar, amanhã, com o mesmo time do clássico. O treinador está esperando um jogo tenso, com as mesmas características do duelo do último domingo. ?O Maracaibo joga com duas linhas de quatro, marcando forte. Por mais que estejam eliminados, vão querer finalizar a participação com uma boa apresentação?, frisou Zetti. Por isso, o técnico quer seu time em alta rotação. ?Vamos precisar de muita velocidade para superar esse adversário?, avisou.

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Usando como exemplo a última jornada do time, Zetti quer ver o Paraná mais ?ligado? em campo e sem medo de partir para a individualidade sobre os defensores venezuelanos.

?É jogo onde precisamos fazer algo diferente. Uma jogada individual ou uma tabela bem executada derrubam uma eventual retranca?, comentou. Diante disso, a aposta do técnico será mais uma vez no quarteto formado por Gérson, Dinelson, Vinícius Pacheco e Josiel. Uma configuração que ainda está sendo ajustada, agora com Vinícius na vaga de Henrique, que trocou o Paraná pelo Coritiba.

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Mesmo chegando aos 9 pontos, o Paraná tem grandes possibilidades de se classificar como um dos piores segundos colocados. Nesse caso, teria pela frente, possivelmente, um confronto ?caseiro?, contra Santos ou Flamengo, que seguem como as melhores equipes da Libertadores na classificação geral.

Paraná prepara um DVD com os erros de arbitragem nos últimos jogos

?O jeito é marcar dois para valer um.? A frase do zagueiro Daniel Marques resume a indignação do Paraná Clube com os sucessivos erros de arbitragem. ?Sei que erros ocorrem. Mas, só contra a gente??, disparou o xerifão.

Os ?deslizes? ocorridos nos recentes clássicos motivaram a diretoria a preparar um DVD, que será encaminhado à imprensa e à comissão de arbitragem da Federação Paranaense de Futebol. ?Ficamos assustados com as últimas coincidências?, disse o presidente José Carlos de Miranda.

Mesmo tendo Zetti reclamado muito da virilidade com que Erandir parou Dinelson – que deixou o gramado com a canela ?riscada? pelas travas das chuteiras do volante – os lances mais polêmicos envolvem o atacante Josiel.

?O que mais lamento foi o gol anulado. Saí de trás, no tempo certo da bola, e o bandeirinha estragou tudo?, disse o artilheiro. No DVD, estarão lances dos jogos contra Adap Galo, Coritiba e Atlético.

?Teve pênalti inexistente, que acabou com expulsão do nosso zagueiro. Gols legais anulados e pênaltis não assinalados?, disse o superintendente de futebol Ricardo Machado Lima. ?Na hora da decisão, tantos erros pesam. Mudam um campeonato?, alfinetou. No ano passado, o Tricolor adotou o mesmo procedimento no Brasileiro, quando dez erros graves da arbitragem colocaram em risco a campanha do clube na busca por uma vaga na Libertadores.

A diretoria, apesar das reclamações, não lamenta por ter se posicionado contra árbitros de fora nas finais do Paranaense. ?Temos que confiar nos nossos árbitros e assistentes. Mas, esperamos que novos deslizes não ocorram e que o campeonato seja decidido pelos jogadores, como deve ser?, disse o vice de futebol José Domingos.

A bronca maior era com o assistente Sérgio Aparecido Aléssio, que errou ao apontar impedimento de Josiel, em um lance de bola parada, onde a risca da pequena área servia de base para a análise do bandeirinha.

Jogadores querem Vila cheia

O clássico teve um público decepcionante. Pouco mais de sete mil pagantes foram à Vila Capanema para acompanhar a primeira semifinal do Paranaense. A diretoria espera a mobilização de sua torcida para o jogo de amanhã, mas até ontem à noite pouco mais de 2.600 ingressos haviam sido vendidos. ?Trata-se de uma decisão. É o nosso futuro na competição que está em jogo e precisamos desse apoio?, disse o meia Dinelson, que no último domingo acenou várias vezes para a galera, pedindo maior vibração.

Os ingressos para Paraná Clube x Unión Maracaibo estão à venda em todas as sedes do clube e a expectativa é de um público em torno de 15 mil torcedores. No total, são 17 mil ingressos à disposição do torcedor, sendo 2.100 deles destinados à torcida visitante. Os preços são os mesmos aplicados até aqui em jogos da Libertadores. Os ingressos mais baratos são os da curva norte e os da geral-social: R$ 20. O único setor onde não há mais ingresso é o de cadeiras.

A tabela de preços é a seguinte: curva norte e geral, R$ 20; reta do relógio, R$ 30; social, R$ 40; torcida visitante, R$ 40. Em todos os setores, sócios, mulheres, menores, estudantes e idosos pagam meio-ingresso. O ingresso para proprietários de camarotes custa R$ 20 e os de cadeiras pagam R$ 10. Na Libertadores, o pior público do Tricolor, em casa, foi frente ao Real Potosí, quando 10.513 torcedores pagaram ingresso.