Foto: Valquir Aureliano |
Lori Sandri tenta tirar a inhaca da equipe, que encara mais um desafio de morte fora de casa. continua após a publicidade |
Instável, o Paraná Clube já não encontra soluções para fugir das últimas colocações do Brasileirão. Se em casa o time conseguiu recuperar a auto-estima com duas vitórias – sobre Corinthians e Fluminense -, basta ?arrumar as malas? para que pesadelos voltem a atormentar os tricolores. Um temor mais do que justificável diante do desempenho da equipe na condição de visitante. São oito derrotas seguidas fora de casa, um recorde negativo no histórico do clube.
Na primeira divisão desde 1993, – considerando-se aí a sua participação na Copa João Havelange de 2000, quando ascendeu para a elite no decorrer da competição – o Paraná nunca atingiu uma oscilação tão marcante. Por três vezes (em 1996, 2002 e 2004), chegou a sofrer seis derrotas seguidas fora de seus domínios. Uma marca já superada com sobras pelo atual elenco, que desde 19 de julho não sabe o que é voltar de uma viagem com pontos na bagagem. Uma postura que vai na contramão do que se viu no início do campeonato.
Foram, na época, seis jogos de invencibilidade como visitante, com vitórias sobre Juventude, Cruzeiro e Flamengo e empates diante de Náutico, Corinthians e Fluminense. Pontos que serviram para repor aquilo que o Paraná desperdiçou em casa. Nesse período, foram 12 pontos fora para 11 pontos perdidos na Vila Capanema, uma matemática que permitia ao Tricolor até sonhar com um retorno à Libertadores da América.
Porém, a fonte secou. O Paraná seguiu perdendo pontos em casa e não mais buscou oxigênio longe de sua torcida. O técnico Lori Sandri não conseguiu mudar o perfil do time, que segue na mesma toada da era Gilson Kleina, no que se refere aos jogos fora de casa. Os dez pontos conquistados dão ao treinador um aproveitamento total de 37%. Uma média que, se mantida nos 9 jogos restantes, será insuficiente para tirar o Tricolor da zona de rebaixamento.
Nem jogadores nem integrantes da comissão técnica encontram uma justificativa para essa ?dupla personalidade? do grupo, que se mostra valente e combativo em casa, mas se entrega ?por bem? ao pisar em terreno inimigo. Uma oscilação que se reflete nas probabilidades do Paraná neste Brasileirão. Após respirar com a vitória tranqüila sobre o Fluminense, o clube voltou a ter um elevado percentual de degola.
Segundo o site infobola.com.br, o Tricolor tem 50% de chances de rebaixamento. À frente apenas do já rebaixado América-RN, do Juventude (84%) e do Corinthians (61%). O rival direto a ser superado é o Atlético Mineiro (40% de chances), enquanto outros clubes como Goiás (16%), Náutico (14%) e Inter (13%) respiram com maior tranquilidade ou pelo menos sem a ajuda de aparelhos.
Time ainda indefinido
O técnico Lori Sandri não antecipou eventuais alterações na equipe. Preferiu analisar o fraco desempenho coletivo do time a enumerar erros individuais, como os de Flávio. O goleiro será mantido e tem crédito junto à comissão técnica. Ninguém quer dar início a uma caça às bruxas e sim buscar serenidade para tirar o clube de nova situação delicada. Uma rotina para o Paraná há um mês, desde que o clube pela primeira vez caiu para a temida ZR.
Adriano Bahia e Rafael Muçamba foram vetados pelo departamento médico e já voltaram para Curitiba, ambos com torção de joelho esquerdo. Os jogadores serão avaliados e passam por ressonância magnética para um diagnóstico mais preciso. Com os desfalques, Lori convocou o lateral Paulo Rodrigues e o zagueiro Neguete. O primeiro tem escalação garantida no jogo de amanhã, às 18h10, no Orlando Scarpelli, frente ao Figueirense.
Já a questão do meio-de-campo deverá ser ajustada com a entrada de um jogador de criação. Renan e Éverton são as opções. O treinador também deverá avaliar qual a melhor alternativa para o ataque, onde Josiel segue sem encontrar um companheiro ideal. Mesmo assim, o jogador é o artilheiro isolado do Brasileiro, agora com 18 gols. Com o gol em Natal, o goleador paranista já superou a marca de Souza (ex-Goiás e hoje no Flamengo), que foi o goleador do Brasil com 17, no ano passado.